Escuto os choros do mundo.
Olho os corpos dos famintos,
dos doentes que lá do fundo,
me dirigem um olhar triste,
rogando uns nada já extintos,
sobras daquilo que não existe.
Choro com eles em silêncio,
reconheço-me na sua verdade.
Na pobreza que presencio.
Busco um tudo necessário,
que seja mais que bondade,
que ultrapasse o simples dar.
Algo de muito extraordinário.
Busco-lhes o ressuscitar.
De tão desumanas e chocantes,
Duvido cinicamente das notícias,
Da verdade inventada pelos homens.
A crueza das imagens distantes.
Da dor alheia que fere, lancinante,
O peito dos que a suportam.
Mas a quem só as palavras não confortam.
Impele-os uma força natural. Adiante!
E marcham, como formigas...
Carregando a culpa da existência... ultrajante.
terça-feira, 8 de maio de 2007
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5 comentários:
A realidade é mais surpreendente que a ficção, dizia o meu pai, que agora já não diz porque está doente.
Obrigada por lhes buscares o ressuscitar, Bartolomeu, que todo o universo te ouça e se mexa.
Este ressuscitar é exequível, se o universo se "mexer" numa prespectiva aglutinadora.
É verdade Bartolomeu. Difícil acreditar nas imagens muitas vezes. Mas elas são reais e magoam-nos. Um belo poema sobre a dor. Parabéns.
Grato por apreciar o "poema", Eduarda. Melhor seria se não houvesse mote para o ter escrito.
É verdade Bartolomeu.
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