quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Chuva miudinha...

Por vezes chovem-me os olhos.
Alagam-se numa chuva persistente.
Se passo de novo em caminhos velhos,
Quando olho nos olhos da gente.

Chovem-me os olhos,  e por vezes.
Invade-me o peito uma nostalgia.
Se por mim passam as almas, leves.
De certos seres que conheci um dia.

Mas chovem-me os olhos, também.
Quando falo com alguém,
Que na vida venceu a dor.
E encontrou a alegria, numa lágrima de amor.

Chovem-me os olhos à noitinha,
N'uma chuva miudinha.
Por vezes, também pungente,
Sempre que recordo outra gente.

A gente do meu crescer;
A que me ensinou a falar.
A que me pegou, ao nascer;
A que me ajudou a andar.

Chovem-me os olhos, de saudade.
E também, de gratidão.
Chovem, quase sem razão.
Ou chovem, por cumplicidade.



7 comentários:

Olinda Melo disse...


Meu amigo

Espantosa chuva miudinha que mareja os olhos de humanidade, de amor, de amizade, de solidariedade. Que alague tudo, que se transforme num rio, em rios que corram para o mar, tornando-se numa imensidão de sentimentos bons e positivos, e que nos bafeje a todos.

Bartolomeu,desejo-te um muito bom dia e...obrigada por este poema.

:)

Abraço

Olinda

Bartolomeu disse...

Agradeço e retribuo os desejos... que me desejas, Olinda.
Sabes?! Estes versinhos foram inspirados pelo post publicado pela Cristina;
http://andancasmedievais.blogspot.pt/2012/08/chorar-ou-nao-chorar.html
;)

Rosa dos Ventos disse...

Há que séculos que não te encontrava, Bartô!
E logo te encontro com chuva nos olhos...
Deixa lá porque é o que mais grassa por aí...e chuva batida a vento!

Abraço

Bartolomeu disse...

Olá Rosinha!!!
;)
A blogosfera é grande!!!
;))

jorge esteves disse...

Foi de viés que aqui cheguei. E há quanto tempo daqui me vi perdido!...
Encontrei, por agora, 'uma chuva' das que se gosta. O que, por mim, confesso, é coisa rara!...
Fico satisfeito por ter (re)encontrado o caminho!
Um abraço, amigo!

Bartolomeu disse...

E que bem nos sabem as visitas, mesmo que (em)viesadas, Jorge.
A inspiração para escrever, pouco que seja, é que nem de viés me tem chegado...
;)

Canto da Boca disse...

Tá chovendo nos meus olhos também, chuva de puro encantamento, por saber dessas chuvas que a todos, nos dá alento!

Eu lhe segui desde o Xaile da nossa querida Olinda.

;)