domingo, 2 de maio de 2021

 Mãe

O soro quente que brotou do teu seio

Calou o meu primeiro choro de vida.

Com a segurança e o calor do teu colo

Afugentaste os meus sonhos mais terríveis.

Com o conforto do teu abraço

E a segurança das tuas sábias palavras,

Deste-me a coragem para caminhar e

A segurança para enfrentar desafios.

Com o teu exemplo aprendi a respeitar

Com o teu amor, apreendi a amar.


Mãe 

Quando julguei que cresci

Quando me convenci de que tudo na vida sabia

Deste-me espaço para aprender, errando.

Quando as certezas começaram a tornar-se dúvidas

Disseste-me para confiar.

Disseste-me que estarias sempre ao meu lado.


Mãe

Assim tem sido ao longo de duas vidas

A tua e a minha, que são uma só.

Mãe,

Hoje ainda tenho medo... tenho medos.

O maior de todos é saber que chegará o dia

O dia em que deixarei de te ter,

De ter o teu abraço, o teu conselho...

O afago dos teus braços e dos teus olhos.

O maior de todos, é saber que um dia

Vou deixar de poder... pedir o teu conselho.


Mas antes que esse dia chegue, Mãe

Vou querer que todos os dias das nossas vidas,

Sejam Dia de Mãe.

terça-feira, 27 de abril de 2021

 Vivemos na era dos "alerta".

Nunca antes haviam surgido, vindos de todas as bandas, exibindo alguns, "certificado científico", tantos alertas sobre tantos e tão diferentes "perigos".

Antes, porque o conhecimento era menor e as comunicações mais demoradas, os cientistas menos e as tecnologias de ponta inexistentes, sabia-se por empirismo; uma ancestral(ciência) que conseguiu trazer o ser humano das cavernas às cidades.

Hoje, as máquinas, os computadores, as inteligências artificiais, os algoritmos e umas quantas inteligências sobredotadas, alertam-nos. Mas quais são os "alerta" ue tão prodigamente distribuem...?

Alertam-nos para o surgimento de graves conflitos armados, pandemias incontroláveis, para futuras carências de bens alimentares essenciais, para graves alterações climatéricas e consequentemente, para graves ocorrências de fenómenos meteorológicos e geológicos extremos. Alertam-nos para o aumento insuportável da temperatura do globo, para a destruição da camada protetora do ozono, para... a extinção das espécies que habitam o planeta.

E todos estes alertas terminam sempre com outro alerta extremamente preocupante: está nas mãos da humanidade, fazer tudo para inverter o sentido ascendente e crescente desta tenebrosa espiral. Alertam-nos portanto para a necessidade de  uma utopia coletiva.

Que podemos, os cidadãos conscientes e profundamente empenhados em fazer inverter o sentido e o crescimento da espiral demolidora? 

-Deixar de utilizar transportes privados (poluentes , mesmo os "ecológicos"). As alternativas serão a deslocação a pé (o único transporte privado inteiramente não-poluente.

-Passar a cultivar os alimentos que cada um necessita, sem recurso a pesticidas, fertilizantes, etc.

-Passar a confecionar os agasalhos recorrendo unicamente ao uso das fibras vegetais, sem a intervenção de qualquer equipamento mecânico, desde o cultivo até à manufaturação.

Ou seja: Alertam-nos de que deveremos voltar às cavernas mas, sem levarmos utensílios que consideramos ser necessários e julgamos não ser possível a vida sem eles.


-Abandonar a vida em sociedade, passar a viver isolados.