quarta-feira, 9 de setembro de 2015
À minha amiga Olinda... ;)
Lá vem D. Sebastião,
Com seu gibão esfarrapado,
A espada quebrada, na mão.
E o cavalo estrambelhado.
Vem para resgatar o país,
Deste estado de anemia,
Em que ninguém sabe o que diz,
Em que é grande a entropia.
Vem por entre o nevoeiro,
Num passo cambaleante,
Perguntando ao seu escudeiro:
Que país é aquele, adiante?
Responde-lhe o servo atento,
Com alguma hesitação:
Se for Portugal, como penso,
Reina lá grande confusão.
Que vês tu, fiel servidor?
Pergunta D. Sebastião.
Vejo fome, desmando e dor.
Vejo enorme agitação!
Estás certo de ser o meu reino,
Que enxergas lá adiante?
Os montes e rios, são-no!
Mas tem muito mais meliante.
Dá a volta então meu bom aio,
À terra dos infieis, tornemos.
Antes que nos atinja um raio.
E a ser portugueses voltemos.
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