- Nome?
- Parco Sobre Despesa!
- Morada?
- Bairro Ocidental Europeu!
- Idade?
- Ora... nasci em Maio de 74... 37 anos e... 5 meses?!
- Muito bem; então conte-me a ocorrência...
- Então Meretíssimo, passou-se o seguinte: No primeiro dia do mês passado, de manhã ainda cedo, abri a janela e coloquei o alguidar de plástico que comprei na loja dos chineses com a roupa lavada lá dentro, no parapeito e, mal acabei de estender o primeiro par de cuecas, o meu vizinho da frente, o Senhor Seguro Patrício de Sousa, abriu também a janela dele e veio estender a roupa. Quando olhei para a roupa dele e vi que estava bastante encardida, disse-lhe num tom amigável que deveria mudar de detergente e passar a usar o mesmo que eu uso, que deixa a roupa tão limpa, que até parece nova. O meu vizinho Seguro Patrício de Sousa levou a observação para o lado da ofensa, e desatou para ali a fazer uma peixeirada que só visto, até porca chamou à minha mulher que é uma pessoa às direitas, ou não fosse ela de Ferreira e vendesse Leite. Nessa altura passei-me, meretíssimo e disse ao meu vizinho Seguro, que suja era a roupa dele que andava por lavar há várias gerações, que ele devia rastejar na lama, para ter uma roupa assim tão suja. O meu vizinho foi aos arames e começou a atirar-me em cara, umas ceroulas borradas que uma vez o meu Avô Cantigas, coitado, devido à idade, estendeu no arame sem serem lavadas. Disse-me aquele ordinário, que as ceroulas até parecia que estavam sujas de caganitas de Coelha, ou de Bosta Pastosa de Novilho.
Estávamos a meio desta discussão, quando passam lá pela nossa Viela das Desgraças, 5 estrangeiros, com umas pastas de cabedal na mão e decidem telefonar para o 112.
Passados dois dias apareceu lá a bófia a perguntar o que é que se tinha passado e levantar um auto de ocorrências.
- Então e você tem testemunhas do que se passou?
- Quer dizer... tenho e não tenho, meretíssimo...
- Mas afinal... tem, ou não tem?
- A bem dizer a única testemunha que tenho é o meu... a minha... ai... o meu... vizinho do lado o Sr. Paulo.
- O Sr. Paulo?! Qual é a profissão desse senhor?
- É marceneiro, meretíssimo, faz Portas.
- Mas afinal... esse senhor, é ou não é testemunha?
- Ele assistiu à discussão, mas parece que não quer tomar partido nem pelo meu lado, nem pelo lado do Sr. Seguro, diz que, vendo bem as coisas, na opinião dele tanto um como o outro tem a roupa muito suja. Eu, quando ele me deu esta resposta, também lhe disse logo: Deixe lá vizinho que a sua roupa também não está nada limpa, que eu tenho reparado numas nódoas que por mais que sejam lavadas já não saem. Respondeu-me que foram feitas num dia em que foi fazer uma visita a uns submarinos e porque as águas estavam um bocado agitadas, acabou por enjoar e vomitou a camisa toda. Ao que parece, são nódoas difíceis de tirar.
- Então... e sem ser esse carpinteiro...
- Marceneiro, meretíssimo, marceneiro... faz Portas!
- Ou isso... então, para além desse marceneiro, não arranja mais ninguém que abone em seu favor?
- É muito difícil meretíssimo. Saiba Vossa Excelência, que os outros vizinhos, são todos uns "mulas" só "tomam partido" quando vêem que podem tirar algum benefício, de resto, fecham-se em copas e o que fazem é morder pela calada. Mas... lá no fundo, eles sabem que quem tem razão, sou eu... que passo o dia no tanque a esfregar a roupa com sabão azul e branco... mas há nódoas que estão tão entranhadas...
Agora... aquilo que eu não consigo perceber, Meretíssimo, é porque carga de água, é que aqueles estrangeiros de um raio, tinham de meter o bedelho... a conversa até estava animada e como é costume, no fim até acabávamos na tasca do Sr. Bento a comer uns tremoços e a (a)provarmos uma cerveja que há agora nova que é da marca... orçamento.
- Parco Sobre Despesa!
- Morada?
- Bairro Ocidental Europeu!
- Idade?
- Ora... nasci em Maio de 74... 37 anos e... 5 meses?!
- Muito bem; então conte-me a ocorrência...
- Então Meretíssimo, passou-se o seguinte: No primeiro dia do mês passado, de manhã ainda cedo, abri a janela e coloquei o alguidar de plástico que comprei na loja dos chineses com a roupa lavada lá dentro, no parapeito e, mal acabei de estender o primeiro par de cuecas, o meu vizinho da frente, o Senhor Seguro Patrício de Sousa, abriu também a janela dele e veio estender a roupa. Quando olhei para a roupa dele e vi que estava bastante encardida, disse-lhe num tom amigável que deveria mudar de detergente e passar a usar o mesmo que eu uso, que deixa a roupa tão limpa, que até parece nova. O meu vizinho Seguro Patrício de Sousa levou a observação para o lado da ofensa, e desatou para ali a fazer uma peixeirada que só visto, até porca chamou à minha mulher que é uma pessoa às direitas, ou não fosse ela de Ferreira e vendesse Leite. Nessa altura passei-me, meretíssimo e disse ao meu vizinho Seguro, que suja era a roupa dele que andava por lavar há várias gerações, que ele devia rastejar na lama, para ter uma roupa assim tão suja. O meu vizinho foi aos arames e começou a atirar-me em cara, umas ceroulas borradas que uma vez o meu Avô Cantigas, coitado, devido à idade, estendeu no arame sem serem lavadas. Disse-me aquele ordinário, que as ceroulas até parecia que estavam sujas de caganitas de Coelha, ou de Bosta Pastosa de Novilho.
Estávamos a meio desta discussão, quando passam lá pela nossa Viela das Desgraças, 5 estrangeiros, com umas pastas de cabedal na mão e decidem telefonar para o 112.
Passados dois dias apareceu lá a bófia a perguntar o que é que se tinha passado e levantar um auto de ocorrências.
- Então e você tem testemunhas do que se passou?
- Quer dizer... tenho e não tenho, meretíssimo...
- Mas afinal... tem, ou não tem?
- A bem dizer a única testemunha que tenho é o meu... a minha... ai... o meu... vizinho do lado o Sr. Paulo.
- O Sr. Paulo?! Qual é a profissão desse senhor?
- É marceneiro, meretíssimo, faz Portas.
- Mas afinal... esse senhor, é ou não é testemunha?
- Ele assistiu à discussão, mas parece que não quer tomar partido nem pelo meu lado, nem pelo lado do Sr. Seguro, diz que, vendo bem as coisas, na opinião dele tanto um como o outro tem a roupa muito suja. Eu, quando ele me deu esta resposta, também lhe disse logo: Deixe lá vizinho que a sua roupa também não está nada limpa, que eu tenho reparado numas nódoas que por mais que sejam lavadas já não saem. Respondeu-me que foram feitas num dia em que foi fazer uma visita a uns submarinos e porque as águas estavam um bocado agitadas, acabou por enjoar e vomitou a camisa toda. Ao que parece, são nódoas difíceis de tirar.
- Então... e sem ser esse carpinteiro...
- Marceneiro, meretíssimo, marceneiro... faz Portas!
- Ou isso... então, para além desse marceneiro, não arranja mais ninguém que abone em seu favor?
- É muito difícil meretíssimo. Saiba Vossa Excelência, que os outros vizinhos, são todos uns "mulas" só "tomam partido" quando vêem que podem tirar algum benefício, de resto, fecham-se em copas e o que fazem é morder pela calada. Mas... lá no fundo, eles sabem que quem tem razão, sou eu... que passo o dia no tanque a esfregar a roupa com sabão azul e branco... mas há nódoas que estão tão entranhadas...
Agora... aquilo que eu não consigo perceber, Meretíssimo, é porque carga de água, é que aqueles estrangeiros de um raio, tinham de meter o bedelho... a conversa até estava animada e como é costume, no fim até acabávamos na tasca do Sr. Bento a comer uns tremoços e a (a)provarmos uma cerveja que há agora nova que é da marca... orçamento.