Alguem que me conhece e sabe que gosto muito de canetas de tinta permanente, ofereceu-me este fim-de-semana, quatro.
São reedições de modelos clássicos dos anos cinquenta. Réplicas quase perfeitas, no corpo, no "clip", na decoração, nos pormenores do aparo. Diferem na forma do enchimento. Todas elas, adoptam o sistema descartável das recargas de encaixe rápido.
Escrever com aparo, é um exercício que exige alguma destreza, arte e... tempo.
Apesar de manter guardadas algumas canetas de tinta permanente que fui adquirindo, não as usava com frequência. Lembro-me que após o exame da quarta classe, entrei abruptamente na era das "bic", amarelas, tampa azul que, como tantos outros, tinha o habito de mordiscar. Não nego que estas velhinhas esferográficas, possibilitávam uma escrita rápida... descomprometida com os preceitos caligráficos, bastante diferente da ritual escrita a caneta de aparo.
Essa, era linda, mais calma, cuidada, com o seu quê, um razoável quê de introspectiva, criativa, até.
Hoje, reaprendo a escrever com caneta de aparo e decidi... vou abandonar definitivamente a esferográfica.
Contudo, não vou abandoná-la assim do pé para a mão, sem antes lhe dedicar algumas palavras de apreço, de carinho... pronto... de agradecimento, apesar de, já não ser actualmente a velhinha "bic" que preenchia o espaço entre o meu polegar e indicador direitos, apoiada no "pai-de-todos".
Não!
Últimamente, utilizava uma ergonómica "uni-ball" Blue Cristal 0.7, que me proporcionáva uma forma suave e confortável de escrita, não me queixo.
Mas hoje decidi: vou voltar à tradicional escrita com aparo, vou ter de voltar a exercitar a agilidade do punho.
Exactamente, do punho... ah não sabiam?!
Mas é assim mesmo... quando se escreve com aparo, não se apoia a mão!
Pois... aí é que reside a dificuldade e a "arte"... é tudo feito a pulso!
;))))
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
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13 comentários:
Bem, lá que vai ser difícil comentar
Aqui com a rima sem falhar
Ai, isso vai! Mas então direi:
Com a tinta permanente numa escrita
Fica a beleza do texto bem descrita
E para continuar também digo
Meu passado (escrita já se vê)foi parecido :)
Ainda hoje não troco a permanente
Por nada que seja muito diferente!
Também já fiz um intervalinho
Com as Uni-ball Blue cristal 0.7
Pela sua suavidade, sim senhor
Mas quem me tira a tinta permanente
Tira-me o pão ao dente ;))))
Ah, e tenho cá em casa algumas sim
Divididas por o filhote e por mim...
Agora essa de não apoiar o pulso...
Muito bem pensando e aqui explicado
Deu para um sorrisinho bem amanhado!!!:)))
Escrever um sorriso com aparo
Uma memória... uma saudade...
Neste tempo mitigado tão avaro
Requer do escriba agilidade
Da caneta, um traço de verdade
Do leitor, um... não reparo!
;)
Parabéns pelo teu texto!Gostei dele, sinceramente...
Sou do tempo, por aqui podes imaginar,em que ainda havia nas carteiras o tinteiro de cerâmica branca com tinta lá dentro para as meninas que ainda não tinham caneta de tinta permanente molharem a caneta com um simples aparo na ponta.
Disse meninas, mas na dos meninos era igual...
Creio que não haverá muita gente a pegar em lápis, canetas e esferográficas como eu faço.
A professora nunca conseguiu que eu usasse essa posição dos dedos que tu descreves que é, afinal, a correcta!
A minha primeira caneta era verde mesclada de cinzento...
Sujava-me um pouco os dedos, já não era nova. Herdei-a do meu pai! :-))
Cá por casa há algumas até muito valiosas, um dia destes vou "ressuscitar" uma...e vou fazer como tu!
Abraço, Bartô
Olá Rosinha!!!
Também colecciono relógios de bolso e de pulso!
;)))
E... tanto as canetas, como os relógios, são paixões antigas, portanto, não tem a ver "só" com nostalgia, tem a ver com genuínidade, no meu ponto de vista.
Gostava de poder coleccionar carros antigos, ou de outras máquinas.
Olha, ha algum tempo um amigo convidou-me para visitar uma quinta que um amigo dele tinha adquirido recentemente.
É uma quinta agrícula, enorme, com um casarão sumptuoso, estratégicamente localizado e com as dependências agrículas, necessárias.
Na adega, um casarão enorme, ainda equipado com as maquinarias e os processos de antanho, nas abegoarias, com os utensílios necessários e próprios de outras épocas... perdi-me, deslumbrei-me, inebriei-me, eu sei lá.
Só te digo... foi como se tivessem dado o melhor brinquedo a um puto.
A sua coleção (ou coleções diversas) que, de certa forma, denota ser um homem de letras (:)), aliada à sua indiscutível paixão por tudo o que se refere a agricultura, é uma combinação fascinante!
É verdade Catarina, interesso-me por tudo aquilo que é pensado e criado pelo, sobretudo se o seu movimento depender da acção humana.
Como por exemplo, uma malhadeira!
;))))))
Sério!!! uma malhadeira é uma máquina que separa o grão da pragana.
Ora bem, se pegarmos numa espiga de trigo e quisermos separar os grãos do trigo, vamos ter de usar de alguma destreza e cuidado. No entanto, o homem foi capaz de conceber uma máquina que executa esse trabalho com uma precisão superior à sua própria. Extraordinário, não te parece?
Outro exemplo. O moínho.
Se pretendermos transformar o mesmo grão em farinha, precisamos de duas pedras, uma onde assenta o grão, outra que através de pressão o esmaga. Mas, para que consigamos moer convenientemente a quantidade suficiente de grão que nos permita cozer um pão, vamos ter de dispender algumas horas e bastante esforço físico.
Então o homem concebeu uma máquina que, movida pela força do vento e utilizando pedras enormes, consegue reduzir os grãos a farinha quase sem que o homem necessite de empregar a força física.
Isto dito deste modo, até parece uma brincadeira de meninos, mas, para chegar à concepção do sistema todo e à dimensão das peças que compõem o conjunto, assim como o funcionamento de toda a mecânica, totalmente artesanal... minha amiga, acho que os crâneos da actualidade, monidos de todo o apoio informático e de todo o conhecimento científico, são perfeitos aprendizes comparativamente com aqueles "engenheiros/artesãos".
;)))
E são as coisas que nos dão mais prazer são as conseguidas a pulso, não?
:)
hehehehe!!!
Pois... Sandra.
à falta de melhor...
Ok
Ok
Denotei aí uma conclusão um bocado ao lado...e que realmente depois de reler o que escrevi.....
Mas o que quis dizer foi que valorizamos mais o que é difícil...pois isto sim...o resto não sei...
;)
Quando mencionei " à falta de melhor"... referia-me ao computador, minha amiga Sandra.
É evidente que tu também!
;))))
(Ok...não faço mais comentários sobre isto que me está tudo a sair ao lado)
...
:)
;))))
Essencial é que saia, Sandra. Seja ao lado... ou não!
;))))
(...)
:)
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