segunda-feira, 28 de maio de 2012

E eu, o que tenho para dizer? ...Népia!

Saramago, o escritor, disse:
"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos".
Essa coisa que somos e não tem nome, gera-se dentro de nós e raras vezes se manifesta plenamente, por forma a que, do exterior, possa ser inteiramente entendível, reconhecível.
Porque, muitas vezes, em várias situações, não nos bastam os olhos e a capacidade de ver, para nos permitirmos entender aquilo que vimos.
David Mourão Ferreira, disse: Possuímos 5 sentidos; dois pares e meio de asas, por isso talvez, voemos tão desequilibrados.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Sem título...

Agarrei-a; por agarrar.
Sem sequer lhe olhar o rosto.
Sem tão pouco a desejar.
Nem lhe ter lido o desgosto,
Que a fazia chorar,
Que a tornava o mosto,
De um vinho a azedar.

Agarrei-a sem a ver.
Levei-a sem a sentir.
E ela... veio, sem ser.
E eu, comecei a a despir.
E ela, sempre a descer.
E sem nunca tentar fugir.

Depois; foi o grito profundo.
O repuxar dos lençois.
Foi o romper d'aquele mundo,
Que já não conhece mais sois.

Foi então quando a vi:
Numa alma ultrajada.
Foi ali que eu morri.
Entre espasmos de tesão.
E que a senti, já vingada,
De uma vida sem razão.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Lembras-te...?!

Lembras-te...?!
Costumo utilizar este termo interrogativo e simultâneamente afirmativo, com alguma frequência; quando converso com amigos ou familiares sensivelmente da mesma idade. Depois, nos meus momentos mais íntimos, naqueles em que troco comigo mesmo algumas reflexões, penso: Somos, desde que nascemos, um arquivo de memórias. Memórias que acumulamos e nos vão acompanhando ao longo do tempo em que possuímos consciência, em que possuímos razão... São sempre vozes que me guiam, que me dizem; vai em frente, ou então, volta atrás. Umas, audíveis, outras, não. Umas físicas, outras, somente adivinháveis. Mas todas elas, compositoras de um arquivo indimensionável, irreferenciável, capaz de se tornar acessível, de se escancarar, através de um simples som, fonético ou não, de uma simples imagem, de um cheiro ou odor, de um toque ou de um sabor. E ando... convencido por vezes, que cada passo me é ditado, desenhado, programado, por uma consciência individual, criada por mim, unicamente.
Mas não!
Eu, não sou Eu.
Nunca serei.
O que sou, é o resultado de gerações consecutivas de muitos outros. O que serei, é o cúmulo de todas as palavras, de todos os pensamentos, de todos os gestos, de todos os sonhos e conquistas, daqueles que já foram. Quando todos aqueles que se julgam comandantes dos destinos do Mundo e das Almas que o habitam entenderem, que tudo o que fazem, o que pensam e decidem, se subordina a uma ordem que os ultrapassa e obriga... então, compreenderão a liberdade.
Então, deporão o poder, a utopia, a malícia e a demagogia, banhar-se-hão nas nascentes das origens e compreenderão finalmente, o sentido da Universalidade.