Olho, absorto no nada, as velhas pedras, de uma velha casa, n'uma velha aldeia, onde velhos... e velhas, que apesar de velhas, menos velhas parecem que os velhos, páram.
Páram as pedras, as velhas e... os velhos, pára o tempo, páro eu, olhando absorto as pedras muito velhas de uma casa velha, n'uma velha aldeia.
E eu... e as velhas... e os velhos... e as pedras... e o tempo... parados... olhamo-nos...
Se não fosse o tempo parado que me fêz parar... diante destas pedras velhas... paradas, tão paradas quanto parados estão os velhos... as velhas... n'esta aldeia de casas paradas, talvez o meu olhar não parasse no tempo... absorto... diante destas pedras... destas pessoas, velhas, que as ergueram e alinharam e... arrumaram com precisão, umas sobre as outras. Com a mesma precisão, que o tempo vai arrumando, sobrepondo as horas, umas após outras, umas sobre outras, indiferente ao meu olhar absorto... perdido no tempo... parado no tempo...
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
domingo, 6 de dezembro de 2009
Lá, onde acaba o infinito...
Hoje, uma amiga muito querida, brindou-me com esta expressão:
“ich liebe dich”...
;))))))
Fêz-me recordar uma altura da minha adolescência, engraçadíssima!
Teria uns 16 aninhos, ouvia as fantasias mirabolantes dos meus amigos que passavam férias no Algarve e a quem aconteciam estórias fantásticas de "engates" com raparigas estrangeiras.
Daí formou-se a ideia incontestada de que todas as raparigas que estivessem no Algarve e se expressassem em inglês, eram garantia de sexo fácil.
Então, o amigo Bartolomeu não faz mais nada, monta-se na sua bela motita e, feito Luis Represas, ruma ao sul, Portimão.
Chegando ao paraíso das "bifas", é que se lembra que está quase "liso"... sem "cheta". No problem!
Dirije-se a uma cabine telefónica, liga para casa e anuncia: estou no Algarve e esqueci-me de trazer dinheiro, mandem-me dinheiro por favor.
Toínnn!
Respondem-me de lá com perguntas, como era habitual, sempre que mais um dos meus constantes disparates aconteciam.
Respondo a todas com enfado e com "sins e nãos" e acabo por receber a resposta que esperava.
Tá bem amanhã a mãe vai aos correios e envia-te um vale, mas vê lá se andas com juízo.
Pois sim... espera lá que já andas...
Feliz da vida, contente por ver o meu problema imediato, resolvido, espalho-me pela cidade, farejando as estrangeiras.
E lá estávam elas, sentadas nos bares a emborcar cervejola e gin, todas loiras e vermelháças do sol e eu, cheio de vontade de me juntar à festa, mas sem dinheiro sequer para jantar.
Pensei, depois de correr os bares da Rocha para trás e para diante...amanhã na praia é que vai ser... é certinho e direitinho. E foi precisamente a praia, naquela noite, o meu quarto de hotel, mas... tudo bem, até foi engraçado domir no areal.
Bom, nasce o sol, acordo, mas ainda era cedíssimo, a praia deserta. Sento-me, fico ali a olhar para nenhures e o estômago começa-me a peguntar: olha lá oh pázinho, então hoje não me alimentas?
Hãnn?!
Ah.. tens razão, meu... é que... sabes? não ha guito, tás a ver a cena?! vais ter de te aguentar ao bife, mas deixa lá que assim que os correios abrirem, já vamos ter direito a satisfazer-nos, ok? é só uma questão de horas...
Bom, então vê lá se te despachas, porque já não aguento com guinadas... Hmmm!
Bom, às 8 horas já estava à porta dos correios. Assim que abriram, dirigi-me ao balcão e perguntei se tinham recebido um vale em meu nome. Disse o nome. Que não, não havia nada, respondeu-me a senhora muito solícita.
Caíu-me o céu em cima, carregadinho de núvens. Obrigado, então volto mais tarde.
Saí e pensei, daqui a bocado volto cá.
Voltei para a praia, ainda muito pouca gente e ninguem com aspecto de inglesa-fácil.
Óh diacho... mas afinal onde é que elas andam?
Estive por ali mais um bocado e às tantas, lembrei-me que tinha no bolso 5 tostões e com eles podia comprar uma carcaça na padaria.
Nem é cedo, nem é tarde, é para já. Só que uma carcacinha sem nada dentro... foi uma migalha para a fome que me atormentava.
E voltei à estação dos correios.
A senhora do balcão mal me viu, sorriu e isso fêz com que me nascesse uma alma nova, pensei: já chegou o "guito".
Mas não, o sorriso era de simpatia, o que eu esperava ainda não tinha chegado.
Óh desilusão das desilusões!!!
Mas demora assim tanto tempo a chegar, perguntei.
Depende, quando é que foi enviado?
Foi hoje demanhã!
Ah, então concerteza só amanhã à tarde.
Ãnnnnn?
Amanhã?
E como é que eu vou fazer até amanhã?
Como é que vais fazer o quê, perguntou-me a amável senhora.
Como é que como e durmo e compro gasolina para a mota?
Estava desesperado.
E lá vieram as fatídicas perguntas da senhora.
De onde eu era, como é que tinha chegado ali, se estava com alguem e mais uma carrada de perguntas.
No meio da minha desorientação lá fui dando respostas a contra-gosto.
Depois de uns momentos de silêncio, a amável senhora, num acesso de compaixão convidou-me para almoçar em casa dela. Que estivesse à porta dos correios à uma hora, que me daria almoço.
A primeira reação foi de alegria, respondi-lhe muito obrigado, que lá estaria e saí de seguidinha.
Mal cheguei à rua e me encontrei com os meus pensamentos, caí em mim e surgiram os prúridos... então vou receber uma esmola de uma desconhecida? e mais isto e mais aqueloutro e que devia voltar e dizer à senhora que não queria, e que vergonha e não sei o quê mais. Mas em seguida veio a inevitável conclusão: bem, ou "isto" ou esperar à fome que o dinheirinho chegasse. Então vai ter de ser "isto" mesmo e quando o dinheiro vier, pago à senhora.
À hora marcada lá estáva eu, com mais fome do que nunca e lá acompanhei a senhora até casa. Era um 1º andar no centro de Portimão, modesto, a senhora teria uns 38/39 anos e era viúva. Esperei que o almoço se fizesse e apareceram uns carapaus enormes, grelhados, com batata cozida a acompanhar.
Brrrr, detesto peixe, olha a minha sorte, caramba, pensei logo. Mas que remédio, vai mesmo ter de ser.
Não sei se pela fome, se porque estava mesmo muito bom, foi uma das refeições que até hoje me soube melhor.
Quando acabámos de almoçar a senhora disse-me que tinha de ir comprar uma botija de gáz a uma mercearia ali perto. Prontifiquei-me imediatamente para a ajudar. Levei a bilha vazia e carreguei de volta a bilha cheia. A senhora ficou agradecidíssima, eu agradeci o almoço e quando ía a saír a senhora perguntou-me se tinha onde jantar. Encolhi os ombros e respondi que não, que enquanto o dinheiro não chegasse...
Então vens jantar connosco.
Sorri-me, agradeci novamente e lá fui, rumo à praia.
Ena pá!!!! Agora sim... isto agora está bom... ha bifas com fartura... então bora lá escolher uma que dê nas bistinhas. Olhei, olhei e lá escolhi uma para me aproximar.
Assentei a toalha, fiz-me notar, não ligou pêvas, lia um livro, fui olhando, sentando, deitando, até que me deu para tentar o contacto... in english... bah!!! respondeu-me secamente, em portugues.
Oh cum carambas, não acerto uma.!
Bom, andei por ali, à deriva, senta aqui, senta acolá, bitaite a esta, bitaite àquela, e nada de acertar com o alvo.
Chegado o fim do dia, lá me encaminhei de novo para casa da minha "assistente social! :)))))
Que tinha estado na praia. Que fiz muito bem, porque no Algave só praia mesmo, que ainda não tinha chegado o vale, que a filha estáva quase a chegar a casa.
A filha?
Oh larecas... a senhora tem uma filha... hummmm, isso é bom, muito bom, vamos lá ver que tal é a filha.
Conversa para aqui, conversa para acolá, que era viúva ha 11 anos, que a filha tinha 20, trabalhava, que nunca tinha ído a Lisboa, e que eu podia dormir em casa dela aquela noite, que amanhã o dinheiro chegava e então já me podia orientar melhor, tal e coisa, coisa e tal, até que chega a filha.
Oh que rica filhinha!!!
A mocinha fica surpreendidíssima com a minha presença e a mamãe lá vai explicando como pode, a minha presença. No final, a garina lança-me um olhar de desprezo por cima do ombro, assim como a dizer-me: ouve lá pázinho... isto aqui não é uma sucursal da santa casa da misericórdia, vê lá se te fazes à vidinha, porque para xular a cota já cá estou eu.
Topei-a, mas aguentei-me à bronca.
Jantámos e quase que só dei atenção ao que a mãe me dizia. Isso deve ter provocado alguma sensação de ciúme na pita, porque estava sempre a tentar "meter a colherada" ao que eu respondia com um sorriso displicente.
Terminado o jantar, ofereci-me para ajudar na lavágem da loiça, mais por cortezia que por evidênte necessidade, a senhora riu-se e agradeceu, mas não aceitou. Em seguida perguntei-lhe se não se importava que saísse para tomar café, e perguntei-lhe a que horas poderia voltar. Disse-me que habitualmente não se deitava antes da meia-noite. Antes de sair, a filha perguntou-me onde iria tomar café. Respondi-lhe que ainda não sabia, que não conhecia os cafés. Depois, soltei uma gargalhada e declarei: desculpem, esqueci-me que não tenho dinheiro sequer para a bica, afinal vou só dar uma volta por aí. A senhora abanou a cabeça, disse qualquer coisa a respeito da cabeça de vento dos jovens e deu dinheiro à filha para irmos os dois beber café. Não venham tarde, pediu.
E lá fomos, rumo ao centro de Portimão a uma esplanada.
De início a conversa foi quase forçada, a mocinha mostrava-se demasiado reservada e quando já estava a pensar como devia descartar-me dela, sem quê nem porquê tornou-se mais amigável, mais interessada em estabelecer conversa.
Aos poucos comecei a dedicar-lhe mais atenção, até que comecei a encontrar sinais de interesse na nossa conversa. Falou-me da morte do pai, do tipo de vida que levava, do relacionamento com a mãe, etc.
O tempo acabou por passar rápido e depressa a meia noite se apróximou. Ao regressarmos a casa, ainda lhe disse que se tivesse dinheiro, o que fazia era ir para uma discoteca.
Quando subíamos a escada do prédio, repentinamente, disse-me: olha vamos sobir até ao terraço, quero mostrar-te uma coisa.
Terraço?
Ah sim? Este prédio tem terraço?
Tem, anda.
E tinha mesmo!
;)))
Avistava-se a foz do rio Arade e os telhados dos prédios vizinhos, era uma noite de verão daquelas que nos convidam a voar pela esfera sideral e que nos deixa suspeitar se efectivamente, seremos descendentes de antigos deuses astronautas.
Rápidamente segurámos a mão um do outro, tão rápidamente quanto os nossos lábios demoraram a unir-se e as nossas mãos irrequietas a descobrir a anatomia um do outro.
Derrepente, um sobressalto: e se vem alguem? e a hora, já passava da meia-noite?
Mais um beijo longo, mais uma corrida louca de mãos em todos os locais desejados e proibidos, arfejos e suspiros, desejos e apertos. Depois a resolução dela, temos de ir.
Segui-a, meio inebriado, meio apalermado. Ao chegar a casa a senhora, tinha preparado uma cama na marquise para mim, ainda me pediu desculpa por ser tão modesta. Meio atabalhoadamente, respondi-lhe que não se incomodasse, que estava muito bem assim.
Cada uma, mãe e filha dirigiram-se ao seu quarto, deixando-me em luta com os meus desejos incontidos e os receios de procurar de novo a mocinha, esperando ainda que fosse ela a tomar a iniciativa de me procurar na marquise.
Como não conseguia adormecer, nem parar quieto na cama, levantei-me e fui colocar-me à janela, fazendo algum barulho para que ela soubesse que a esperava.
Passou algum tempo e nada. Num repente de coragem louca dirigi-me à janela do quarto dela, que dava para a marquise e chamei baixinho. Não obtive resposta. Talvez embalado pelo romance do Romeu e da Julieta, atrevi-me... saltei a janela. Ela fingiu-se surpreendida e zangada, insisti, entrei na cama dela, disse-lhe que estava apaixonado, tentei beija-la, afastou-me, mas percebi que não o fazia com determinação, insisti, cedeu, concedeu, em seguida puxou-me, aceitou-me recebeu-me, amámo-nos. Uma e outra vez, depois, obrigou-me a jurar que ía voltar para a minha cama e que não ía falar nada sobre o assunto. Ainda tentei que mudasse de ideias, beijei-a mais e mais, até que me expulsou com dureza.
Voltei para a marquise, mas o sono não vinha... aproximei-me de novo da janela dela, chamei baixinho, não me deu resposta.
Na manhã seguinte, encontrámo-nos na cozinha para o pequeno almoço. Não trocámos uma palavra, para além do meu bom-dia. A mãe manteve-se calada tambem. Primeiro saíu a filha para trabalhar, despediu-se com um até logo, mãe. Em seguida saímos nós, eu e a mãe. À porta do prédio disse-me, não vale a pena ires aos correios antes das 5 da tarde, nem mais uma palavra.
Percebi que naquele dia, não ía haver almoço para ninguem.
Derrepente tive uma ideia excelente! Fui até à doca onde os barcos de pesca descarregavam o peixe e esperei até conseguir um peixe para o almoço. Naquela altura, já nem a praia, nem as camónes prendiam a minha atenção. A meio da manhã consegui um peixe, aliás um peixão. Uma xaputa enorme, um peixe espalmado, prateado que eu nem conhecia. Ri-me comigo mesmo, pensei... xaputa?! o nome pode ser um bom preságio!!!
;))))
Peguei no peixe e fui até um sapal onde hoje se localiza a marina de Portimão, coloquei o peixe em cima de umas ervas à sombra e fui recolher paus para fazer uma fogueira. Ao meio dia estava a assar o peixe, encarnando a figura de um nómada em plena travessia do deserto. Depois de assado, comi o peixinho à mão. Uma lambuzisse completa, mas que encarei com uma valente dose de humor.
A noite anterior não me saía da cabeça, o desejo de voltar a encontrar a filha da senhora, superava outra coisa qualquer. Fiquei por ali um bom bocado a olhar os barcos que entravam e saíam do rio, as águas que corriam, a passarada à volta, etc. Antes de voltar aos correios, ainda passei pela Rocha, mas o areal já não me disse nada, nem as estranjas nas esplanadas dos bares. Deambulei até à estação dos correios. Ao chegar, encontrei duas pessoas para serem atendidas, esperei. Enquanto esperava, notei os olhares hostis que a senhora me lançava, percebi que ía ter complicações. Chegando a minha vez, sem mais palavras a senhora estendeu-me um talão para eu assinar e começou a contar as notas... 500 escudos... porreiro já me dava para muita coisa. Colocou o dinheiro em cima do balcão, recolheu o talão assinado, olhou para mim muito séria e com cara de poucos amigos e avisou-me: olha meu menino, tenho aqui a morada dos teus pais em Lisboa, portanto ficas a saber, se houver problemas com a minha filha, os teus pais vão saber de tudo e vão ter de resolver a situação.
Foi como se tivesse levado um estaladão que me tivesse virado a cabeça ao contrário. E ainda rematou: não se pode ser bom para ninguem... ajudei-te e pagaste-me daquela maneira?! Vai-te embora... desaparece daqui e livra-te de voltares a minha casa, se voltares, já sabes, chamo a polícia.
Saí da estação e senti-me destroçado, esmagado, injustiçado e tremendamente envergonhado. Quase automáticamente cheguei até à mota, montei-me e comecei a conduzir sem destino. Quando dei por mim, estava em Lagos, sentei-me à beira do rio, sem notar nada do que me rodeava, nem pessoas nem nada, tinha só o olhar fixo no movimento das águas do rio. Às tantas, um bêbado, ou um louco, ou as duas, ou nenhuma das duas, sentou-se ao meu lado e começou a falar de coisas que eu não percebia o sentido, mas que foram aos poucos captando a minha atenção. Falou, falou e comecei a achar piada ao sotaque, era um tipo inglês que veio ao Algarve e se foi deixando ficar por ali. Vivia de tudo e de nada, como ele próprio dizia. Passado um bocado, tirou do bolso de dentro do blusão o resto de uma sandes e ofereceu-me. Peguei na oferta, atirei com ela para o rio e disse-lhe, fica para os peixes, pá. Nós vamos mas é os dois jantar a um restaurante, pago eu, bora!
Levantou-se, sempre a tagarelar coisas para as quais eu não conseguia achar um sentido e lá fomos à procura de um restaurante. Acabámos numa tasca que ele conhecia, voltei a jantar peixe, ele pediu um prato com: alface, cenoura, azeitonas, beterraba e queijo. Partimos o côco a rir os dois, um com o outro, bebemos umas cervejolas valentes e voltámos para o centro de Lagos.
Andámos por ali a cheirar o ambiente, eu a meter-me com a estranjas e elas a mandarem-me bugiar, ele a debitar coisas malucas sem sentido. Já de madrugada, perguntou-me se queria ir dormir a casa dele... Oh pá, isso agora é que é mais complicado, pensei... o gajo era um homem e eu, um chavaleco. Mas, rejeitar a oferta, podia revelar-se improcedente. Como sempre fui um tipo temerário e um tanto inconsequente, lá o fui seguindo até à casa dele. Bom, a casa, não era mais que 4 barrotes de madeira, cravados no chão, com umas telhas de zinco a fazer de telhado e, espalhados pelo chão ao lado de um colchão, montes de cartões, sacos, panos, cobertores, roupas, etc.
Chegados lá, sentou-se no colchão, descalçou as botas, puxou um cobertor e aninhou-se. Fiquei ali a olhar para tudo aquilo e qual é o meu espanto, quase instantâneamente o meu amigo desata a ressonar.
Pimba!
Então, peguei no meu dinheiro, tirei uma nota de 100 escudos, coloquei-a em cima do colchão ao lado dele, com uma pedra por cima e dei de frosques.
Voltei a montar-me na minha moto e rumei a Lisboa. Cheguei a Alcácer do Sal, seríam umas 8 horas da matina. Entrei num café, fui à casa de banho lavar a cara e as mãos e quando me vi ao espelho, estáva com um ar desgraçado.
Então decidi, vou tomar o pequeno almoço e ver se encontro uma pensão para alugar um quarto e dormir um bocado.
Assim foi, lá aluguei um quarto, tomei um bom banho, coloquei o sono em dia e voltei a casa, onde entrei triunfalmente mesmo a tempo da hora do jantar.
A minha mãe preocupadíssima, não parava de fazer perguntas, o meu pai, olhava-me de ladécos e quase não aguentáva a vontade de rir. Quando voltei a caír na cama, foi novamente tiro e queda.
;))))
“ich liebe dich”...
;))))))
Fêz-me recordar uma altura da minha adolescência, engraçadíssima!
Teria uns 16 aninhos, ouvia as fantasias mirabolantes dos meus amigos que passavam férias no Algarve e a quem aconteciam estórias fantásticas de "engates" com raparigas estrangeiras.
Daí formou-se a ideia incontestada de que todas as raparigas que estivessem no Algarve e se expressassem em inglês, eram garantia de sexo fácil.
Então, o amigo Bartolomeu não faz mais nada, monta-se na sua bela motita e, feito Luis Represas, ruma ao sul, Portimão.
Chegando ao paraíso das "bifas", é que se lembra que está quase "liso"... sem "cheta". No problem!
Dirije-se a uma cabine telefónica, liga para casa e anuncia: estou no Algarve e esqueci-me de trazer dinheiro, mandem-me dinheiro por favor.
Toínnn!
Respondem-me de lá com perguntas, como era habitual, sempre que mais um dos meus constantes disparates aconteciam.
Respondo a todas com enfado e com "sins e nãos" e acabo por receber a resposta que esperava.
Tá bem amanhã a mãe vai aos correios e envia-te um vale, mas vê lá se andas com juízo.
Pois sim... espera lá que já andas...
Feliz da vida, contente por ver o meu problema imediato, resolvido, espalho-me pela cidade, farejando as estrangeiras.
E lá estávam elas, sentadas nos bares a emborcar cervejola e gin, todas loiras e vermelháças do sol e eu, cheio de vontade de me juntar à festa, mas sem dinheiro sequer para jantar.
Pensei, depois de correr os bares da Rocha para trás e para diante...amanhã na praia é que vai ser... é certinho e direitinho. E foi precisamente a praia, naquela noite, o meu quarto de hotel, mas... tudo bem, até foi engraçado domir no areal.
Bom, nasce o sol, acordo, mas ainda era cedíssimo, a praia deserta. Sento-me, fico ali a olhar para nenhures e o estômago começa-me a peguntar: olha lá oh pázinho, então hoje não me alimentas?
Hãnn?!
Ah.. tens razão, meu... é que... sabes? não ha guito, tás a ver a cena?! vais ter de te aguentar ao bife, mas deixa lá que assim que os correios abrirem, já vamos ter direito a satisfazer-nos, ok? é só uma questão de horas...
Bom, então vê lá se te despachas, porque já não aguento com guinadas... Hmmm!
Bom, às 8 horas já estava à porta dos correios. Assim que abriram, dirigi-me ao balcão e perguntei se tinham recebido um vale em meu nome. Disse o nome. Que não, não havia nada, respondeu-me a senhora muito solícita.
Caíu-me o céu em cima, carregadinho de núvens. Obrigado, então volto mais tarde.
Saí e pensei, daqui a bocado volto cá.
Voltei para a praia, ainda muito pouca gente e ninguem com aspecto de inglesa-fácil.
Óh diacho... mas afinal onde é que elas andam?
Estive por ali mais um bocado e às tantas, lembrei-me que tinha no bolso 5 tostões e com eles podia comprar uma carcaça na padaria.
Nem é cedo, nem é tarde, é para já. Só que uma carcacinha sem nada dentro... foi uma migalha para a fome que me atormentava.
E voltei à estação dos correios.
A senhora do balcão mal me viu, sorriu e isso fêz com que me nascesse uma alma nova, pensei: já chegou o "guito".
Mas não, o sorriso era de simpatia, o que eu esperava ainda não tinha chegado.
Óh desilusão das desilusões!!!
Mas demora assim tanto tempo a chegar, perguntei.
Depende, quando é que foi enviado?
Foi hoje demanhã!
Ah, então concerteza só amanhã à tarde.
Ãnnnnn?
Amanhã?
E como é que eu vou fazer até amanhã?
Como é que vais fazer o quê, perguntou-me a amável senhora.
Como é que como e durmo e compro gasolina para a mota?
Estava desesperado.
E lá vieram as fatídicas perguntas da senhora.
De onde eu era, como é que tinha chegado ali, se estava com alguem e mais uma carrada de perguntas.
No meio da minha desorientação lá fui dando respostas a contra-gosto.
Depois de uns momentos de silêncio, a amável senhora, num acesso de compaixão convidou-me para almoçar em casa dela. Que estivesse à porta dos correios à uma hora, que me daria almoço.
A primeira reação foi de alegria, respondi-lhe muito obrigado, que lá estaria e saí de seguidinha.
Mal cheguei à rua e me encontrei com os meus pensamentos, caí em mim e surgiram os prúridos... então vou receber uma esmola de uma desconhecida? e mais isto e mais aqueloutro e que devia voltar e dizer à senhora que não queria, e que vergonha e não sei o quê mais. Mas em seguida veio a inevitável conclusão: bem, ou "isto" ou esperar à fome que o dinheirinho chegasse. Então vai ter de ser "isto" mesmo e quando o dinheiro vier, pago à senhora.
À hora marcada lá estáva eu, com mais fome do que nunca e lá acompanhei a senhora até casa. Era um 1º andar no centro de Portimão, modesto, a senhora teria uns 38/39 anos e era viúva. Esperei que o almoço se fizesse e apareceram uns carapaus enormes, grelhados, com batata cozida a acompanhar.
Brrrr, detesto peixe, olha a minha sorte, caramba, pensei logo. Mas que remédio, vai mesmo ter de ser.
Não sei se pela fome, se porque estava mesmo muito bom, foi uma das refeições que até hoje me soube melhor.
Quando acabámos de almoçar a senhora disse-me que tinha de ir comprar uma botija de gáz a uma mercearia ali perto. Prontifiquei-me imediatamente para a ajudar. Levei a bilha vazia e carreguei de volta a bilha cheia. A senhora ficou agradecidíssima, eu agradeci o almoço e quando ía a saír a senhora perguntou-me se tinha onde jantar. Encolhi os ombros e respondi que não, que enquanto o dinheiro não chegasse...
Então vens jantar connosco.
Sorri-me, agradeci novamente e lá fui, rumo à praia.
Ena pá!!!! Agora sim... isto agora está bom... ha bifas com fartura... então bora lá escolher uma que dê nas bistinhas. Olhei, olhei e lá escolhi uma para me aproximar.
Assentei a toalha, fiz-me notar, não ligou pêvas, lia um livro, fui olhando, sentando, deitando, até que me deu para tentar o contacto... in english... bah!!! respondeu-me secamente, em portugues.
Oh cum carambas, não acerto uma.!
Bom, andei por ali, à deriva, senta aqui, senta acolá, bitaite a esta, bitaite àquela, e nada de acertar com o alvo.
Chegado o fim do dia, lá me encaminhei de novo para casa da minha "assistente social! :)))))
Que tinha estado na praia. Que fiz muito bem, porque no Algave só praia mesmo, que ainda não tinha chegado o vale, que a filha estáva quase a chegar a casa.
A filha?
Oh larecas... a senhora tem uma filha... hummmm, isso é bom, muito bom, vamos lá ver que tal é a filha.
Conversa para aqui, conversa para acolá, que era viúva ha 11 anos, que a filha tinha 20, trabalhava, que nunca tinha ído a Lisboa, e que eu podia dormir em casa dela aquela noite, que amanhã o dinheiro chegava e então já me podia orientar melhor, tal e coisa, coisa e tal, até que chega a filha.
Oh que rica filhinha!!!
A mocinha fica surpreendidíssima com a minha presença e a mamãe lá vai explicando como pode, a minha presença. No final, a garina lança-me um olhar de desprezo por cima do ombro, assim como a dizer-me: ouve lá pázinho... isto aqui não é uma sucursal da santa casa da misericórdia, vê lá se te fazes à vidinha, porque para xular a cota já cá estou eu.
Topei-a, mas aguentei-me à bronca.
Jantámos e quase que só dei atenção ao que a mãe me dizia. Isso deve ter provocado alguma sensação de ciúme na pita, porque estava sempre a tentar "meter a colherada" ao que eu respondia com um sorriso displicente.
Terminado o jantar, ofereci-me para ajudar na lavágem da loiça, mais por cortezia que por evidênte necessidade, a senhora riu-se e agradeceu, mas não aceitou. Em seguida perguntei-lhe se não se importava que saísse para tomar café, e perguntei-lhe a que horas poderia voltar. Disse-me que habitualmente não se deitava antes da meia-noite. Antes de sair, a filha perguntou-me onde iria tomar café. Respondi-lhe que ainda não sabia, que não conhecia os cafés. Depois, soltei uma gargalhada e declarei: desculpem, esqueci-me que não tenho dinheiro sequer para a bica, afinal vou só dar uma volta por aí. A senhora abanou a cabeça, disse qualquer coisa a respeito da cabeça de vento dos jovens e deu dinheiro à filha para irmos os dois beber café. Não venham tarde, pediu.
E lá fomos, rumo ao centro de Portimão a uma esplanada.
De início a conversa foi quase forçada, a mocinha mostrava-se demasiado reservada e quando já estava a pensar como devia descartar-me dela, sem quê nem porquê tornou-se mais amigável, mais interessada em estabelecer conversa.
Aos poucos comecei a dedicar-lhe mais atenção, até que comecei a encontrar sinais de interesse na nossa conversa. Falou-me da morte do pai, do tipo de vida que levava, do relacionamento com a mãe, etc.
O tempo acabou por passar rápido e depressa a meia noite se apróximou. Ao regressarmos a casa, ainda lhe disse que se tivesse dinheiro, o que fazia era ir para uma discoteca.
Quando subíamos a escada do prédio, repentinamente, disse-me: olha vamos sobir até ao terraço, quero mostrar-te uma coisa.
Terraço?
Ah sim? Este prédio tem terraço?
Tem, anda.
E tinha mesmo!
;)))
Avistava-se a foz do rio Arade e os telhados dos prédios vizinhos, era uma noite de verão daquelas que nos convidam a voar pela esfera sideral e que nos deixa suspeitar se efectivamente, seremos descendentes de antigos deuses astronautas.
Rápidamente segurámos a mão um do outro, tão rápidamente quanto os nossos lábios demoraram a unir-se e as nossas mãos irrequietas a descobrir a anatomia um do outro.
Derrepente, um sobressalto: e se vem alguem? e a hora, já passava da meia-noite?
Mais um beijo longo, mais uma corrida louca de mãos em todos os locais desejados e proibidos, arfejos e suspiros, desejos e apertos. Depois a resolução dela, temos de ir.
Segui-a, meio inebriado, meio apalermado. Ao chegar a casa a senhora, tinha preparado uma cama na marquise para mim, ainda me pediu desculpa por ser tão modesta. Meio atabalhoadamente, respondi-lhe que não se incomodasse, que estava muito bem assim.
Cada uma, mãe e filha dirigiram-se ao seu quarto, deixando-me em luta com os meus desejos incontidos e os receios de procurar de novo a mocinha, esperando ainda que fosse ela a tomar a iniciativa de me procurar na marquise.
Como não conseguia adormecer, nem parar quieto na cama, levantei-me e fui colocar-me à janela, fazendo algum barulho para que ela soubesse que a esperava.
Passou algum tempo e nada. Num repente de coragem louca dirigi-me à janela do quarto dela, que dava para a marquise e chamei baixinho. Não obtive resposta. Talvez embalado pelo romance do Romeu e da Julieta, atrevi-me... saltei a janela. Ela fingiu-se surpreendida e zangada, insisti, entrei na cama dela, disse-lhe que estava apaixonado, tentei beija-la, afastou-me, mas percebi que não o fazia com determinação, insisti, cedeu, concedeu, em seguida puxou-me, aceitou-me recebeu-me, amámo-nos. Uma e outra vez, depois, obrigou-me a jurar que ía voltar para a minha cama e que não ía falar nada sobre o assunto. Ainda tentei que mudasse de ideias, beijei-a mais e mais, até que me expulsou com dureza.
Voltei para a marquise, mas o sono não vinha... aproximei-me de novo da janela dela, chamei baixinho, não me deu resposta.
Na manhã seguinte, encontrámo-nos na cozinha para o pequeno almoço. Não trocámos uma palavra, para além do meu bom-dia. A mãe manteve-se calada tambem. Primeiro saíu a filha para trabalhar, despediu-se com um até logo, mãe. Em seguida saímos nós, eu e a mãe. À porta do prédio disse-me, não vale a pena ires aos correios antes das 5 da tarde, nem mais uma palavra.
Percebi que naquele dia, não ía haver almoço para ninguem.
Derrepente tive uma ideia excelente! Fui até à doca onde os barcos de pesca descarregavam o peixe e esperei até conseguir um peixe para o almoço. Naquela altura, já nem a praia, nem as camónes prendiam a minha atenção. A meio da manhã consegui um peixe, aliás um peixão. Uma xaputa enorme, um peixe espalmado, prateado que eu nem conhecia. Ri-me comigo mesmo, pensei... xaputa?! o nome pode ser um bom preságio!!!
;))))
Peguei no peixe e fui até um sapal onde hoje se localiza a marina de Portimão, coloquei o peixe em cima de umas ervas à sombra e fui recolher paus para fazer uma fogueira. Ao meio dia estava a assar o peixe, encarnando a figura de um nómada em plena travessia do deserto. Depois de assado, comi o peixinho à mão. Uma lambuzisse completa, mas que encarei com uma valente dose de humor.
A noite anterior não me saía da cabeça, o desejo de voltar a encontrar a filha da senhora, superava outra coisa qualquer. Fiquei por ali um bom bocado a olhar os barcos que entravam e saíam do rio, as águas que corriam, a passarada à volta, etc. Antes de voltar aos correios, ainda passei pela Rocha, mas o areal já não me disse nada, nem as estranjas nas esplanadas dos bares. Deambulei até à estação dos correios. Ao chegar, encontrei duas pessoas para serem atendidas, esperei. Enquanto esperava, notei os olhares hostis que a senhora me lançava, percebi que ía ter complicações. Chegando a minha vez, sem mais palavras a senhora estendeu-me um talão para eu assinar e começou a contar as notas... 500 escudos... porreiro já me dava para muita coisa. Colocou o dinheiro em cima do balcão, recolheu o talão assinado, olhou para mim muito séria e com cara de poucos amigos e avisou-me: olha meu menino, tenho aqui a morada dos teus pais em Lisboa, portanto ficas a saber, se houver problemas com a minha filha, os teus pais vão saber de tudo e vão ter de resolver a situação.
Foi como se tivesse levado um estaladão que me tivesse virado a cabeça ao contrário. E ainda rematou: não se pode ser bom para ninguem... ajudei-te e pagaste-me daquela maneira?! Vai-te embora... desaparece daqui e livra-te de voltares a minha casa, se voltares, já sabes, chamo a polícia.
Saí da estação e senti-me destroçado, esmagado, injustiçado e tremendamente envergonhado. Quase automáticamente cheguei até à mota, montei-me e comecei a conduzir sem destino. Quando dei por mim, estava em Lagos, sentei-me à beira do rio, sem notar nada do que me rodeava, nem pessoas nem nada, tinha só o olhar fixo no movimento das águas do rio. Às tantas, um bêbado, ou um louco, ou as duas, ou nenhuma das duas, sentou-se ao meu lado e começou a falar de coisas que eu não percebia o sentido, mas que foram aos poucos captando a minha atenção. Falou, falou e comecei a achar piada ao sotaque, era um tipo inglês que veio ao Algarve e se foi deixando ficar por ali. Vivia de tudo e de nada, como ele próprio dizia. Passado um bocado, tirou do bolso de dentro do blusão o resto de uma sandes e ofereceu-me. Peguei na oferta, atirei com ela para o rio e disse-lhe, fica para os peixes, pá. Nós vamos mas é os dois jantar a um restaurante, pago eu, bora!
Levantou-se, sempre a tagarelar coisas para as quais eu não conseguia achar um sentido e lá fomos à procura de um restaurante. Acabámos numa tasca que ele conhecia, voltei a jantar peixe, ele pediu um prato com: alface, cenoura, azeitonas, beterraba e queijo. Partimos o côco a rir os dois, um com o outro, bebemos umas cervejolas valentes e voltámos para o centro de Lagos.
Andámos por ali a cheirar o ambiente, eu a meter-me com a estranjas e elas a mandarem-me bugiar, ele a debitar coisas malucas sem sentido. Já de madrugada, perguntou-me se queria ir dormir a casa dele... Oh pá, isso agora é que é mais complicado, pensei... o gajo era um homem e eu, um chavaleco. Mas, rejeitar a oferta, podia revelar-se improcedente. Como sempre fui um tipo temerário e um tanto inconsequente, lá o fui seguindo até à casa dele. Bom, a casa, não era mais que 4 barrotes de madeira, cravados no chão, com umas telhas de zinco a fazer de telhado e, espalhados pelo chão ao lado de um colchão, montes de cartões, sacos, panos, cobertores, roupas, etc.
Chegados lá, sentou-se no colchão, descalçou as botas, puxou um cobertor e aninhou-se. Fiquei ali a olhar para tudo aquilo e qual é o meu espanto, quase instantâneamente o meu amigo desata a ressonar.
Pimba!
Então, peguei no meu dinheiro, tirei uma nota de 100 escudos, coloquei-a em cima do colchão ao lado dele, com uma pedra por cima e dei de frosques.
Voltei a montar-me na minha moto e rumei a Lisboa. Cheguei a Alcácer do Sal, seríam umas 8 horas da matina. Entrei num café, fui à casa de banho lavar a cara e as mãos e quando me vi ao espelho, estáva com um ar desgraçado.
Então decidi, vou tomar o pequeno almoço e ver se encontro uma pensão para alugar um quarto e dormir um bocado.
Assim foi, lá aluguei um quarto, tomei um bom banho, coloquei o sono em dia e voltei a casa, onde entrei triunfalmente mesmo a tempo da hora do jantar.
A minha mãe preocupadíssima, não parava de fazer perguntas, o meu pai, olhava-me de ladécos e quase não aguentáva a vontade de rir. Quando voltei a caír na cama, foi novamente tiro e queda.
;))))
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Sou... somos
Sou... um sobreiro solitário
enraizado na secura da planície
À minha volta, o torrão gregário
Que se soltou da terra, canície
Esse torrão desagregado
Como eu, solitário companheiro
Persistente desterrado
D'este deserto, marinheiro
Sou... a sombra rotativa
Que acolhe o sol à volta
Sempre achada, prestativa
Em grandes mistérios envolta
E tu... quem és?
enraizado na secura da planície
À minha volta, o torrão gregário
Que se soltou da terra, canície
Esse torrão desagregado
Como eu, solitário companheiro
Persistente desterrado
D'este deserto, marinheiro
Sou... a sombra rotativa
Que acolhe o sol à volta
Sempre achada, prestativa
Em grandes mistérios envolta
E tu... quem és?
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Existências
Se existem flores,
selvagens
Armadas de espinhos,
mansos
Se existem rios,
sem margens
Se existem amores,
descansos
Porque suporto as dores
Porque tremo junto às margens
Porque não me aqueço nos frios
E de te olhar não me canso?
selvagens
Armadas de espinhos,
mansos
Se existem rios,
sem margens
Se existem amores,
descansos
Porque suporto as dores
Porque tremo junto às margens
Porque não me aqueço nos frios
E de te olhar não me canso?
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Onde ?
Devoto do vento
Cavaleiro alado
Liberto do tempo
Eterno,incomeçado
Em esferas armilares
Buscando as razões
Caminhos estrelares
Entre constelações
Lutando pela vida
Ignoto dos tempos
Perdendo a corrida
Que destroi os mais lentos
Já sem paixão
De alma quebrada
Arrastando pelo chão
A lança cansada
Sobre um penedo..
No topo do mundo
Olhando sem medo
O futuro...profundo
Cavaleiro alado
Liberto do tempo
Eterno,incomeçado
Em esferas armilares
Buscando as razões
Caminhos estrelares
Entre constelações
Lutando pela vida
Ignoto dos tempos
Perdendo a corrida
Que destroi os mais lentos
Já sem paixão
De alma quebrada
Arrastando pelo chão
A lança cansada
Sobre um penedo..
No topo do mundo
Olhando sem medo
O futuro...profundo
segunda-feira, 30 de novembro de 2009
as patas do c...
Um certo toureiro da nossa praça, que já conhecera altos momentos de glória, começou inexplicávelmente a ter más actuações. A crítica, implacável, apontáva-lhe impiedosa diversos defeitos, os quais seriam a causa dos últimos insucessos.
Um dia, ao terminar mais uma actuação sem grande valor reconhecido, foi abordado por um jornalista "expert" em matéria de tauromaquia.
O jornalista abordou de imediato o tema das fracas actuações, sugerindo que o toureiro avançasse uma explicação para o facto, mas antes de obter uma resposta, adiantou logo uma observação pessoal: «será que o facto de o seu cavalo coxear, pode ser o motivo de uma lide tão fraca ?»
-Sim, realmente o cavalo está ligeiramente côxo de uma pata, mas manqueia das outras cinco!
A resposta foi alvo de chacota durante algum tempo, no meio taurino.
Passado algum tempo este cavaleiro retirou-se das praças e dos espectáculos, dedicando-se exclusivamente à ganadaria e à criação e treino de cavalos.
Numa outra entrevista a outro toureiro de renome, o mesmo jornalista, feliz pelo sucesso que obtivera relembrou sarcásticamente e com muito ênfase o caso do cavaleiro passado.
Este que estava a ser entrevistado na altura e em directo, deixou-o exuberar à vontade sobre o assunto e no final, olhado-o de frente, respondeu-lhe: Você nem parece um homem deste meio. É que não percbeu mínimamente a resposta do cavaleiro "X". Nunca lhe passou mínimamente que ele saiba na realidade que o cavalo possuí somente 4 patas?
O que ele lhe quis dizer, é que, cavaleiro e cavalo, são um só quando estão em praça e enfrentam o toiro. Se um deles mancar, manqueiam ambos.
É obvio que o famoso jornalista enfiou a viola no saco e foi tocar para outra freguezia...
Um dia, ao terminar mais uma actuação sem grande valor reconhecido, foi abordado por um jornalista "expert" em matéria de tauromaquia.
O jornalista abordou de imediato o tema das fracas actuações, sugerindo que o toureiro avançasse uma explicação para o facto, mas antes de obter uma resposta, adiantou logo uma observação pessoal: «será que o facto de o seu cavalo coxear, pode ser o motivo de uma lide tão fraca ?»
-Sim, realmente o cavalo está ligeiramente côxo de uma pata, mas manqueia das outras cinco!
A resposta foi alvo de chacota durante algum tempo, no meio taurino.
Passado algum tempo este cavaleiro retirou-se das praças e dos espectáculos, dedicando-se exclusivamente à ganadaria e à criação e treino de cavalos.
Numa outra entrevista a outro toureiro de renome, o mesmo jornalista, feliz pelo sucesso que obtivera relembrou sarcásticamente e com muito ênfase o caso do cavaleiro passado.
Este que estava a ser entrevistado na altura e em directo, deixou-o exuberar à vontade sobre o assunto e no final, olhado-o de frente, respondeu-lhe: Você nem parece um homem deste meio. É que não percbeu mínimamente a resposta do cavaleiro "X". Nunca lhe passou mínimamente que ele saiba na realidade que o cavalo possuí somente 4 patas?
O que ele lhe quis dizer, é que, cavaleiro e cavalo, são um só quando estão em praça e enfrentam o toiro. Se um deles mancar, manqueiam ambos.
É obvio que o famoso jornalista enfiou a viola no saco e foi tocar para outra freguezia...
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Ah... e tal
Mordem-me nos lábios
As palavras por dizer
Sons sibilinos ou sábios
Sarcásticos ou afáveis
Que escondo entre dentes
Num claro enraivecer
Travestidos de amáveis
E… sempre, sempre, ardentes
As palavras por dizer
Sons sibilinos ou sábios
Sarcásticos ou afáveis
Que escondo entre dentes
Num claro enraivecer
Travestidos de amáveis
E… sempre, sempre, ardentes
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Vou lá fora ver o tempo...
Neste tempo, em que olhamos o tempo
Sem tempo para dar ao tempo
Pensamos, que bom seria se o tempo,
nos desse tempo, que não se gastasse com o tempo.
Mas o tempo foge-nos no tempo
E deixa-nos sempre sem tempo
Pois um dia, chegará o tempo
Em que nos sobrará o tempo
E, quando não nos faltar o tempo
E olharmos para trás no tempo
Vamos querer ganhar tempo
Vamos tentar enganar o tempo
Um dia que encontre o tempo
para deixar este tempo
Vou lembrar-me d'aquele tempo
Em que brincava com o tempo
Sem tempo para dar ao tempo
Pensamos, que bom seria se o tempo,
nos desse tempo, que não se gastasse com o tempo.
Mas o tempo foge-nos no tempo
E deixa-nos sempre sem tempo
Pois um dia, chegará o tempo
Em que nos sobrará o tempo
E, quando não nos faltar o tempo
E olharmos para trás no tempo
Vamos querer ganhar tempo
Vamos tentar enganar o tempo
Um dia que encontre o tempo
para deixar este tempo
Vou lembrar-me d'aquele tempo
Em que brincava com o tempo
O Sabor da Terra...
Sabe-me a fogo e a brumas
Ao amargo profundo de ruturas
Que se elevam p'las fendas
Que se espalham nas planuras
Sabe-me a desejo de grandura
A sede, a fome, e a ternura
Quando dela se nota a brandura
Quando ela é toda, completa formusura
Sabe-me a terra a suor
Ou a vento e descampado
Mas sabe-me muito melhor
Se a saboreio ao teu lado
Sabe-me a terra a magia
Quando a seguir à chuvada
Quando o verde se anima
Quando a noto fecundada
Sabe-me a terra a orgulho
com laivos de admiração
Quando nela as mãos mergulho
Quando dela extraio o pão
Ao amargo profundo de ruturas
Que se elevam p'las fendas
Que se espalham nas planuras
Sabe-me a desejo de grandura
A sede, a fome, e a ternura
Quando dela se nota a brandura
Quando ela é toda, completa formusura
Sabe-me a terra a suor
Ou a vento e descampado
Mas sabe-me muito melhor
Se a saboreio ao teu lado
Sabe-me a terra a magia
Quando a seguir à chuvada
Quando o verde se anima
Quando a noto fecundada
Sabe-me a terra a orgulho
com laivos de admiração
Quando nela as mãos mergulho
Quando dela extraio o pão
sábado, 24 de outubro de 2009
Vou...
Vou, percorrendo infinitos
Voando nas asas de um sonho.
Soletrando antigos desejos.
Em cada amanhecer, risonho
Vou, cavalgando ilusões
Buscando amanhãs vindos de ontem
Apagando as torpes negações
Ateando ainda, as chamas que me lambem
Vou, de olhar fixo na lonjura
Perdendo a noção do que é real
Espraiando-me por inteiro na planura
Da magia de uma aurora boreal.
Voando nas asas de um sonho.
Soletrando antigos desejos.
Em cada amanhecer, risonho
Vou, cavalgando ilusões
Buscando amanhãs vindos de ontem
Apagando as torpes negações
Ateando ainda, as chamas que me lambem
Vou, de olhar fixo na lonjura
Perdendo a noção do que é real
Espraiando-me por inteiro na planura
Da magia de uma aurora boreal.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Azulejos pequeninos
Naquele dia, passei o almoço alheio ao que se passava à mesa, buscando incessantemente o olhar de Izilda, sempre que ela entrava na sala de jantar, transportando bandejas de servir.
Imperturbável, Izilda prestava unicamente atenção aos sinais que a Senhora lhe fazia e mesmo quando me servia, olhava unicamente para os alimentos e nunca para mim.
Foi com imensa dificuldade que acabei a refeição e, acabrunhado recolhi ao meu quarto para a famigerada sesta.
Deitado sobre a cama, de mãos entrelaçadas por trás da cabeça, olhava o tecto abstraídamente, enquanto considerava a hipótese de Izilda se ter zangado, ou de se achar envergonhada, ou mais uma infinidade de outros motivos, para não ter correspondido ao meu olhar durante a duração do almoço.
Naquele dia, o tempo cornometrado da sesta passou sem se notar.
Voltei a tomar consciência dele, quando senti um leve bater na porta do quarto e em seguida apareceu a cabeça loura e a face rosada de Izilda.
- A Senhora pergunta se não vai descer à sala?
- Izilda, podes entrar... quero perguntar-te uma coisa.
- Diga menino...
- Não me trates por menino, sabes o meu nome.
Calou-se e ficou à espera da minha pergunta.
- Quero perguntar-te, porque não olhaste para mim durante o almoço?
- Então, porque estava a trabalhar e a Senhora não permite que me distraia quando estou a servir à mesa, para não cometer nenhum erro. Se o fizer, ela ralha-me.
Naquele momento senti-me envergonhado e ridículo. Era evidente, Izilda estáva certa, não podia distraír-se.
-Ah... está bem, desculpa-me.
- Desculpo o quê, menino?
-Já te pedi para não me tratares por menino. Desculpa, porque pensei que estivesses zangada comigo.
-Zangada porquê, men... Bartolomeu?
Sorri porque finalmente chamou o meu nome.
- Por causa do beijinho...
Sorriu tambem e chegando-se mais a mim, saracoteando ligeiramente as ancas, perguntou: - Gostaste?
Não me deu tempo para responder, colocando uma mão de cada lado do meu rosto, voltou a tocar os seus lábios nos meus, demorando um pouco mais aquele beijo que o anterior no jardim. Depois afastou o rosto sem retirar as mãos, olhou-me e sorriu, um sorriso doce e provocador que não entendi perfeitamente, em seguida aproximou de novo a boca da minha e voltou a beijar, desta vez, mexendo os lábios e tocando com a sua lingua nos meus. Instintivamente abri a boca e recebi a lingua dela dentro da minha. Invadiu-me naquele momento uma sensação indefinível de desejo e de nervoso, uma sensação que me fazia desejar algo que não conseguia identificar, algo que não sabia onde estava, nem o que era.
Izilda prolongou aquele beijo e senti a sua respiração ofegante e quente, senti o seu corpo espalmar-se contra o meu e senti aturdidamente a rijeza dos seus seios contra o meu peito, senti uma vontade imensa de os segurar, de os sentir nas minhas mãos, acho que até desejei beija-los.
Quando levantei as mãos tentando alcançar os seios de Izilda, senti-a desprender-se repentinamente de mim e soltar um risinho nervoso e brincalhão de menina ladina que acaba de cometer uma traquinice. E, em biquinhos de pés, dirigiu-se saltitante até à porta, depois, apontou-me o indicador e avisou-me: - Despacha-te, a Senhora está à tua espera, para irem saír.
...
Imperturbável, Izilda prestava unicamente atenção aos sinais que a Senhora lhe fazia e mesmo quando me servia, olhava unicamente para os alimentos e nunca para mim.
Foi com imensa dificuldade que acabei a refeição e, acabrunhado recolhi ao meu quarto para a famigerada sesta.
Deitado sobre a cama, de mãos entrelaçadas por trás da cabeça, olhava o tecto abstraídamente, enquanto considerava a hipótese de Izilda se ter zangado, ou de se achar envergonhada, ou mais uma infinidade de outros motivos, para não ter correspondido ao meu olhar durante a duração do almoço.
Naquele dia, o tempo cornometrado da sesta passou sem se notar.
Voltei a tomar consciência dele, quando senti um leve bater na porta do quarto e em seguida apareceu a cabeça loura e a face rosada de Izilda.
- A Senhora pergunta se não vai descer à sala?
- Izilda, podes entrar... quero perguntar-te uma coisa.
- Diga menino...
- Não me trates por menino, sabes o meu nome.
Calou-se e ficou à espera da minha pergunta.
- Quero perguntar-te, porque não olhaste para mim durante o almoço?
- Então, porque estava a trabalhar e a Senhora não permite que me distraia quando estou a servir à mesa, para não cometer nenhum erro. Se o fizer, ela ralha-me.
Naquele momento senti-me envergonhado e ridículo. Era evidente, Izilda estáva certa, não podia distraír-se.
-Ah... está bem, desculpa-me.
- Desculpo o quê, menino?
-Já te pedi para não me tratares por menino. Desculpa, porque pensei que estivesses zangada comigo.
-Zangada porquê, men... Bartolomeu?
Sorri porque finalmente chamou o meu nome.
- Por causa do beijinho...
Sorriu tambem e chegando-se mais a mim, saracoteando ligeiramente as ancas, perguntou: - Gostaste?
Não me deu tempo para responder, colocando uma mão de cada lado do meu rosto, voltou a tocar os seus lábios nos meus, demorando um pouco mais aquele beijo que o anterior no jardim. Depois afastou o rosto sem retirar as mãos, olhou-me e sorriu, um sorriso doce e provocador que não entendi perfeitamente, em seguida aproximou de novo a boca da minha e voltou a beijar, desta vez, mexendo os lábios e tocando com a sua lingua nos meus. Instintivamente abri a boca e recebi a lingua dela dentro da minha. Invadiu-me naquele momento uma sensação indefinível de desejo e de nervoso, uma sensação que me fazia desejar algo que não conseguia identificar, algo que não sabia onde estava, nem o que era.
Izilda prolongou aquele beijo e senti a sua respiração ofegante e quente, senti o seu corpo espalmar-se contra o meu e senti aturdidamente a rijeza dos seus seios contra o meu peito, senti uma vontade imensa de os segurar, de os sentir nas minhas mãos, acho que até desejei beija-los.
Quando levantei as mãos tentando alcançar os seios de Izilda, senti-a desprender-se repentinamente de mim e soltar um risinho nervoso e brincalhão de menina ladina que acaba de cometer uma traquinice. E, em biquinhos de pés, dirigiu-se saltitante até à porta, depois, apontou-me o indicador e avisou-me: - Despacha-te, a Senhora está à tua espera, para irem saír.
...
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Azulejos pequeninos
As manhãs, no casarão do Minho, passavam menos opressivas que as tardes, porém, ainda monótonas.
Inavariávelmente, após o pequeno almoço e a determinação das tarefas diárias, a Senhora esgueirava-se por um corredor que, descobri depois, conduzia a uma pequena capela adjacente à casa.
Ali permanecia em meditação e oração durante quase toda a manhã.
Durante esse tempo, saía para o jardim da casa e dava a liberdade possível à irrequietude dos meus 10 anos, explorando os recantos bucólicos do jardim e observando as aves exóticas que habitávam uma gaiola com tamanho de casa de arrumos, toda em pedra granìtica, telhado e uma frontaria em rede metálica, que permitia observar os movimentos dos faisões reais, das araras, e de mais uma quantidade de outras. Por trás da casa dos pássaros, corria um regato, que terminava num pequeno lago, onde me entretinha a colocar paus que imaginava barcos, a descer a corrente, promovendo corridas e passando assim o tempo de férias que decorria enfadonho.
Na manhã seguinte ao incidente da jarra partida, quando me achava sentado sob um carramachão em frente da casa dos pássaros, entretido a observar as aves exóticas, apreceu, vinda do fundo do jardim, Izilda.
Vinha com um ar envergonhado e andar indeciso, fingindo que prestava atenção aos canteiros de flores que ladeavam o caminho em calçada de granito.
Quando chegou a dois passos de mim, parou e, com os olhos colados ao chão e algum rubor nas faces, disse-me: - Obrigada por me ter salvo ontem.
- Fiquei parado a olhar para ela, sentindo-me um Don Quixote que terá salvo das mãos do gigante a sua doce Dolcineia.
- Não precisas agradecer nada, respondi-lhe, eu tambem não gosto da velha, nem da casa, nem da cozinheira, nem do Senhor... so gosto dos pássaros.
E rimo-nos os dois do final da minha resposta.
Izilda aproximou-se um pouco mais e perguntou-me: E de mim, não gostas?
Hesitei por momentos, sentindo o arrepio que a pergunta causou em mim e meio à toa respondi: - Gosto, claro que gosto, e até gosto mais de ti, que dos pássaros.
Voltámos a rir-nos da resposta.
Quando parámos de rir, Izilda sentou-se no banco ao meu lado e perguntou-me:
- Já alguma vez beijaste uma rapariga?
Novo arrepio percorreu-me o corpo e nova resposta hesitante surgiu: - ...já!
- Na boca?
- Na boca, não!
Sem mais perguntas, Izilda aproximou o seu rosto do meu e encostou aos meus os seus lábios, colocando neles um terno beijo.
Em seguida, levantou-se rápidamente e voltou-se para o caminho por onde tinha surgido.
Chamei-a.
Sem parar, avisou: - Tenho de ir já, senão a Jenoveva vem à minha procura.
-Espera, quero falar contigo.
- Depois!
Sentei-me de novo do banco, fiquei longos momentos a tentar perceber o que tinha acontecido durante aqueles breves instantes em que Izilda esteve junto de mim.
Depois, notei com surpreza que as aves tinham interrompido o seu natural e constante cacarejar. Depois, em sobressalto pensei se teria ficado surdo durante aquele tempo!?
...
Inavariávelmente, após o pequeno almoço e a determinação das tarefas diárias, a Senhora esgueirava-se por um corredor que, descobri depois, conduzia a uma pequena capela adjacente à casa.
Ali permanecia em meditação e oração durante quase toda a manhã.
Durante esse tempo, saía para o jardim da casa e dava a liberdade possível à irrequietude dos meus 10 anos, explorando os recantos bucólicos do jardim e observando as aves exóticas que habitávam uma gaiola com tamanho de casa de arrumos, toda em pedra granìtica, telhado e uma frontaria em rede metálica, que permitia observar os movimentos dos faisões reais, das araras, e de mais uma quantidade de outras. Por trás da casa dos pássaros, corria um regato, que terminava num pequeno lago, onde me entretinha a colocar paus que imaginava barcos, a descer a corrente, promovendo corridas e passando assim o tempo de férias que decorria enfadonho.
Na manhã seguinte ao incidente da jarra partida, quando me achava sentado sob um carramachão em frente da casa dos pássaros, entretido a observar as aves exóticas, apreceu, vinda do fundo do jardim, Izilda.
Vinha com um ar envergonhado e andar indeciso, fingindo que prestava atenção aos canteiros de flores que ladeavam o caminho em calçada de granito.
Quando chegou a dois passos de mim, parou e, com os olhos colados ao chão e algum rubor nas faces, disse-me: - Obrigada por me ter salvo ontem.
- Fiquei parado a olhar para ela, sentindo-me um Don Quixote que terá salvo das mãos do gigante a sua doce Dolcineia.
- Não precisas agradecer nada, respondi-lhe, eu tambem não gosto da velha, nem da casa, nem da cozinheira, nem do Senhor... so gosto dos pássaros.
E rimo-nos os dois do final da minha resposta.
Izilda aproximou-se um pouco mais e perguntou-me: E de mim, não gostas?
Hesitei por momentos, sentindo o arrepio que a pergunta causou em mim e meio à toa respondi: - Gosto, claro que gosto, e até gosto mais de ti, que dos pássaros.
Voltámos a rir-nos da resposta.
Quando parámos de rir, Izilda sentou-se no banco ao meu lado e perguntou-me:
- Já alguma vez beijaste uma rapariga?
Novo arrepio percorreu-me o corpo e nova resposta hesitante surgiu: - ...já!
- Na boca?
- Na boca, não!
Sem mais perguntas, Izilda aproximou o seu rosto do meu e encostou aos meus os seus lábios, colocando neles um terno beijo.
Em seguida, levantou-se rápidamente e voltou-se para o caminho por onde tinha surgido.
Chamei-a.
Sem parar, avisou: - Tenho de ir já, senão a Jenoveva vem à minha procura.
-Espera, quero falar contigo.
- Depois!
Sentei-me de novo do banco, fiquei longos momentos a tentar perceber o que tinha acontecido durante aqueles breves instantes em que Izilda esteve junto de mim.
Depois, notei com surpreza que as aves tinham interrompido o seu natural e constante cacarejar. Depois, em sobressalto pensei se teria ficado surdo durante aquele tempo!?
...
domingo, 18 de outubro de 2009
Azulejos pequeninos
Na casa de banho, gosto de azulejos pequenos nas paredes.
Fui uma criança saudável mas, todos os anos era levado ao médico, antes do final do ano lectivo. Foi um ritual que se repetiu e manteve, até fazer 11 anos. Todos os anos, o Dr. Martins, aconselhava que fizesse um período de férias no campo e outro na praia. E lá ía imperterívelmente para casa de minha avó materna, numa aldeia na falda da Serra da Estrela. Um ano, porém, a estadia alterou-se e fui "remetido" para casa de um casal amigo da família, que passava temporadas na sua casa mesmo à beirinha do rio Minho.
Uma casa enorme, monótona e constrangedora. O casal não tinha filhos. Na casa habitávam somente eles, um motorista a que chamavam chaufeur e duas criadas, uma velha, cuja função consistia exclusivamente em preparar as refeições e uma novinha que servia à mesa, limpava o pó, fazia as camas e ouvia extensos raspanetes da Senhora.
O nome dela era Izilda e ganhava-me uns 5 anitos na idade-
O Senhor, saltava da cama muito cedo e pirava-se para Espanha, regressava raramente para almoçar. Quando um dia ao pequeno almoço perguntei se podia acompanha-lo, respondeu-me a Senhora que não, o Senhor ía tratar de negócios.
Depois do almoço, aquela casa enorme adquiria um ambiente sepulcral, era a hora da sesta. Uma hora e meia de repouso forçado em que era terminantemente proíbido provocar-se o mínimo ruído.
Uma tarde, depois do famigerado período de repouso, sentado no sofá de uma das salas da casa, no meio de um silêncio morno, ouvia a Senhora ler alto Júlio Dinis, Uma Família Inglesa e tentava desesperadamente não adormecer. De súbito, ouviram-se vozes no corredor e em seguida um bater leve na porta.
-Entre!
-Dá-me licença minha Senhora?
-Entre Jenoveva, que se passa?
-Foi a Izilda que partiu a jarra de flores que estáva no quarto do menino.
Izilda, de faces afogueadas, especada 2 passos atrás da Jenoveva, de olhos cravados na carapete Persa da sala, retorcia os dedos de nervoso e parecia que a todo o momento iría irromper em choro.
-Pode ir Jenoveva, eu falo com a Izilda.
Depois da cozinheira da casa sair, a Senhora, olhando com rispidez para Izilda, preparou-se para dar início a nova sessão de ralhos.
-Agora nós. Disparou, severamente na direcção de Izilda.
Antes que a moça abrisse a boca, pedi licença e, dirigindo-me à Senhora, disse meio atabalhoadamente: - A Izilda não teve culpa!
A Senhora, olhou-me de imediato com estranheza e Izilda, com um ar aparvalhado começou a chorar.
-Pare de chorar Izilda.
E voltando-se para mim, colocou um olhar perscrutador e quase soletrando as palavras, perguntou-me: - A Izilda não teve culpa de partir a jarra? Porque dizes isso Bartolomeu?
Voltei a gaguejar e, remexendo o cu no assento titubeei: - Não teve culpa, porque não foi ela que partiu a jarra.
-Ah sim? Essa revelação é espantosa. Então quem terá sido o autor do estrago?
- Ehhhh... fui eu.
-Ah sim? E como foi que isso aconteceu?
- Ehhhh... tropecei na carpete e fui de encontro à mesa e depois a jarra caíu.
- Hmmmm, muito bem. Então partiste a jarra e depois esqueceste-te de dizer, foi isso?
- Foi! Foi isso mesmo, peço muita desculpa. Respondi vertiginosamente.
Muito bem, nesse caso pode ir Izilda, volte para o seu serviço.
Se até ali não tinha guardado uma única palavra das que a Senhora lera, a partir daquele momento, deixei de ouvir a sua voz.
...
Fui uma criança saudável mas, todos os anos era levado ao médico, antes do final do ano lectivo. Foi um ritual que se repetiu e manteve, até fazer 11 anos. Todos os anos, o Dr. Martins, aconselhava que fizesse um período de férias no campo e outro na praia. E lá ía imperterívelmente para casa de minha avó materna, numa aldeia na falda da Serra da Estrela. Um ano, porém, a estadia alterou-se e fui "remetido" para casa de um casal amigo da família, que passava temporadas na sua casa mesmo à beirinha do rio Minho.
Uma casa enorme, monótona e constrangedora. O casal não tinha filhos. Na casa habitávam somente eles, um motorista a que chamavam chaufeur e duas criadas, uma velha, cuja função consistia exclusivamente em preparar as refeições e uma novinha que servia à mesa, limpava o pó, fazia as camas e ouvia extensos raspanetes da Senhora.
O nome dela era Izilda e ganhava-me uns 5 anitos na idade-
O Senhor, saltava da cama muito cedo e pirava-se para Espanha, regressava raramente para almoçar. Quando um dia ao pequeno almoço perguntei se podia acompanha-lo, respondeu-me a Senhora que não, o Senhor ía tratar de negócios.
Depois do almoço, aquela casa enorme adquiria um ambiente sepulcral, era a hora da sesta. Uma hora e meia de repouso forçado em que era terminantemente proíbido provocar-se o mínimo ruído.
Uma tarde, depois do famigerado período de repouso, sentado no sofá de uma das salas da casa, no meio de um silêncio morno, ouvia a Senhora ler alto Júlio Dinis, Uma Família Inglesa e tentava desesperadamente não adormecer. De súbito, ouviram-se vozes no corredor e em seguida um bater leve na porta.
-Entre!
-Dá-me licença minha Senhora?
-Entre Jenoveva, que se passa?
-Foi a Izilda que partiu a jarra de flores que estáva no quarto do menino.
Izilda, de faces afogueadas, especada 2 passos atrás da Jenoveva, de olhos cravados na carapete Persa da sala, retorcia os dedos de nervoso e parecia que a todo o momento iría irromper em choro.
-Pode ir Jenoveva, eu falo com a Izilda.
Depois da cozinheira da casa sair, a Senhora, olhando com rispidez para Izilda, preparou-se para dar início a nova sessão de ralhos.
-Agora nós. Disparou, severamente na direcção de Izilda.
Antes que a moça abrisse a boca, pedi licença e, dirigindo-me à Senhora, disse meio atabalhoadamente: - A Izilda não teve culpa!
A Senhora, olhou-me de imediato com estranheza e Izilda, com um ar aparvalhado começou a chorar.
-Pare de chorar Izilda.
E voltando-se para mim, colocou um olhar perscrutador e quase soletrando as palavras, perguntou-me: - A Izilda não teve culpa de partir a jarra? Porque dizes isso Bartolomeu?
Voltei a gaguejar e, remexendo o cu no assento titubeei: - Não teve culpa, porque não foi ela que partiu a jarra.
-Ah sim? Essa revelação é espantosa. Então quem terá sido o autor do estrago?
- Ehhhh... fui eu.
-Ah sim? E como foi que isso aconteceu?
- Ehhhh... tropecei na carpete e fui de encontro à mesa e depois a jarra caíu.
- Hmmmm, muito bem. Então partiste a jarra e depois esqueceste-te de dizer, foi isso?
- Foi! Foi isso mesmo, peço muita desculpa. Respondi vertiginosamente.
Muito bem, nesse caso pode ir Izilda, volte para o seu serviço.
Se até ali não tinha guardado uma única palavra das que a Senhora lera, a partir daquele momento, deixei de ouvir a sua voz.
...
sábado, 17 de outubro de 2009
Lá... onde o sonho se encontra.
Sobeja ainda um crepúsculo,
nessa hora em que o canto das cigarras se tolhe.
Em que o mundo, num suspiro se recolhe e,
a paz tenebrosa do escuro, busca as almas desgarradas, que recolhe.
Sobeja ainda um breve crepúsculo,
quando sentada na varanda, recolhes da memória,
pedaços empoeirados de uma já longa história.
Sonhada e não vivida, num quadro de alegria irrisória.
Sobeja ainda um já quase invisível crepúsculo,
quando exausta, colocas entre as rugas do teu rosto, um sorriso.
E de olhos fechados, embarcas nesse sonho, que te leva ao paraíso.
nessa hora em que o canto das cigarras se tolhe.
Em que o mundo, num suspiro se recolhe e,
a paz tenebrosa do escuro, busca as almas desgarradas, que recolhe.
Sobeja ainda um breve crepúsculo,
quando sentada na varanda, recolhes da memória,
pedaços empoeirados de uma já longa história.
Sonhada e não vivida, num quadro de alegria irrisória.
Sobeja ainda um já quase invisível crepúsculo,
quando exausta, colocas entre as rugas do teu rosto, um sorriso.
E de olhos fechados, embarcas nesse sonho, que te leva ao paraíso.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Poema com rima...
Solidariedade:
Solidariedade, rima com verdade:
A verdade que a transparência dos teus olhos reflecte, quando me mostra o mais profundo da tua alma.
A verdade que me faz acreditar na pureza de algo indefinível, mas que sei, brota do mais íntimo do nosso ser.
Solidariedade, rima com tranquilidade:
A tranquilidade que a tua mão me oferece quando segura a minha, e me dá a confiança necessária para enfrentar e vencer as dificuldades que ao longo da vida, vão surgindo.
A tranquilidade que a tua palavra de apoio e aconselhadora, me oferece, quando me encontro indeciso, duvidando muitas vezes se serei capaz, e tu me afirmas que sim.
Solidariedade, rima com amizade:
A amizade que nasce e se reforça, que cresce e adquire a dimensão e a força de uma montanha.
A amizade que resiste ao tempo e à acção dos elementos mais agrestes e destrutivos, mantendo-se sempre pura e luminosa.
A amizade que me ajuda a sorrir nos momentos menos felizes.
A amizade que não me deixa desanimar quando os desafios parecem grandes demais para o meu tamanho.
Solidariedade, rima com fraternidade:
A fraternidade que nos une e nos iguala.
A fraternidade que destrói diferenças e nos eleva, nos permite sair da mediocridade e nos impregna dos sonhos que nos permitem desejar construir o futuro.
A fraternidade que nos ensina a conhecer a verdadeira dimensão do ser humano e nos dá asas suficientemente fortes, capazes de nos sustentar durante o voo que devemos cumprir, e nos leva a atravessar oceanos de esperança.
Solidariedade, rima com verdade:
A verdade que a transparência dos teus olhos reflecte, quando me mostra o mais profundo da tua alma.
A verdade que me faz acreditar na pureza de algo indefinível, mas que sei, brota do mais íntimo do nosso ser.
Solidariedade, rima com tranquilidade:
A tranquilidade que a tua mão me oferece quando segura a minha, e me dá a confiança necessária para enfrentar e vencer as dificuldades que ao longo da vida, vão surgindo.
A tranquilidade que a tua palavra de apoio e aconselhadora, me oferece, quando me encontro indeciso, duvidando muitas vezes se serei capaz, e tu me afirmas que sim.
Solidariedade, rima com amizade:
A amizade que nasce e se reforça, que cresce e adquire a dimensão e a força de uma montanha.
A amizade que resiste ao tempo e à acção dos elementos mais agrestes e destrutivos, mantendo-se sempre pura e luminosa.
A amizade que me ajuda a sorrir nos momentos menos felizes.
A amizade que não me deixa desanimar quando os desafios parecem grandes demais para o meu tamanho.
Solidariedade, rima com fraternidade:
A fraternidade que nos une e nos iguala.
A fraternidade que destrói diferenças e nos eleva, nos permite sair da mediocridade e nos impregna dos sonhos que nos permitem desejar construir o futuro.
A fraternidade que nos ensina a conhecer a verdadeira dimensão do ser humano e nos dá asas suficientemente fortes, capazes de nos sustentar durante o voo que devemos cumprir, e nos leva a atravessar oceanos de esperança.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Travessia
Na feira-livre do capaz
Correm pregões e pragas,
ralhos encrespados, pelo ar
“Vende-se menina e rapaz”
Para encher de gente as praças
E pôr este país, de novo a andar
Na feira-livre da insensatez
Acotovelam-se o brado, o fado,
o frio, o fogo e a paixão
Esmorece o desejo, da prenhez
de um colectivo meio atordoado
Que andrajos, arrasta pelo chão
Na feira-livre da esperança
Cerram-se dentes, sobem-se mangas
Lavra-se a terra, fazem-se filhos
Sustem-se de todos a temperança
Talham-se vestes, rasgam-se as tangas
Abrem-se de novo, futuros trilhos
Na feira-livre da verdade…
Olham-se os olhos com amor
Oferecem-se carinho e bondade
Dão-se as mãos da liberdade
Enfrenta-se o futuro, sem temor
Correm pregões e pragas,
ralhos encrespados, pelo ar
“Vende-se menina e rapaz”
Para encher de gente as praças
E pôr este país, de novo a andar
Na feira-livre da insensatez
Acotovelam-se o brado, o fado,
o frio, o fogo e a paixão
Esmorece o desejo, da prenhez
de um colectivo meio atordoado
Que andrajos, arrasta pelo chão
Na feira-livre da esperança
Cerram-se dentes, sobem-se mangas
Lavra-se a terra, fazem-se filhos
Sustem-se de todos a temperança
Talham-se vestes, rasgam-se as tangas
Abrem-se de novo, futuros trilhos
Na feira-livre da verdade…
Olham-se os olhos com amor
Oferecem-se carinho e bondade
Dão-se as mãos da liberdade
Enfrenta-se o futuro, sem temor
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
E...
Ao fundo deste caminho está o mar
Já o oiço daqui, forte a ribombar
Noto-lhe o cheiro, solto pelo ar
Vejo nele, os reflexos de sol a faíscar
Ao fundo desse mar, vejo o horizonte
Atrás de mim ergue-se alto, esse monte
Onde nasce o fio cristalino d'esta fonte
De onde vim? dessa casa ali defronte
E...
Quedo-me, imóvel, apático num desespero
Aguardo em silêncio, torno-me áspero
Condenando o eu que vitupero
Enquanto do infinito te espero
Já o oiço daqui, forte a ribombar
Noto-lhe o cheiro, solto pelo ar
Vejo nele, os reflexos de sol a faíscar
Ao fundo desse mar, vejo o horizonte
Atrás de mim ergue-se alto, esse monte
Onde nasce o fio cristalino d'esta fonte
De onde vim? dessa casa ali defronte
E...
Quedo-me, imóvel, apático num desespero
Aguardo em silêncio, torno-me áspero
Condenando o eu que vitupero
Enquanto do infinito te espero
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
E dançámos...
Ouvi-a chamar, saí.
Lá estava, altíssima, brilhante, envolta por véus transparentes que deixavam adivinhar-lhe os contornos do corpo.
Ao ver-me riu-se e de imediato deu início a uma dança de enfeitiçar, escondendo-se e revelando-se, fingindo que não me via observa-la.
De cá, gritei-lhe.
Desce, vem dançar comigo!
Riu-se mais ainda, rodopiou e num gesto largo, respondeu-me.
Vem, sobe até mim e vem dançar.
Fechei os olhos e senti elevar-me no espaço, leve, rápido, nu... e dançámos.
domingo, 4 de outubro de 2009
Lá, no infinito
Olho através das janelas da tua alma e descubro o caminho para o paraíso.
Inalo o aroma que se solta dos teus cabelos e invento a chegada da Primavera.
Percorres-me a pele com a suavidade dos teus dedos e sinto o arrepio da paixão.
Invento-te e inventas-me a cada instante, reconheço a grandez a da Criação no explendor de cada beijo teu.
Inalo o aroma que se solta dos teus cabelos e invento a chegada da Primavera.
Percorres-me a pele com a suavidade dos teus dedos e sinto o arrepio da paixão.
Invento-te e inventas-me a cada instante, reconheço a grandez a da Criação no explendor de cada beijo teu.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
Do Paradoxo...
Da acção à inacção
Do parar e observar,
ao movimento do olhar
Vai um ápice, uma fracção
Vão dois tempos enovelados
que nos fogem à percepção,
nos arrebatam e castigam
Nos agridem e nos afagam
Como o som de uma canção,
ou, um segredo irrevelado!
Do parar e observar,
ao movimento do olhar
Vai um ápice, uma fracção
Vão dois tempos enovelados
que nos fogem à percepção,
nos arrebatam e castigam
Nos agridem e nos afagam
Como o som de uma canção,
ou, um segredo irrevelado!
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Da Lua... À Lua!
(ampliem a imágem até à exaustão)
Hoje, ao saír de casa ainda cedo, notei a sua presença.
Pairava la no alto, magnífica, brilhante, guardiã de segredos e feitiços, senhora plena de destinos, reguladora constante de marés.
Saí sem vontade de sair, sem vontade de abandonar a largueza do espaço e vir mergulhar no campo dos que arrastam a vontade, dos que contrariam o desejo, dos que amarrotam o sonho e se entregam contrariados à função de esgravatar, arranhando com os dedos descarnados o lixo social acumulado e guardado ao longo de gerações que fazem desse lixo a sua fantasiosa subsistência.
Se sou teu prisioneiro, disse-lhe. Serás minha também.
E... click!
Aqui está ela... é minha!
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
A Grande Selvagem
segunda-feira, 25 de maio de 2009
...
Ah se eu conhecesse a magia
Para conquistar-te o coração
Se eu soubesse uma fantasia
Que te roubasse a razão...
Se eu possuísse guardada
A varinha de condão
Que ao tocar-te minha amada
Fizesse nascer-te a paixão...
Ah se eu soubesse das estrelas
Retirar todo o seu brilho
Para preencher estas telas
Que pinto seguindo o teu trilho...
Aguarelas de sonhos encantados
Com tons fortes e plangentes,
De beijos longos, alucinados
Em noites encantadas e quentes...
Ah se eu descobrisse o feitiço
Que te conquistasse a alma...
E esse teu corpo mestiço
Ou então... me matasse este amor que não se acalma.
Para conquistar-te o coração
Se eu soubesse uma fantasia
Que te roubasse a razão...
Se eu possuísse guardada
A varinha de condão
Que ao tocar-te minha amada
Fizesse nascer-te a paixão...
Ah se eu soubesse das estrelas
Retirar todo o seu brilho
Para preencher estas telas
Que pinto seguindo o teu trilho...
Aguarelas de sonhos encantados
Com tons fortes e plangentes,
De beijos longos, alucinados
Em noites encantadas e quentes...
Ah se eu descobrisse o feitiço
Que te conquistasse a alma...
E esse teu corpo mestiço
Ou então... me matasse este amor que não se acalma.
sábado, 25 de abril de 2009
Volta
O teu beijo de revolta
Fez-me sentir o Travolta
Quando em meus braços envolta
Te pedi, te supliquei...volta!
Fez-me sentir o Travolta
Quando em meus braços envolta
Te pedi, te supliquei...volta!
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Ida
Encontro-te a boca atrevida
Nos meus detalhes perdida
Os teus lábios de fugida
Inebriam-me a mente aturdida
Nos meus detalhes perdida
Os teus lábios de fugida
Inebriam-me a mente aturdida
domingo, 15 de fevereiro de 2009
Garota de Ipanema
Recordam-se da letra da canção de Tom Jobin e Vinícius de Morais!?
Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar
...
Pois é! Voltando à minha visita a Alcácer, aquela que vos dei ontem notícia, regresso hoje ao tema para vos confidenciar um amor.
Isso! O vosso amigo Bartolomeu apaixonou-se em Alcácer!
Não, não... quer dizer... sim, também me apaixonei por Alcácer, aliás, já estive muitíssimas vezes ali, mas em todas as visitas, encontro uma nova Alcácer, sempre igual, mas sempre diferente, desta vez, para além de Alcácer, apaixonei-me por uma jovem.
Uma jovem linda, dona do olhar mais sedutor que conheci até hoje, dona da expressão mais cativante que alguma vez conheci, dona de um corpo esbelto e gracioso, dona do meu olhar e do meu amor.
Conheci-a depois do almoço, quande me dispus a dar uma última caminhada ao longo da marginal à beira do rio, daquele rio sereno, simpático, ancestral, daquele rio que já conheceu riqueza, guerra, fartura e fome extremas, daquele rio que já conheceu (todas as) civilizações desde a pré-história aos nossos tempos. Conheci-a quando pausadamente, pensando em nada, o meu olhar, como que por magia encontrou o seu e por uma magia maior, o tempo parou, durante muito tempo.
Em seguida mostro-vos as fotos da minha amada... e da família. Espero que ela me perdoe a indiscrição.
Hmmmm... estão curiosos por saber o nome da minha amada, não é verdade?!
Pois seja.
Chama-se Laridae Sadina!
;)))
Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça
É ela menina
Que vem e que passa
Num doce balanço
A caminho do mar
...
Pois é! Voltando à minha visita a Alcácer, aquela que vos dei ontem notícia, regresso hoje ao tema para vos confidenciar um amor.
Isso! O vosso amigo Bartolomeu apaixonou-se em Alcácer!
Não, não... quer dizer... sim, também me apaixonei por Alcácer, aliás, já estive muitíssimas vezes ali, mas em todas as visitas, encontro uma nova Alcácer, sempre igual, mas sempre diferente, desta vez, para além de Alcácer, apaixonei-me por uma jovem.
Uma jovem linda, dona do olhar mais sedutor que conheci até hoje, dona da expressão mais cativante que alguma vez conheci, dona de um corpo esbelto e gracioso, dona do meu olhar e do meu amor.
Conheci-a depois do almoço, quande me dispus a dar uma última caminhada ao longo da marginal à beira do rio, daquele rio sereno, simpático, ancestral, daquele rio que já conheceu riqueza, guerra, fartura e fome extremas, daquele rio que já conheceu (todas as) civilizações desde a pré-história aos nossos tempos. Conheci-a quando pausadamente, pensando em nada, o meu olhar, como que por magia encontrou o seu e por uma magia maior, o tempo parou, durante muito tempo.
Em seguida mostro-vos as fotos da minha amada... e da família. Espero que ela me perdoe a indiscrição.
Hmmmm... estão curiosos por saber o nome da minha amada, não é verdade?!
Pois seja.
Chama-se Laridae Sadina!
;)))
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Ah Pois É, Bébé
Ah pois é, dia de S. Valentim, hoje, e portanto... dia dos namorados... ou será dos enamorados?
«Lá vem este palerma do Bartolomeu, com as filosofias-baratas do costume»
Não meus amados(as) amigos(as), nem são filosofias, nem sequer as aprecei, são simplesmente reflexões. Vejamos: namorado(a), é aquele(a) que galanteia, que faz a corte, ou seja, que executa o "ritual" da sedução, ao passo que o ou a enamorado(a)é aquele(a)que se enleva, que se encanta, que se apaixona. Agora uma coisa é realíssima, compete a cada um optar pela situação com que melhor se identificar.
Hmmm? Como?
Ah sim, claro, pode começar por namorar e depois enamorar-se, o contrário é que no meu ponto de vista não tem grande lógica, de qualquer modo, penso que o mais razoável é optar por uma das duas, apesar de uma não ser incompatível com a outra.
Bom, adiante, eu a bem dizer, nem sequer vim aqui hoje para lhes falar de namorados, vim sim para lhes mostrar uma reportagem fotográfica, ilustrativa de diferentes amores que culminam num único. As fotos que irão ver de seguida, obtíve-as hoje, aproveitando a luminosidade do meio dia, em Alcácer do Sal. O rio estava sereníssimo, o casario também, assim como os campos, até as cegonhas alcândoradas das torres e as gaivotas nos rios, transbordavam de placidez.
Vejam e... deliciem-se tanto quanto eu. Ah e esparralhei-me numa magnífica açorda de marisco, regada por excelente borba branco geladinho, rematados por um delicioso pudim, e etc.
Ora vejam...
Estará o castelo a namorar a cidade, ou será que o rio se enamorou pela cidade?
Será que a cidade se encanta com o desfile mágico do rio, tendo por trás de si a presença protectora do castelo?
Temos aqui um caso de infidelidade, ou de uma trilogia amorosa? Se repararem com atenção, o barco da esquerda, representa um casal, é o «Pinto-Lusa» a "barca" da direita, é a «Amendoeira» ???
As pontes apaixonaram-se ambas pelo mesmo rio, aqui não se trata de namoro, ou de enamoro, é mesmo paixão assolapada... não conseguem ver mais nada ...
Será que a cegonha namora a torre da igreja de Santa Maria do Castelo, ou a torre, enamorou-se da cegonha?
;))))
«Lá vem este palerma do Bartolomeu, com as filosofias-baratas do costume»
Não meus amados(as) amigos(as), nem são filosofias, nem sequer as aprecei, são simplesmente reflexões. Vejamos: namorado(a), é aquele(a) que galanteia, que faz a corte, ou seja, que executa o "ritual" da sedução, ao passo que o ou a enamorado(a)é aquele(a)que se enleva, que se encanta, que se apaixona. Agora uma coisa é realíssima, compete a cada um optar pela situação com que melhor se identificar.
Hmmm? Como?
Ah sim, claro, pode começar por namorar e depois enamorar-se, o contrário é que no meu ponto de vista não tem grande lógica, de qualquer modo, penso que o mais razoável é optar por uma das duas, apesar de uma não ser incompatível com a outra.
Bom, adiante, eu a bem dizer, nem sequer vim aqui hoje para lhes falar de namorados, vim sim para lhes mostrar uma reportagem fotográfica, ilustrativa de diferentes amores que culminam num único. As fotos que irão ver de seguida, obtíve-as hoje, aproveitando a luminosidade do meio dia, em Alcácer do Sal. O rio estava sereníssimo, o casario também, assim como os campos, até as cegonhas alcândoradas das torres e as gaivotas nos rios, transbordavam de placidez.
Vejam e... deliciem-se tanto quanto eu. Ah e esparralhei-me numa magnífica açorda de marisco, regada por excelente borba branco geladinho, rematados por um delicioso pudim, e etc.
Ora vejam...
Estará o castelo a namorar a cidade, ou será que o rio se enamorou pela cidade?
Será que a cidade se encanta com o desfile mágico do rio, tendo por trás de si a presença protectora do castelo?
Temos aqui um caso de infidelidade, ou de uma trilogia amorosa? Se repararem com atenção, o barco da esquerda, representa um casal, é o «Pinto-Lusa» a "barca" da direita, é a «Amendoeira» ???
As pontes apaixonaram-se ambas pelo mesmo rio, aqui não se trata de namoro, ou de enamoro, é mesmo paixão assolapada... não conseguem ver mais nada ...
Será que a cegonha namora a torre da igreja de Santa Maria do Castelo, ou a torre, enamorou-se da cegonha?
;))))
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Só Sunshine
Vamos lá então dar as mãozinhas, fazer uma roda e executar a dança do sol... bora?!
;))
Só... a imensidão transforma o meu olhar limitado
Só... a amplidão do espaço possui a largueza que necessito para reinventar o mais profundo de mim mesmo
Só... a lonjura, a distância por alcançar, alimentam o sonho que me enche o peito e me faz desejar
Só... o calor do sol me aquece verdadeiramente a alma e me anima a dançar incessantemente a valsa da vida
Só a corrente cristalina de um rio hipnotiza os meus sentidos e me impele a descobrir onde toda a razão vai desaguar
São... tudo isto, os teus olhos... a tua boca... o teu corpo... os caminhos que não me canso de percorrer
;))
Só... a imensidão transforma o meu olhar limitado
Só... a amplidão do espaço possui a largueza que necessito para reinventar o mais profundo de mim mesmo
Só... a lonjura, a distância por alcançar, alimentam o sonho que me enche o peito e me faz desejar
Só... o calor do sol me aquece verdadeiramente a alma e me anima a dançar incessantemente a valsa da vida
Só a corrente cristalina de um rio hipnotiza os meus sentidos e me impele a descobrir onde toda a razão vai desaguar
São... tudo isto, os teus olhos... a tua boca... o teu corpo... os caminhos que não me canso de percorrer
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Mente Enveneada... ;)))
(Este gajo é uma moka do karáças... acho K se ele fosse gaja, mandava-lhe um bitaite... ou dois... não me perguntem porkê, mas kurto ouvi-lo... bués!!!)
;)))
Contava-me um amigo recentemente que ao entrar numa rotunda, chovia que se fartava, o carro, derrepente, ganhou vontade própria e andou para ali ás piruetas, e só parou quando lhe apeteceu(o carro).
Fiz um ar de surpreza e perguntei-lhe: Óh pá isso foi uma experiência transcendental, e sentis-te a sair do próprio corpo e a observar a cena de uma outra dimensão, ou ouvista a voz do carro afirmar imperiosa «tira as mãos do volante que agora quem conduz sou eu» ?
Olhou para mim irritado e mandou-me para o apêndice por onde ejacula o líquido que dá origem à vida.
Encolhi os ombros e esperei que ele escolhesse outro assunto de conversa. Entretanto fiquei a "ruminar" no gostinho especial que a maioria de nós evidencia para, quando as "coisas" descambam para alem do nosso controle, atribuirmos a culpa aos inertes.
Por exemplo: Se um gajo está na cozinha a descascar batatas e se descuida com a faca, corta um dedo, um golpezinho da treta, o que é que diz imediatamente?
Filha da puta da faca, cortou-me!
Se um tipo sobe a um escadote e se a meio se desiquilibra e malha cá em baixo, o que é que diz?
Cabrão do escadote está cos copos!
Se entra numa rotunda a chover, com velocidade desadequada para as condições do piso e o carro entra em desiquilíbrio, perde a aderência e desata a fazer peões... claro que aí o carro adquire vontade própria.
Terminadas estas ruminações, peguei no telefone e liguei para o meu amigo Roger... olha lá oh Roger, qual é a tua opinião acerca desta cena?
Diz-me ele: «Somos filhos do visionísmo, temos o corpo e a mente impregnados de veneno, um veneno que nos foi oferecido e que nós acabámos por ir bebendo voluntáriamente, acreditando que seria essa a forma de nos tornarmos herois»
Herois !? Perguntei, eu.
Sim, herois, mais não seja de nós mesmos...
Oh cum camando, este Roger lixa-me a caixa-cornea por completo... pera lá Bartolomeu, mas então um gajo nasce puro, total e completamente clean, quer de corpo, quer de espírito e depois começa a "enfrascar-se" em venenos pensando adquirir aquilo com que já nasceu?
Mas que engrenagem mais estranha!!!
Mais estranho ainda, é funcionar!!!!
;)))))))
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Bélicas e... Lésbica
A palavra é a arma que possui maior poder. Tal como uma espada de dois gumes, esse poder, tanto pode ser destrutivo, como construtivo, dependendo para isso da mão que a empunhe, se for guiada pela razão, pelo instinto, ou... pelo sonho.
As palavras do título parecem totalmente desaparentadas, sobretudo se prestarmos atenção unicamente à semântica, contudo, se as "debulharmos" convenientemente, iremos concluir que não é tanto o parecer, como o ser.
Vejamos:
-Ambas as palavras são constituídas por 7 letras iguais.
-Ambas as palavras são trissilábicas
-Ambas as palavras são esdrúxulas
-Ambas as palavras são plural
Ah malandro - dizem as vossas vozes em uníssono, só bélicas é plural, lésbica é singular.
Engano vosso contraponho, é a ordem que vos está a pregar uma rasteira, pois a segunda palavra é tambem plural, somente encontra-se travestida, ou melhor alienada das regras gramaticais, por isso, em lésbica, o "s" que determina a pluralidade, saltou para o final da primeira sílaba.
Esclarecidos estes cinco pontos, voltemos a nossa atenção para a etimologia. Neste aspecto, afirmo tambem que, para além da mesma constituição, bélicas e lésbicas, possuem a mesma origem, mais, possuem ambas o mesmo significado, ou seja, pretendem ambas atingir o mesmo fim... a conquista pela submissão.
Parvo não! Ao menos deixem-me concluir, por favor. Ora!
Convido-vos então a observar o lado prático aquele onde as duas palavras se descobrem, onde se mostram tal como na realidade são.
Atendendo ao significado de bélicas, damos de nariz com guerra, nesse panorama, encontramos armas, confronto, luta. Este podemos considerar o lado oculto do significado da palavra, ou seja, as armas só se revelam só se utilizam na sua máxima expressão, só se faz uso do seu poder, em cenário de luta, de confronto. Fora isso, as armas são exibidas como argumento de poder, de força, de domínio, em paradas militares.
Olhando para lésbicas, do mesmo ponto de análise, encontramos precisamente confluência nos mesmíssimos aspectos.
A lésbica faz uso de todo o seu poder "bélico" no local oculto onde a batalha se desenrola, aí ela seduz, conquista, domina, inflige a derrota ao adversário, exibindo a máxima expressão dos seus atributos. Fora isso, exibem-se em parada quando desejam lutar pelos seus direitos à igualdade social.
Todo este arrazoado, para quê? Perguntam vocês meio-desconfiados.
Para vos pervenir, para vos aconselhar cautelas.
Soube o caso de dois fulanos, que me levaram a escrever este post.
Um deles foi assaltado por um fulano que lhe apontou uma arma na qual por sorte, se tinha esquecido de colocar balas. Resultou este assalto em que o assaltado tivesse ganho algumas escoriações, mas não tivesse perdido o carro.
O outro fulano, foi seduzido por uma belíssima mulher, que, ao entrar própriamente na parte do encontro corpo-a-corpo, o surpreendeu por uma "arma" que até ali se encontrara "guardada". A este, tambem lhe valeu o encontro algumas escoriações, mas... salvou-se a virgindade anal... segundo reza a estória oficial!?.
domingo, 1 de fevereiro de 2009
Aquilo Que O Meu Olhar Vê
Ha pouco, ha poucochinho, saí para o alpendre de minha casa e, voltando o olhar para oriente, para o lugar de onde o sol nasce e onde se reflectia naquele momento, fui presenteado pela natureza, que exibindo a sua natural beleza, tal e qual mulher garbosa, consciente do seu encanto me convidou a capta-la através da objectiva. Mas, como captá-la seria ínfimo, perante tão grandioso quadro, tornou-se imperativo mostrá-la, sem contudo deixar de a guardar.
Quem apreciar, delicie-se tal como eu, com este momento de magia.
Agora, enquanto escrevo estas linhas, olho através da vidraça. Aquilo que lá estava continua, mas, entre o sol e a terra, intrepuzeram-se nuvens, que impedem as plantas de brilhar e que à terra roubam o calor.
Daqui a pouco, a poucochinho, voltará a brilhar o sol e estender-se por estes campos encharcados, voltará esta bela mulher a que chamam natureza a readquirir o seu brilho o seu glamour e a sua esbelta e sensual silhueta voltarão a seduzir-me.
Não vou gastar já o rolo todo, vou guardar algumas fotografias para mais tarde.
;)))
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
O Meu deserto de Rosas
Hoje vim falar de flores... melhor, vim falar de uma flor, uma rosa a rosa do deserto!
Óh sô Sting... mande brasa por favor.
Habituámo-nos a relacionar o nome de rosa com uma planta, caracterizada por possuir raízes, caule, folhas e pétalas. (não, não me esqueci dos espinhos, mas evitei-os, não fosse picar-me neles)
Ora bem, a rosa do deserto, é uma formação calcária gerada pelo efeito das raras chuvas que ao cairem sobre a areia do deserto, fazem com que se misturem com partículas de gêsso,as quais, pelo efeito do calor escaldante solidificam, dando desse modo origem a "esculturas" em tudo semelhantes a rosas. Essas esculturas, aparecem à superfície, fruto dos fortes ventos que fustigam as areias e... quando surgem atraem a atenção e "enfeitiçam" o seu "achador".
Sem alguma vez ter tido o privilégio de passear pelo deserto, já tive contudo a oportunidade de conhecer algumas rosas, espontâneas, naturais e tão enfeitiçantes pelo singelo prefume que delas se solta, quanto uma maravilhosa rosa do deserto.
Play it again Sting...
;)))
Óh sô Sting... mande brasa por favor.
Habituámo-nos a relacionar o nome de rosa com uma planta, caracterizada por possuir raízes, caule, folhas e pétalas. (não, não me esqueci dos espinhos, mas evitei-os, não fosse picar-me neles)
Ora bem, a rosa do deserto, é uma formação calcária gerada pelo efeito das raras chuvas que ao cairem sobre a areia do deserto, fazem com que se misturem com partículas de gêsso,as quais, pelo efeito do calor escaldante solidificam, dando desse modo origem a "esculturas" em tudo semelhantes a rosas. Essas esculturas, aparecem à superfície, fruto dos fortes ventos que fustigam as areias e... quando surgem atraem a atenção e "enfeitiçam" o seu "achador".
Sem alguma vez ter tido o privilégio de passear pelo deserto, já tive contudo a oportunidade de conhecer algumas rosas, espontâneas, naturais e tão enfeitiçantes pelo singelo prefume que delas se solta, quanto uma maravilhosa rosa do deserto.
Play it again Sting...
;)))
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
De Ti...
Soltam-se flores dos teus cabelos
Quando tu passas por mim
Desses cabelos tão belos
Cheirosos como um jardim
Soltam-se dos teus lábios sorrisos
Das tuas finas mãos, estrelas
Flores, dos teus cabelos lisos
Belos, como só as coisas belas
Quando andas és miragem
Composta de fantasia
Saborosa como a aragem
Fresca da maresia
Quando te tenho em meus braços
Ou sonho que beijo teus lábios
Pétalas de rosa ou de um lilás
Que se espalham em teu regaço
Esqueço os conselhos sábios
Só de amar-te sou capaz
Quando andas, não sei se andas, se sou eu que te sonho.
Quando tu passas por mim
Desses cabelos tão belos
Cheirosos como um jardim
Soltam-se dos teus lábios sorrisos
Das tuas finas mãos, estrelas
Flores, dos teus cabelos lisos
Belos, como só as coisas belas
Quando andas és miragem
Composta de fantasia
Saborosa como a aragem
Fresca da maresia
Quando te tenho em meus braços
Ou sonho que beijo teus lábios
Pétalas de rosa ou de um lilás
Que se espalham em teu regaço
Esqueço os conselhos sábios
Só de amar-te sou capaz
Quando andas, não sei se andas, se sou eu que te sonho.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Respondendo... (ou, pensando responder)
Pretendo responder com este vídeo aos comentários que as minhas amigas tão amávelmente quiseram deixar no post anterior.
Em muitos momentos da nossa vida, sentimo-nos uma ínfima partícula de algo que desconhecemos, mas que acreditamos fazer parte de uma imensa e transcendental obra. Sentimo-nos... muitas vezes perdidos num céu pintado, ora de cores brilhantes e quentes, ora de negros e frios cinzentos.
Faz parte dessa viagem a que não nos podemos furtar e que certamente nos conduz ao crescimento pessoal, o qual só se concretizará se tiver como componente mais forte, o amor. And... at last, but in the beginning, we will find Him. Será que este Ele que buscamos incessantemente é a complitude de nós mesmo?
Será que Ele, somos nós quando completos?
Será por isso que fomos concebidos à sua imágem e nos tornaremos Nele depois de completarmos o caminho?
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
A Estrada...
Quantas estradas será necessário "palmilhar" para que um tipo se sinta um homem?
Aos 14 anos, à mesa do jantar, num mês de Março, anunciei de surpresa aos meus pais: Vou passar estes dias de férias da Páscoa a acampar!
Após alguns momentos de silêncio, a minha mãe, talvez alertada pelo sentido feminino que tudo intuí, perguntou receosa... e com quem vais?
Sózinho, respondi.
Ai filho, é muito perigoso, e para onde vais?
Isso ainda não sei, vou por aí.
Naquela época não eram ainda sonhados os telemóveis, as comunicações eram estabelecidas básicamente por telefone, por carta ou telegrama.
Passados os primeiros minutos de desconcerto, a minha mãe começou a despejar perguntas e a apresentar argumentos desencorajadores, enquanto o meu pai terminava a refeição pacatamente sem se manifestar.
Quando terminámos a refeição a minha mãe, percebendo que os argumentos não estavam a surtir efeito, perguntou a opinião ao meu pai. Ele olhou-a de frente e respondeu: Deixa-o, já tem idade para se saber orientar.
No dia da partida tinha um farnel arranjado, um dinheirinho, muita roupinha quente (porque as noites decorriam frias) e um rol de recomendações quase infindável.
Dei um beijo à minha mãe e disse-lhe sossegadamente: Não se preocupe mãe, está na altura de descobrir o mundo.
A partir daquele dia, muitas foram as saídas e regressos da e à casa paterna e materna. Muitas foram as estradas que palmilhei, muitas foram as gentes com que me cruzei, muito foi o conhecimento e a experiência que bebi de todos eles, muitas foram as partilhas.
Mas... será que me posso considerar um homem?
Algo que o mundo me ensinou a entender, foi precisamente que os caminhos são infinitos, tal como o crescimento, tal como o conhecimento, tal como amadurecimento, tal como o prazer de dar e receber.
Será que algum dia o Homem se irá achar completo?
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
The musical box
Será que a vida, tambem pode ser uma caixinha de música?!
Estaríamos no ano setenta-e-qualquer-coisa, teria eu uns vinte-e-qualquer-coisa anos, vieram a Portugal os "Genesis" o Crime of the century era ainda recentíssimo e o pessoal andava todo mortinho por ver actuar as grandes bandas.
Exibiram-se em Cascais, no pavilhão super-lotado, na rua super-lotada, no jardim, na praia.
Aqui o cromo conseguiu entrar sem bilhete, literalmente empurrado numa corrente de gente madura.
Lá dentro o mundo deixou de existir, a magia do som, das luzes, da grandiosidade da banda, invadiam por completo os sentidos daqueles que ainda os possuíam operantes.
Depois, foi a praia, a praia dos pescadores, onde a festa dos sentidos continuou, onde encontrei uma menina linda que me encantou e a quem encantei, cantando... Brush back your air, and let me get to know your flesh...
Estaríamos no ano setenta-e-qualquer-coisa, teria eu uns vinte-e-qualquer-coisa anos, vieram a Portugal os "Genesis" o Crime of the century era ainda recentíssimo e o pessoal andava todo mortinho por ver actuar as grandes bandas.
Exibiram-se em Cascais, no pavilhão super-lotado, na rua super-lotada, no jardim, na praia.
Aqui o cromo conseguiu entrar sem bilhete, literalmente empurrado numa corrente de gente madura.
Lá dentro o mundo deixou de existir, a magia do som, das luzes, da grandiosidade da banda, invadiam por completo os sentidos daqueles que ainda os possuíam operantes.
Depois, foi a praia, a praia dos pescadores, onde a festa dos sentidos continuou, onde encontrei uma menina linda que me encantou e a quem encantei, cantando... Brush back your air, and let me get to know your flesh...
Peace Train
Continuando na linha do Gato (da Maria Árvore) e do Esteves (do Bartolomeu)...
Repararam no gesto de mão feito pelo Senhor Yusuf quando dedicou o seu Trem da Vida ao Senhor Mohamed, prémio Nóbel da Paz?
Pois foi, ele ergueu a mão direita, na direcção do Homem!
Hmm... Hmm...
Não sei se alguma vez se interrogaram acerca da origem do aperto de mão!?
Não?... Sim?...
Pois é, a coisa remonta ao tempo dos Egípcios. Tinha como finalidade demonstrar reciprocamente que nenhum dos dois empunhava uma arma, ou seja, que tinha as mãos limpas.
;)))
Consigo ouvir aqui os vossos pensamentos!
Estão as vossas mentes a cogitar... Bahh!!! nesse caso os canhotos podiam lixar os destros, até porque, os canhotos são por definição gajos mais hábeis no manuseamento de objectos.
Mas ha um outro aspecto a acrescentar... é que, uma ancestral revelação, diz que o membro direito corresponde ao amor e o esquerdo à força.
Bom, tudo isto seria irrelevante, ou menos relevante, se por coincidência não fosse o Egipto habitado por um povo subjugado que Moisés conduziu pelo deserto durante 40 anos até Canaã, ou seja, a Terra prometida por Deus, ou seja, a actual Israel.
Certamente já notaram que a bandeira Israelita é composta ao centro por uma estrela de 6 pontas, inscrita a azul, designada por Estrela de David, tal como o símbulo de emergência médica, é constituído por uma estrela, azul, tambem de 6 pontas, com um bordão e uma serpente inscritos ao centro, a branco.
Ou seja, a bandeira de Israel é composta por uma estrela azul de 6 pontas, inscrita sobre fundo branco, e o símbulo de emergência médica é composto por uma estrela azul, com um bordão e uma serpente enrolada ao mesmo, em branco.
Sendo que, o criador do símbulo de emergência médica, tenha sido Leo R. Schwartz, nascido na américa do norte, mas... Schwartz será um nome de origem judaica?!
Voltando à história do aperto de mão e do lado direito ser o da bondade e o esquerdo o da força, temos um outro aspecto a ter em conta... as linhas da mão. Se repararem as linhas inscritas na palma da mão da generalidade das pessoas, configura um M, algumas porem, raras, apresentam uma estrela, essas pertencem aos "escolhidos".
Voltando ao trem da paz...e, ou ao trem da vida..."something good is to comming, some day"
;)
Repararam no gesto de mão feito pelo Senhor Yusuf quando dedicou o seu Trem da Vida ao Senhor Mohamed, prémio Nóbel da Paz?
Pois foi, ele ergueu a mão direita, na direcção do Homem!
Hmm... Hmm...
Não sei se alguma vez se interrogaram acerca da origem do aperto de mão!?
Não?... Sim?...
Pois é, a coisa remonta ao tempo dos Egípcios. Tinha como finalidade demonstrar reciprocamente que nenhum dos dois empunhava uma arma, ou seja, que tinha as mãos limpas.
;)))
Consigo ouvir aqui os vossos pensamentos!
Estão as vossas mentes a cogitar... Bahh!!! nesse caso os canhotos podiam lixar os destros, até porque, os canhotos são por definição gajos mais hábeis no manuseamento de objectos.
Mas ha um outro aspecto a acrescentar... é que, uma ancestral revelação, diz que o membro direito corresponde ao amor e o esquerdo à força.
Bom, tudo isto seria irrelevante, ou menos relevante, se por coincidência não fosse o Egipto habitado por um povo subjugado que Moisés conduziu pelo deserto durante 40 anos até Canaã, ou seja, a Terra prometida por Deus, ou seja, a actual Israel.
Certamente já notaram que a bandeira Israelita é composta ao centro por uma estrela de 6 pontas, inscrita a azul, designada por Estrela de David, tal como o símbulo de emergência médica, é constituído por uma estrela, azul, tambem de 6 pontas, com um bordão e uma serpente inscritos ao centro, a branco.
Ou seja, a bandeira de Israel é composta por uma estrela azul de 6 pontas, inscrita sobre fundo branco, e o símbulo de emergência médica é composto por uma estrela azul, com um bordão e uma serpente enrolada ao mesmo, em branco.
Sendo que, o criador do símbulo de emergência médica, tenha sido Leo R. Schwartz, nascido na américa do norte, mas... Schwartz será um nome de origem judaica?!
Voltando à história do aperto de mão e do lado direito ser o da bondade e o esquerdo o da força, temos um outro aspecto a ter em conta... as linhas da mão. Se repararem as linhas inscritas na palma da mão da generalidade das pessoas, configura um M, algumas porem, raras, apresentam uma estrela, essas pertencem aos "escolhidos".
Voltando ao trem da paz...e, ou ao trem da vida..."something good is to comming, some day"
;)
sábado, 3 de janeiro de 2009
Yousuf Islam
Believe me or not... i grownup listening this bakano.
... but... if you whant... you could maried... that's an option!!!
;))))))))))))
... but... if you whant... you could maried... that's an option!!!
;))))))))))))
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
get it while you can...
Busca-o, enquanto podes...
D'ont you turn your sweet back on love Baby... já lá iremos... mais tarde, contudo, vão reflectindo neste conselho da nossa saudosa Janis...
;))))))
D'ont you turn your sweet back on love Baby... já lá iremos... mais tarde, contudo, vão reflectindo neste conselho da nossa saudosa Janis...
;))))))
Hey You !!!
D'ont giv'in Without a fight
Ké komo kem diz... "não entregues os pontos sem espernear"
Olá my friend's!!!
Já não vos colocava as bistinhas em cima desde o ano transacto.
Durante estes dias ouvi muitos amigos formularem desejos de muita paz, saúde, felicidade, dinheiro e até houve quem me desejasse mais tesão, para o ano que ontem começou. Na verdade senti que alguns dos desejos ultrapassavam o mero cliché. Senti sobretudo que paira no ar, de mão-dada com o medo pelo desconhecido, o medo pelos resultados daquilo em que se possa transformar tudo o que já se conhece. Assediam-nos diariamente, notícias desoladoras de uma transformação social, que nos parece o caudal de um rio que aumenta minuto a minuto, resultado das chuvas torrenciais que não param de cair. Parece-nos que os céus se abriram e desabam sobre as nossas cabeças.
But, we must never giv up!
Aliás, desistir é algo que não caracteriza os humanos. Quando as condições se apresentam mais desfavoráveis, quando a sensação que se tem é de completa impotência e nos parece que não há mais nada que se possa fazer, surge-nos sempre um sinal, um pensamento que ganha dimensão e se contrapõe à crise, surgindo com ele a solução que nos permite readquirir a estabilidade que julgávamos perdida. Este "fenómeno" acontece na nossa vida individual e social. É o nosso espírito gregário que nos conduz ás grandes crises, mas é ele também que nos mantém lutadores, reivindicativos, esperançosos, activos, produtivos e regeneradores.
Este palavreado todo, não pretende seduzir ninguém, tão pouco culminar numa frase poética e profética, do estilo "meus irmãos... eu sou a salvação!"
;)))
Nã senhor, este palavreado todo, tem uma única intenção, dizer-lhes que a humanidade possui uma força irredutível que assenta naquele espírito gregario da espécie, complementada pela inteligência, feita de acumulação de experiências, e que, é fundamental, é imprescindível manter-nos atentos e cooperantes, e... sentirmo-nos e tocar-nos uns aos outros.
Juntos, seremos capazes de resistir!
;))
Ké komo kem diz... "não entregues os pontos sem espernear"
Olá my friend's!!!
Já não vos colocava as bistinhas em cima desde o ano transacto.
Durante estes dias ouvi muitos amigos formularem desejos de muita paz, saúde, felicidade, dinheiro e até houve quem me desejasse mais tesão, para o ano que ontem começou. Na verdade senti que alguns dos desejos ultrapassavam o mero cliché. Senti sobretudo que paira no ar, de mão-dada com o medo pelo desconhecido, o medo pelos resultados daquilo em que se possa transformar tudo o que já se conhece. Assediam-nos diariamente, notícias desoladoras de uma transformação social, que nos parece o caudal de um rio que aumenta minuto a minuto, resultado das chuvas torrenciais que não param de cair. Parece-nos que os céus se abriram e desabam sobre as nossas cabeças.
But, we must never giv up!
Aliás, desistir é algo que não caracteriza os humanos. Quando as condições se apresentam mais desfavoráveis, quando a sensação que se tem é de completa impotência e nos parece que não há mais nada que se possa fazer, surge-nos sempre um sinal, um pensamento que ganha dimensão e se contrapõe à crise, surgindo com ele a solução que nos permite readquirir a estabilidade que julgávamos perdida. Este "fenómeno" acontece na nossa vida individual e social. É o nosso espírito gregário que nos conduz ás grandes crises, mas é ele também que nos mantém lutadores, reivindicativos, esperançosos, activos, produtivos e regeneradores.
Este palavreado todo, não pretende seduzir ninguém, tão pouco culminar numa frase poética e profética, do estilo "meus irmãos... eu sou a salvação!"
;)))
Nã senhor, este palavreado todo, tem uma única intenção, dizer-lhes que a humanidade possui uma força irredutível que assenta naquele espírito gregario da espécie, complementada pela inteligência, feita de acumulação de experiências, e que, é fundamental, é imprescindível manter-nos atentos e cooperantes, e... sentirmo-nos e tocar-nos uns aos outros.
Juntos, seremos capazes de resistir!
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