sexta-feira, 30 de novembro de 2007

E-Mail para o menino Jesus

Olá mano, está a chegar o dia do teu aniversário, eu e os restantes manos, começámos a fazer os preparativos para o comemorar.
Como sabes mano, nesta época, todos dirigimos o pensamento para ti e, muitos de nós formulam desejos e pedidos de presentes que desejamos nos ofereças.
Eu sei que é uma tradição e sei também que não és nada dado à posse de valores materiais, mas, como estás mais junto Do Pai, achamos sempre que tens a capacidade infinita para atenderes a todos os nossos desejos.
Eu também tenho um desejo, um pedido que gostava de ver atendido. Quero pedir-te mano, que este ano nos visites em pessoa. Eu sei que o atendimento deste pedido deve estar dependente de conjunturas que estão vedadas ao meu entendimento. Mas quero dizer-te mano, que a tua presença nos faz tanta falta , como o alimento.
Tu deves saber mano, que desde que partiste, o mundo tem esquecido os ensinamentos que trouxeste Do Pai, para nós.
Já poucos dos nossos manos se lembram das tuas palavras.
É urgente que possas voltar e que nos relembres tudo aquilo que O Pai mandou que nos ensinasses.
Por vezes penso, se quando voltares, nos vais poder falar do mesmo modo que falaste ha 2000 anos. É que, hoje julgamo-nos muito mais evoluídos que os manos desse tempo, apesar de sermos os mesmos homens, de possuirmos os mesmos medos e os mesmos anseios. Talvez por isso, mesmo depois de teres dado a tua vida por nós, continuemos a cometer os mesmos erros.
No entanto, estamos todos muito desejosos de te rever mano e de ouvir as novas palavras de esperança que O Pai nos enviar por Ti.
Visita-nos mano por favor, não só em espírito, precisamos de voltar a ver-te, a ouvir-te e a seguir a Tua palavra.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Tenho-te ...

Escorres-me nos sentidos como chuva de verão, refrescante, intensa, fazes rebentar dentro de mim o desejo.
Tudo em mim és tu...
Tenho-te...
Tenho o teu corpo desenhado ao milímetro na polpa dos meus dedos, tenho o teu cheiro gravado a fogo na minha pele e o som dos teus gemidos ecoam como o marulhar suve da onda que se espraia, ou o ribombar forte do trovão.
Tenho o sabor de ti guardado em mim.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Hoje...

Hoje vou voltar àquele caminho ha muito já esquecido, vou voltar a percorrer os carreiros que serpenteavam entre o arvoredo centenário e escutar o chilrrear das mesmas aves. Vou rir de novo quando sentir os raios do mesmo sol banhando o meu rosto, vou voltar a saborear a fresca àgua da mesma fonte.
Hoje, vou sentir o conforto da mesma erva, vou subir ao mesmo penedo na serrania, vou soltar o mesmo heiiiiiiii e ouvir em retorno o mesmo eco.
Hoje, vou correr no mesmo verde prado, de braços abertos ao teu encontro e, como gaiatos travessos, depois de trocarmos apaixonados beijos, iremos atirar os mesmos seixos às àguas murmurantes do nosso riacho.
Hoje, vou passar de novo as minhas trémulas mãos pelo teu rosto e beijar essa mesma lágrima que irá rolar caprichosa de teus doces olhos.
Hoje, vou voltar à memória do teu sorriso.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Prova de Vida

Já provei da vida vários sabores
Sabores que não esqueço, bons ou não
Na vida conheci muitos amores
Provei aventuras com gosto de paixão

A vida deu-me momentos de loucura
E ensinou-me como utilizar a razão
Fez-me sentir o gosto da ternura
Quando, num dia triste alguém me deu a mão

A vida brincou comigo e, eu com ela
Mas guardámos entre nós grande respeito
Eu aprendi a ver como ela é bela
Ela, guarda-me carinhosa em seu peito

A vida envelhece a meu lado
Trocamos entre nós boas memórias
Chamo-lhe vida e, não fado
Porque eu e a vida somos histórias

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Olhar pelo mundo

Oh insano mundo que te perdes
Em estafantes corridas pelo nada
Esqueceste a paz que eras d'antes
Longe dessa corrida desenfreada?

Quando lavravas o chão para teu sustento
Quando dançavas na eira a desfolhada
E ao domingo envergavas teu fato bento
E ias namorar, a moça conversada

E semeavas quando era chegado o tempo
E mondavas quando a erva era crescida
E eras rei e eras senhor do teu campo
E desde que nascias até à morte, eras vida

Oh insano mundo que te perdes
Que já não contas as estrelas deste céu
Já não ligas às aves, às folhas verdes
Envolves toda a terra em negro véu

Acorda mundo perdido no turpôr
Iludido pela ânsia vã de possuir
Recorda-te do que foste, por favor
Segura o resto de bom que quer fugir

Poema Vago

Vagueei por entre vagas de vaguidão
Vaga-lume vagante, vagamundo.
Vagueza, vagarosa de vagabundo
Vagueando, espaço vago de um vagão

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Ao Luar...

Dança-te o prateado luar nos meus braços
Alva... nua... terna... brilhante e solta
Riscam os astros nos céus os teus traços
Desenham teu corpo em nuvens envolta


Sonho-te inatingível arte, flutuante
Perfaço-me, matéria inconcluída
Alcanço-te num tempo já distante
Catedral só de beijos construída


Explodimos nossos beijos fermentados
Mordemos nossos lábios em desatino
Deixámos nossos corpos enterrados
Num passado, apressado de destino

À Noite...

À noite és volúpia, és magia
És um encanto, um mistério
És o desejo que me contagia
Me confunde, dos sentidos o império


És a estrela mais brilhante
O luar mais prateado
A mais doce e terna amante
Fogueira de fogo ateado

E eu, errante cavaleiro
Conquistando teu castelo
Beijo teu colo altaneiro
Guardião do Sete Estrelo

À Tarde...

És a gazela, que persegue o leão
Temerária, destemida, insinuante
Corpo ardendo de tesão
Buscando, não mais que um instante

À tarde és Diana, deusa da caça
Ardilosa, transpiras manha
Mordes, arranhas, amordaças
À tarde és a fera que abocanha

À tarde, surpreendes-me d'embuscada
Atrais-me e seduzes muito lânguida
Rasgas-me a roupa, a pele suada
Sacias toda a fome apetecida

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Ao acordar...

Entras-me na pele, como a chuva quando penetra a terra sêca
Invades-me os sentidos, como o sol, quando me entra pela janela
Insinuas-te nos meus desejos, como o aroma da fruta madura
Amas-me com loucura, entonteces-me com um brilho que me ofusca
Dás-me o teu gosto a provar, esse gosto doce-amargo de canela
Ofereces-me essa rosa, rubra, que eu desfolho com desejo e brandura

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Palavras Soltas ;)))

As palavras são odaliscas
Doces, suaves, ariscas
O poeta é um sultão
Um tremendo palavrão

A palavra é uma ave,
Uma folha solta ao vento
O poeta é um ramo
Diz à palavra, eu te amo
Pede ao vento que o salve
Faz do verso um momento

O poema é o poeta
Ambos serão a canção
São a força que despoleta
A mais bela relação