quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Sou... somos

Sou... um sobreiro solitário
enraizado na secura da planície
À minha volta, o torrão gregário
Que se soltou da terra, canície

Esse torrão desagregado
Como eu, solitário companheiro
Persistente desterrado
D'este deserto, marinheiro

Sou... a sombra rotativa
Que acolhe o sol à volta
Sempre achada, prestativa
Em grandes mistérios envolta

E tu... quem és?

13 comentários:

Catarina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Catarina disse...

Sou fogo ardente disfarçado
Sou calmaria controlada e serena
Sou um vislumbre simulado
Sou uma longínqua sirena!
*************

Não resisti à provocação: “E tu... quem és?”
Que me perdoem todos os poetas.
Para não corar, teria preferido ficar anónima!

lenor disse...

Eu sou quem tu vês.

Bartolomeu disse...

Os desafios são uns bichinhos chatos, que mexem com a nossa criatividade, né verdade Catarina sereia?!
E quando possuem a faculdade de nos levar a descobrir aspectos de nós mesmo que estávam sossegadinhos?
Hmmmm... isso ainda melhora o sabor da "coisa"
;)))

Bartolomeu disse...

Para lá de como nos vêem, somos sobretudo, aquilo que sentimos ser... não te parece, Leozinha?!
E eu sei, tenho a certeza que és muito mais daquilo que eu posso ver de ti!

lenor disse...

Serei mais do que podes ver, em teoria. Mas na prática, que é o que interessa, sou como eu disse. Os véus tiram-se, mas quem os tira? E como? E quando? E onde? E porquê?
Ora diz lá?

Bartolomeu disse...

Lembraste-me a frase de Eça «Sob o manto diáfano da fantasia, a nudez forte da verdade».
O como e onde nos retiram os véus, não é importante, Leozinha... talvez nem o porquê, o mais importante é o quando.
Resumimo-nos à velha história do timming.
Esse hiato é que determina o sucesso da operação de desnude.
;))))
Sou tão parvinho...

lenor disse...

Há coisas que são como o Natal: quando um homem quiser. Há outras coisas que são como não sei o quê: quando Deus quiser.
Também sou tão parvinha...
:)))

Bartolomeu disse...

Ha homens que nem precisam de querer aquilo que Deus se encarrega de lhes colocar no caminho, quer seja Natal, ou Páscoa, ou... ou isso!!!
;))))

Rosa dos Ventos disse...

Sou a rosa das ventanias
Aquela que não tem rumo
Toda cheia de manias
Pois não há fogo sem fumo.

Foi o que se pode arranjar para rimar! :-))

Abraço, Bartô

Bartolomeu disse...

E... arranjou-se um poema belíssimo, que merece estas duas quadrinhas, enfeitadas com um beijinho...

Viver a vida sem rumo
É uma enorme aventura
Para lhe saborear o sumo
Tem de acoragem ser dura

Só uma Rosa indomável
Possui essa força notável
De correr o mundo com o vento
Fazendo da vida, um momento

Rosa dos Ventos disse...

Por esta é que eu não esperava!
És cá de uma prontidão! :-))

Abraço

Bartolomeu disse...

És um manacial de inspiração, Rosinha!!!
;)))