quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Ser eo Tempo


Fundem-se o tempo e o ser,

Numa corrida parada.

Pensando o ser que, a correr

Chega mais depressa do nada.


Encerra-se o ser, no tempo

Na angústia desesperada

Numa ilusão, sem tento

De uma existência esgotada


Deseja o ser, outro tempo

Movido pela vontade sonhada

Mas vai guardando o alento

De uma fuga adiada

8 comentários:

Jeune Dame de Jazz disse...

Lá vem a temporalidade no horizonte do Heidegger...

Bartolomeu disse...

É verdade, Jóvem...
Antes de Heidegger, já o Homem se preocupava em compreender a sua essência, a essência da sua existência, projectando-se sempre, no tempo, suspeitando-se intemporal.
Princípios aliás, que encontramos patentes nas simbologias que alicerçam as grandes filosofias...
Terra, Água, Ar e Fogo.
;)

crotalus disse...

E a sonhar a compreender,riscou as paredes de sua casa

Baila sem peso disse...

Fundem-se o tempo e o ser
Como aço a derreter
E no tempo desse pensamento
Fica o ser a padecer

E na ilusão de ambos juntos
Na angústia da longa estrada
Ficam em cheiro a defuntos
A existência que está esgotada

E desejando separar o tempo
Da pele do seu ser agarrado
Vai-se vivendo sonhando
Que se acorda, em alegre fado

Uma fuga em alento, adiada
Que é um tudo cheio de nada!...

Isto hoje está um pouco triste...
Bateu de costas no fundo
E ficou a cabeça enevoada :)

Bartolomeu disse...

Hmmm... pois... uma reminiscência, do tempo em que, para evocar as boas graças dos deuses da caça, o homem, pintava figuras de animais, nas paredes das grutas que habitava...
;))))))

Bartolomeu disse...

Minha amiga Bailarina... conseguiste captar inteiramente o sentido que pretendi atingir.
;)

Jeune Dame de Jazz disse...

Claro que antes de Heidegger já tantos se preocupam em justificar a existência através de um arché, a petição de principio ainda hoje serve de justificação ao dogma católico..e veja onde se chegou! Ao egocentrismo puro e duro baseado num «homo mensura».
Abraço.

Bartolomeu disse...

Jóvem, esse princípio, parece-me incontornável. A dimensão do homem estende-se para além da matéria e para além do espírito, é metafísica.
Acho que Poncio Pilatos, a entendeu quando apresentou Cristo aos Judeus, declarando "Este é o Homem", não hexiste nada porque possa ser condenado.
;)
Não existe nada que possa condenar o Homem, porque em espírito é omnisciente e omnipresente, e em matéria é omnipotente.
Não se conhecem forças que o superem!
;)