quarta-feira, 18 de abril de 2007

Pombal

Hoje, apetece-me escrever acerca daquele que deveria ser, em minha opinião, o paradígma dos políticos portugueses. Sebastião José de Carvalho e Melo, conhecido de todos pelos títulos nobiliárquicos de Conde de Oeiras e de Marquês de Pombal, nasceu em Lisboa no ano de 1699 e faleceu na vila de Pombal, em 1782. Quando o referencio como modelo a seguir pelos nossos políticos, não estou a pensar nos seus actos de despotismo e prepotência, mas sim em todas as suas medidas de dinamização e protecção às indústrias e comercio. O feito que habitualmente referencia Sebastião, é a reconstrucção de Lisboa, após o terremoto de 1755. Esse facto, é sem dúvida meritório, pela clarividência que demonstrou face à dimensão da tragédia, pela sua capacidade de determinar a actuação a seguir e também pela sua visão futurista e dinâmica daquilo que deveria ser a Lisboa do futuro. Porém, onde eu encontro maior mérito, em tudo o que foi a sua administração, é sem dúvida a forma como ele previu e programou o desenvolvimento económico do país, criando e desenvolvendo mecanismos para que toda a gente tivesse ocupação e dela pudesse retirar o seu sustento. Esta dinâmica contrariou o estado de absoluta pobreza em que o país se encontrava, desenvolvendo a agricultura a indústria e o comércio, proporcionando o aumento da produtividade e das exportações, criando riqueza, acabando com a mendicidade e a indigência. Perdeu no entanto algum brilho, toda a sua governação , devido às crueldades e violências que mandou cometer, sobretudo na pessoa de famílias poderosas da época, de que são exemplo os Távora. Hoje desconhecemos o contexto real em que essas atitudes terão ocorrido, conclui-se no entanto que as famílias que foram alvo das atrocidades de Sebastião, seriam detentoras de enorme poder político, económico e religioso, os quais entravariam a concretização dos projectos de Pombal. Por vezes, grandes actos, obrigam a grandes decisões. Conceda-se-lhe o benefício da dúvida...

16 comentários:

psique disse...

concedemos então...
belo poema deixado no meu cantinho... OBRIGADA

Fábula disse...

onde é que tu estavas aquando da votação n'Os Grandes Portugueses, quando ganhou o Sal-azar?! ;)
eu não espero ter governantes nos tempos que correm a tomar grandes decisões desse tipo, bastar-me-ia que fossem honestos, que colocassem os interesses do país acima dos pessoais, e que tivesse tomates para mudar as coisas (contra qq tipo de lobbies,etc.)... enfim, utopias minhas!

Bartolomeu disse...

Ainda bem que gostaste Psyc, o teu, merecia melhor, mas... foi com muito carinho.

Bartolomeu disse...

Não sei se a tua opinião é assim tão utópica, Fábula.
Tudo aquilo que referes e que te bastaria, é básicamente aquilo que todos os portugueses desejam e esperam dos políticos que elegem e que lhes prometem cumprir.
Aquando da votação, eu estava aqui, mas, não votei. Se votasse, seria como votar no abstracto. Não encontraria forma de distinguir uma personagem que se destacou em tempos, conjunturas e árias diferentes, de outras que também se destacaram.

lenor disse...

Gosto muito de marquezes.
Oh yesssssssss!!!

Bartolomeu disse...

hehehehehehe
Boa Leonor!!!!
Mas acho que aquilo que tu querias dizer verdadeiramente, é que gostas muito de marquezas... daquelas que os médicos utilizam para observar os doentes.
Podes crer, ajudam a ganhar o paozinho de muita gente.
lololololol
acho que amo esta mulher

lenor disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lenor disse...

Marqueses é com "s".
Buáááccc!!!
:´(

Su disse...

..acho que não perdeu brilho..ele foi brilhante......

jocas maradas de tempo

Bartolomeu disse...

Olá Su, entra, senta aqui um bocadinho, tomas alguma coisa?
Não?
Muito bem, eu vou tomar o meu malte zinho (só para não parecer um maltêz pequenino)
Efectivamente Pombal foi um homem brilhante, sabias que ele foi mestre da loja maçónica lusitana?
Segundo José Braga Gonçalves, foi ainda rosacruciano, a nossa rainha Isabel, esposa do rei D. Dinis tb foi rosacruciana, isso, essa mesma que operou o milagre das rosas.
És uma rapariga inteligente, estás a pensar com os teus betanitos... pera lá Rosa Cruz... Isabel...milagres... pão...Pombal...desenvolvimento da agricultura...pão... será que nas verdadeiramente grandes atitudes, naquelas que resultam em aumento de bem-estar, se acha efectivamente a mão de Deus?
Possivelmente...
Bom, já que não tomas nada, podes ir, deixa-me com as minhas cogitações, até breve (quando desejares)
:))))

Moura ao Luar disse...

Beijos e bom fim de semana

Fábula disse...

digo que é uma utopia na medida em que parecem não existir políticos assim, e os que o são mudam depois de ter assento na assembleia... os lugares importantes (em suma: o poder) transformam as pessoas e os ideais, os bons valores, e os bons motivos para se ser político (servir o povo, servir o país) são esquecidos em prol de "valores mais altos" que se alevantam... =(

Bartolomeu disse...

Bom fim de semana Moura, com encantos.
;)

Bartolomeu disse...

Fábula, querida fábula, assiste-nos o direito de não os votarmos, mas, ainda que ingloriamente, assiste-nos o direito de os interlar, é uma questão de auto-estima e amor-próprio.

Su disse...

bartolomeu....entrei..tb tomei o meu malte....ou melhor estou tomando.....entendo.maçonaria..sei..brilhante..e ficas sabendo as tuas cogitações valem a pena......são corentes, lucidas...enfim..gostei de aqui voltar.....
voltarei sempre...vezes e vezes
jocas maradas

Bartolomeu disse...

Que alegria ver-te de novo Su... e saber que aprecias um bom malte, dando em simultâneo asas à cogitação.
Um dia destes convido-te para um passeio no tempo, vamos revisitar locais, e acontecimentos, depois... ao jeito de puzzle, vamos divertir-nos a encaixa-los neste tempo e quando a segunda garrafa de malte começar a produzir efeito, iremos cogitar se eles constituirão o futuro...
hum?