quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A Suposta Realidade dos Militantes Desmilitarizados

Nada daquilo que julgamos saber, é definitivo e está confirmado.



Até à quinhentos anos, pensava-se que o Sol, os planetas e as estrelas, rodavam em torno da Terra.



Nessa altura, Martinho Lutero desafiou a autoridade papal, ao insurgir-se contra o pagamento pela remissão dos pecados. Nessa época, em termos sociais, tudo girava em torno do poder clerical, que remetia para a suprema vontade divina, todo o bem e todo o mal que pudessem suceder aos simples mortais, inclusivé... aos mais poderosos, aos Reis e ao Clero. Nicolau Coperninico contemporâneo de Lutero, afrontando o que estava estabelecido e repudiado pela igreja católica, teorizou que era a Terra que gravitava em torno do sol, sendo necessário que passassem cem anos até que Kepler provasse matemáticamente que assim era na verdade. Com as teorias e as fórmulas apresentadas por estes homens, assentou-se na regra que determina a incontestabilidade de todas as teorias que possam ser confirmadas pela ciência.



Até ao princípio do século passado, o mundo católico regia-se pela obediência à vontade religiosa, e a ciência provava que os dogma da religião, tinham origem em processos naturais, não dependentes de causas divinas, nem impenetráveis; completamente prováveis.



Esta mudança, causou a insegurança numa boa parte da população católica que de um "momento" para o outro, foi "convidada" a deixar de acreditar naquilo que durante séculos lhe tinha sido imposto por uma classe religiosa, detentora exclusiva do conhecimento e do poder, e passar a pensar por si mesma, passar a ser unica e exclusivamente responsável pelos seus actos e decisões, com base nas provas que a ciência ia produzindo, adquiridas através da experiência.



Passados quinhentos anos, a humanidade permanece envolta nas brumas do desconhecido, "entalada" entre o saber místico e castrador da religião e a incomplitude do conhecimento adquirido pela ciência.



Passados quinhentos anos, deixámos de acreditar na salvação divina, e a ciência não consegue ainda garantir-nos a salvação.



Estaremos realmente a adquirir, hoje, o verdadeiro uso da autodeterminação?!

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