Fundem-se o tempo e o ser,
Numa corrida parada.
Pensando o ser que, a correr
Chega mais depressa do nada.
Encerra-se o ser, no tempo
Na angústia desesperada
Numa ilusão, sem tento
De uma existência esgotada
Deseja o ser, outro tempo
Movido pela vontade sonhada
Mas vai guardando o alento
De uma fuga adiada
8 comentários:
Lá vem a temporalidade no horizonte do Heidegger...
É verdade, Jóvem...
Antes de Heidegger, já o Homem se preocupava em compreender a sua essência, a essência da sua existência, projectando-se sempre, no tempo, suspeitando-se intemporal.
Princípios aliás, que encontramos patentes nas simbologias que alicerçam as grandes filosofias...
Terra, Água, Ar e Fogo.
;)
E a sonhar a compreender,riscou as paredes de sua casa
Fundem-se o tempo e o ser
Como aço a derreter
E no tempo desse pensamento
Fica o ser a padecer
E na ilusão de ambos juntos
Na angústia da longa estrada
Ficam em cheiro a defuntos
A existência que está esgotada
E desejando separar o tempo
Da pele do seu ser agarrado
Vai-se vivendo sonhando
Que se acorda, em alegre fado
Uma fuga em alento, adiada
Que é um tudo cheio de nada!...
Isto hoje está um pouco triste...
Bateu de costas no fundo
E ficou a cabeça enevoada :)
Hmmm... pois... uma reminiscência, do tempo em que, para evocar as boas graças dos deuses da caça, o homem, pintava figuras de animais, nas paredes das grutas que habitava...
;))))))
Minha amiga Bailarina... conseguiste captar inteiramente o sentido que pretendi atingir.
;)
Claro que antes de Heidegger já tantos se preocupam em justificar a existência através de um arché, a petição de principio ainda hoje serve de justificação ao dogma católico..e veja onde se chegou! Ao egocentrismo puro e duro baseado num «homo mensura».
Abraço.
Jóvem, esse princípio, parece-me incontornável. A dimensão do homem estende-se para além da matéria e para além do espírito, é metafísica.
Acho que Poncio Pilatos, a entendeu quando apresentou Cristo aos Judeus, declarando "Este é o Homem", não hexiste nada porque possa ser condenado.
;)
Não existe nada que possa condenar o Homem, porque em espírito é omnisciente e omnipresente, e em matéria é omnipotente.
Não se conhecem forças que o superem!
;)
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