Vivemos tempos em que é destruído o resto daquilo que foi construído.
A desorientação é geral, todos buscamos um caminho. Para nos animarmos nesta busca, criamos imagens irreais que perseguimos, fundamentadas num desejo apoiado em conceitos vãos.
Neste percurso, não deixamos obra que nos dignifique. Queremos ser mais, queremos ser tudo, desejamos possuir tudo, desejamos que tudo esteja submetido ao nosso querer.
Nestes tempos, desqualificam-se conceitos morais, sociais e humanos. Tudo sob uma capa de indiferença, porque nada diferente parece poder ser feito. É o ritmo alucinante que uma sociedade consumista se habituou a viver e para o qual não está a conseguir encontrar alternativa.
Na nossa capacidade limitada de visão, não nos é possível alcançar mais adiante, nem projectar para o futuro, o hoje está diáriamente mais difícil.
Nestes tempos, o objectivo de vida é possuir, mas possuir bens, não, valores, possuir objectos com uma vida útil limitada. Essa avidez pelo consumo gera uma crescente vontade de possuir para marcar a diferença.
Nestes tempos vive-se do faz-de-conta e do conceito de ilustre desconhecido, que imediatamente é tomado como um ícone social, pela marca de adereços que ostenta, pelos locais que frequenta, pelos circulos sociais em que se insere.
Quando são estes os valores que perdominam e que servem como tábua de mandamentos de uma sociedade, é certo que se vivem tempos de mudança.
quinta-feira, 10 de maio de 2007
Assinar:
Postar comentários (Atom)
12 comentários:
so se vive de faz de conta
qd o que se conta
não é real
porque afinal
de que serve a realidade
se todos a mascaramos
com caprichos e futilidade
A malta assim a modos que almariada
eis o problema...o reino do ter e não do ser..........
jocas maradas de sentires
Completamente de acordo com o sentido desta prosa. Há tempos que em vez de comprar dou o que tenho. As "coisas" não me dizem nada. Estou muito cansada desta sociedade que construímos.Já só compro comida, e livros. E de vez em quando, estantes para os arrumar. E sou muito mais feliz agora.
Olá Psyc.
A realidade é o momento, mesmo que mascarada de caprichosa ou fútil.
É se assim fôr, continua a ser a realidade de alguem.
O que nos aflige é a incompatibilidade com as realidades alheias.
Um bom beijo para ti Psyc.
Oi Moura encantada, qual é o significado de almariar?
:))
Pois é Su, desde que inconciliáveis. Costumam ser 2 reinos em permanente conflito, mas que de certo modo se complementam.
será?
Eis minha amiga Eduarda, o conhecimento aliado à experiência, combinação que caracteriza e qualifica quem já descobriu o modo simples de alcançar a felicidade.
:) *
tens toda a razão, hoje em dia acontece tudo demasiado depressa. é difícil que todos consigamos acompanhar este ritmo. não sei se gosto daquilo em que no estamos a transformar. aliás, tenho a certeza de que não. claro que nem tudo é negativo, é bom que saibamos ver nos tempos que correm as coisas más, mas também as boas.
eu sou bocado avessa a certas coisas e, muito embora seja filha do tempo em que nasci, em muitas situações não gosto nada de me juntar ao rebanho e ser como o resto da maralha. ;) talvez por isso, alguns me olhem com estranheza, outros com admiração, outros simplesmente não me olham...
:)
Revelas-te alguem que adora trilhar caminhos novos, apesar de ter a consciência de que eles são traçados sobre os caminhos de sempre.
É isso Fábula?
digamos que não admiro o consumismo e não gosto quando sinto que estou a agir como a maioria nalgumas coisas, embora inevitavelmente isso aconteça algumas vezes... =)
p.s.: tens um "meme" lá no meu canto... seja lá isso o que for!
Não acho que seja um problema dos tempos nem das mudanças. Acho, isso sim, que é um problema das camadas, quer dizer, das cambadas. :) São maneiras de estar na vida, parte de causa genética, parte de causa cultural. Mas sempre humanos. Ora vê lá se nas mais antigas civilizações isso não acontecia.
Postar um comentário