domingo, 17 de abril de 2011
Coisas da minha Terra I.
Hoje, saí muito cedo. Atravessei pelos campos até chegar a um moinho que fica num alto. Ai chegado, sentei-me sobre uma mó de pedra abandonada e esperei pelo nascer do sol. Á minha volta, a vida acordava. As plantas ainda molhadas do orvalho, como que despertavam, a passarada chilreava caçando insectos. De resto, só o som do vento brando e ligeiramente fresco a deixar adivinhar o nascer de mais um dia de calor primaveril. Quando a luz do sol rompeu, primeiro alaranjado e depois brilhante e quente e começou a fazer realçar as tonalidades dos campos em volta, encheu-se-me o peito de alegria, senti o entusiasmo, o desejo forte de fazer, de construir, de ser parte activa de um mundo em permanente mudança e aperfeiçoamento. Pensei então: o mundo é realmente muito bonito! De súbito assaltou-me outro pensamento; se o mundo é efectivamente belo, cómodo, agradável, se a terra nos dá tudo o que necessitamos para nela viver... porquê perseguir a riqueza, o sucesso? Porquê a ganância de possuir, escondida por trás da capa da evolução? Afinal... o que representa efectivamente a evolução? Não continuamos a ser, como sempre fomos, mortais? Não continuamos a ser, como sempre fomos, falíveis? Não continuamos a ser, como sempre fomos, sonhadores? Não continuamos a ser, como sempre fomos, idealistas? Fez-me bem este nascer do sol... fez-me bem, ver o mundo iluminado, fez-me bem ouvir a passarada. Ainda me invade o olfato, o cheiro da terra humida!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
7 comentários:
A evolução, a riqueza e o sucesso são e serão sempre uma ilusão. A verdadeira riqueza é o encanto da Natureza, que devíamos respeitar, com a qual devíamos colaborar, em vez de tentarmos dominá-la.
Sábias palavras, Cristina.
Com efeito, o bem mais precioso do Homem, é a natureza e o proveito que ela lhe oferece, pedindo em retribuição, somente, respeito.
;)
Tinha deixado aqui longo discurso
já percebi que se perdeu no percurso!
Xiii, virei baratinha de pernas pró ar!!!
Nada que não soubesses já
mas pronto era só pra reforçar
a Terra, no seu doce cantar
e ninguém a respeitar!
Onde será que isto vai parar
com o filho sem respeito pela Mãe
pensando só na evolução
que é pura contradição...
mas pronto, só posso dizer
Bartô: Nunca percas esse teu estar!
e olha sempre que o tempo der
virei aqui escutar a poesia, beber a fonte de interrogação que passeia sempre na tua mão
e não vou embora sem deixar carinho do meu coração, pois então ;)
Muito filosófico :)questionarmos-nos qual o nosso papel aqui nesta terra e se em harmonia com a natureza é sempre uma boa forma de prosseguir o nosso caminhar.
Um Bom Domingo
BF
Olá minha amiga Bailarina!
Imagino que tenha acontecido ao teu discurso, o mesmo que também já aconteceu com alguns que escrevo, últimamente.
Mas ha um remédio que evita essas falhas nos blogger; após completares o que queres escrever, marcas o texto, carregas nas teclas Ctrl + c e em seguida no "publicar comentário".
Se a operação de publicação falhar, tens sempre o texto salvo, basta voltares à caixa de comentários e aí carregares as teclas Ctrl + v.
;)
Olá Papoilinha!
"Harmonia com a natureza" essa é, quanto a mim, a verdadeira chave que abre a porta para a felicidade. O resto, são ilusões. Contudo, as nossas características humanas, compelem-nos a valorizar outros aspectos que nos parecem mais importantes. E frequentemente utilizamos a desculpa: mas quem é que não gosta de uma extravagânciazinha de vez em quando?
Este, é um pensamento muito comum, que nos confere um sentimento efémero de liberdade e de euforia, de termos alcançado algo que nos irá transportar até ao inimaginável. A realidade surge quando esse momento passa e voltamos a desejar mais e... a atingir menos.
;)
É o lugar exato onde te imagino.
Postar um comentário