Pergunto ao sol, pelo menino irrequieto
que corria no recreio daquela escola
Pergunto ao vento, pela criança de bibe aberto
que rindo, alegremente, jogáva à bola
Pergunto à chuva se recorda aquele rapaz
de cabelos soltos, meigo e irreverente,
alegre, endiabrado, brincalhão e sagaz
que vivia, pregando partidas a toda a gente
Pergunto à relva, ás arvores daquele parque
se recordam aquele jovem enamorado
Que de mão-dada se sentava ao fim da tarde
junto aos lírios... de olhar apaixonado
E que, ternamente olhando a sua amada
lhe jurava um amor imenso, inacabado
Roubando-lhe um beijo à descarada,
entregando-lhe um coração apaixonado
Pergunto ao mar se tem lançado o seu odor
se tem polvilhado de algas e maresia,
O corpo daquele jovem que sem pavor
brincava nas suas ondas com ousadia.
Pergunto à lua, se tem visto pelo espaço
o romântico, o poeta maravilhado
Que cantava o seu brilho, o seu abraço
em versos de um encanto perfumado
Pergunto à vida, o que fez daquele grande sonhador
para quem ela tinha um projecto tão fantástico
Respondeu-me, ele agora é um senhor
responsável, circunspecto, cuase estático
sexta-feira, 13 de abril de 2007
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11 comentários:
este poema merece o nosso acordo... agora não tenho tempo mas daqui a pouco vais ver ;)
Este poema está cheio de imagens de um passado terno que ainda é presente, tenho quase a certeza, apesar de haver a tentativa de dar outra imagem com os últimos dois versos. :)
Sentes-te confortável dentro de mim Leonor?
:)))
pergunto a lua
por ela
a menina que se ponha a janela
a inventar histórias
com quem passava na rua
historias complexas
cheias de emoções
intrigas e devastações
histórias não reflexas
Pergunto ao sol
se a ilusão de menina
se transformou na razão pequenina
que manda agora o seu coração
pergunto a chuva
se as lagrimas caidas
serviram para algo
que fosse benefico
para outras vidas
pergunto me a mim
se um dia
eu quis
deixar a menina
e ser a mulher
Ps. não esta muito bem
mas quando começo o coração fala e os dedos obedecem beijos
PS:
Está excelente Psyc, obrigadérrimo
;)
Só vou pedir-te um favor, um pequenino-grande favor...
Ordena aos teus dedos que não deixem de obedecer ao que o teu coração lhes for ditando.
Vai passando o tempo... vao adormecendo os sonhos... vamos sendo maquinas, deixando a vida passar
O passar do tempo é inevitável, o tornarmo-nos máquinas... bom, façamos os possíveis para que isso não aconteça e também para que os sonhos não adormeçam, afinal, somos seres inteligentes por algum motivo, não achas moura?
é o que acontece à esmagadora maioria das pessoas quando crescem, ficam estáticas e circunspectas. algumas, uma minoria minoritária, ainda mantém esse lado criança, sonhador, irreverente, apaixonado, vivo... e era tão bom que a minoria passasse a maioria! ;)
É verdade Fábula, mas outras contradições se levantam e em minha opinião, são determinantes aquelas pessoas que incluímos no nosso universo e com as quais interagimos. Doutra forma, tornamo-nos eremitas dentro de nós mesmo e o resultado não irá ser muito diferente.
Acordei no meio do sonho. Beijos, carícias, onde estão?
Beijinhos embrulhados em abraços
Sabes Sonhadora... um dia destes entrei no autocarro e sentei-me ao lado de uma senhora idosa, daquelas senhoras que ainda ostentam aquele aspecto opolente de outros tempos. Passados poucos minutos, a senhora fez sinal de sair e eu rodei as pernas para o lado do corredor. Como a senhora não passava, eu olhei para ver o que se passava e encontro a senhora, de pé a olhar para mim, com uma profunda expressão de aborrecimento. Assim que o meu olhar encontrou o dela, ouço-a gritar na minha direcção... ladrão! Fiquei espantado, olhei à minha volta, na esperança de ela se estar a dirigir a outra pessoa, mas não ela voltou a repetir e sem dúvida que se dirigia a mim. Talvez por ser comum acontecerem assaltos nos transportes públicos, os outros passageiros olhavam para mim e alguns criticavam "vêm estes meliantes para aqui assaltar as pessoas". De tão admirado que estáva, não consegui articular uma palavra. O condutor do autocarro, vendo um polícia na rua, parou ao pé dele, chamou-o e lá fui para a esquadra, acompanhado da senhora, que não parava de me acusar de lhe ter roubado uma joia valiosíssima, que teria presa à gola do casaco.
Chegados à esquadra, fomos atendidos pelo oficial graduado que primeiro escutou com atenção as queixas da senhora, depois voltando-se para mim perguntou-me o que se tinha passado. Garanti-lhe que estava absolutamente estupefacto com toda a situação e que tudo o que podia fazer era disponibilizar-me para ser revistado. Nessa altura o chefe da esquadra virou-se para a senhora e perguntou-lhe se aquela hora teria alguem em casa. A senhora respondeu que sim, que tinha duas empregadas domésticas. O chefe da esquadra pediu-lhe então o contacto telefónico e ligou para a residência da senhora. Quando atenderam pediu para verificarem se no local habitual, estaria uma joia com as características que a senhora referia. De lá responderam que a joia se encontrava no quarto da senhora, sobre uma cómoda. O chefe pousou o telefona e dirigindo-se à senhora esclareceu a situação. A senhora ficou aflitíssima e lembrou-se que efectivamente tinha a intenção de colocar a joia antes de sair, mas que se esqueceu e tinha quase a certeza de a ter colocado. Depois voltando-se para mim, pediu-me muitas desculpas e perguntou-me de que forma me poderia compensar de todo aquele incomodo. Eu respondi que já não havia nada a fazer, e que não se preocupasse. Então a senhora, tirou da carteira um cheque e escreveu nele a quantia de 5.000€, depois, olhando para mim, disse. Por favor, aceite este cheque, é o mínimo que posso fazer, para tentar apagar a vergonha que sinto por tê-lo acusado de roubo. Eu insisti, que não era necessário e não aceitava o cheque. Então a senhora voltou a pedir-me para aceitar, d modo a que pudesse ficar de bem com a sua consciência. Decidi então fazer-lhe a vontade, na altura em que estendi a mão para aceitar o cheque, bati na mezinha de cabeceira e acordei.
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