Sobeja ainda um crepúsculo,
nessa hora em que o canto das cigarras se tolhe.
Em que o mundo, num suspiro se recolhe e,
a paz tenebrosa do escuro, busca as almas desgarradas, que recolhe.
Sobeja ainda um breve crepúsculo,
quando sentada na varanda, recolhes da memória,
pedaços empoeirados de uma já longa história.
Sonhada e não vivida, num quadro de alegria irrisória.
Sobeja ainda um já quase invisível crepúsculo,
quando exausta, colocas entre as rugas do teu rosto, um sorriso.
E de olhos fechados, embarcas nesse sonho, que te leva ao paraíso.
sábado, 17 de outubro de 2009
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10 comentários:
Obrigada pelo seu comentário.
Pergunta: Já alguma vez publicou os seus poemas, as suas estórias, os seus escritos?
Fico com a impressão de que essa musa é uma companhia constante, uma fonte inesgotável de inspiração.
Continue, não só para seu próprio prazer, mas, essencialmente para o dos seus leitores e leitoras.
Há pessoas que têm um dom. O dom da palavra, oral ou escrita, o dom da simpatia, o dom de ser detentor(a) de um “não sei quê” que atrai irremediavelmente... Estou em crer que você cai numa destas categorias... aliás...em mais do que uma ....
C.
Olhas para um rosto amigo, enche-se o teu coração de ternura, e depois é só escreveres o que ele te ditou. Não é assim, tal e qual?
*
Em livro nunca, Catarina.
Nem é minha intenção tentar- O motivo, é muito simples de explicar. Gosto que as coisas sucedam espontâneamente, sem que as provoque. E depois, considero-me perfeitamente compensado pelos comentários que vai escrevendo quem me vai lendo.
Depois ainda, quando casualmente releio alguns dos "poemas" que escrevi, já não lhes acho a mesma "piada" e provávelmente não gostaria de os ver escritos em livro.
O capítulo dos "dons", vou saltar por cima, se não te incomodas.
Deixo um único apontamento(zinho): Quando nos apresentamos nús, genuínamente nús, somos sempre vistos à transparência... como acontecia à miléneios.
;)))
Ah... voltando atrás... à musa, vou confidenciar-te... ela é tão preguiçosa quanto eu.
;)))))
É desnecessário confirmar a tua afirmação, sem me conheceres, conheces-me a essência da alma.
Leozinha, feiticeira.
;))))
Há algo que me escapa neste comentário! “ Deixo um único apontamento(zinho): Quando nos apresentamos nús, genuínamente nús, somos sempre vistos à transparência... como acontecia à miléneios. “ Creio não o ter compreendido. Não há pressa na explicação. Não desejo monopolizar a sua atenção.
C.
O "nus" a que me refiro, tem a ver com a ausência de "roupagens" que disfarcem, ou transformem os traços naturais, genuínos.
O "nus" é o apresentar-me tal e cual, sem receios nem dissimulações, desse modo, é fácil ver-se-nos a alma.
Como à milénios, porque nessa época, os nossos ancestrais apresentavam-se nús e, comunicavam entre si de uma forma que consideramos rudimentar, mas afinal, muito mais evoluída que a actual. Comunicavam-se através da expressão corporal, do olhar, dos gestos, dos movimentos, aquilo que hoje consideramos telepatia, mas que tem muito a ver com a essência de nós, daquilo que vem de dentro.
;)
Olha!
Afinal cual escreve-se com quê de cão e não com quê de quando... é que aprendes a escrever, Bartolomeuzinho?
Queres que te indique uma escola primária para adultos? queres?
Bem... primeiro pensei que esse “nus” fosse aplicado em sentido figurado, depois com “a ausência de “roupagens”” cheguei à conclusão que não...
Concordemos: a nudez é uma distracção (esta palavra já deveria ter perdido o primeiro “c”, não é? – força do hábito) que não nos deixa ver as almas......
Bartolomeu – alma pura mas contraditória – bom fim de semana! Veja se não apanha um resfriado!
Da sua leitora amiga Catarina.
A vida, no seu todo, é uma contradição, Catarina.
;)))
Concordo.
Com ou sem ela, tentamos sempre ser o melhor o que de melhor podemos ser.
C.
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