terça-feira, 22 de maio de 2012

Sem título...

Agarrei-a; por agarrar.
Sem sequer lhe olhar o rosto.
Sem tão pouco a desejar.
Nem lhe ter lido o desgosto,
Que a fazia chorar,
Que a tornava o mosto,
De um vinho a azedar.

Agarrei-a sem a ver.
Levei-a sem a sentir.
E ela... veio, sem ser.
E eu, comecei a a despir.
E ela, sempre a descer.
E sem nunca tentar fugir.

Depois; foi o grito profundo.
O repuxar dos lençois.
Foi o romper d'aquele mundo,
Que já não conhece mais sois.

Foi então quando a vi:
Numa alma ultrajada.
Foi ali que eu morri.
Entre espasmos de tesão.
E que a senti, já vingada,
De uma vida sem razão.

6 comentários:

Cristina Torrão disse...

Um bonito poema, gostei.

Bartolomeu disse...

Já valeu a pena tê-lo escrito, Cristina!
;)
Obrigado.

James Dillon disse...

(aplausos,)


cumprimentos,
JD

Bartolomeu disse...

Parco de palavras, mas farto de significados...
Obrigado, James!
;)))

Olinda Melo disse...

Meu caro Bartolomeu

Nisto é reside o saber escrever e bem, e excelentemente. Escrever sobre as coisas, sobre os momentos da vida que enredam a vida das pessoas, sem os nomear, com toda esta arte.

Gostei imenso deste poema, meu amigo, e espero ler mais poemas teus, sempre que os quiseres publicar...

Abraço

Olinda

Bartolomeu disse...

Ainda bem,Olinda.
Deixa-me feliz teres gostado.
;)