Brincando um cadito cos sons:
http://www.youtube.com/watch?v=klKCQZJEFlA&feature=related
Inicia-se agora, a época do ano que muito me agrada. Não direi que seja a que mais me agrada, porque dedico a minha preferência à Primavera e ao Outono. Contudo, a aspreza dos dias genuínos de inverno, confere-me uma sensação de bem-estar interior, quase insuperável.
Os fenómenos meteorológicos próprios da época, a nudez dos campos e das árvores, o recolhimento das gentes, faz-me sentir como se o mundo fosse só meu. É estranha esta agradável sensação, mais estranha ainda, por que não tem a ver com o meu carácter natural. Isto, porque gosto de interagir, de conversar, de initimizar, de perguntar, de sentir a naturalidade e genuinidade dos locais e das pessoas. Não prefiro o campo interior ao litoral, não me extasio mais no cimo de uma montanha nortenha, que perdido no meio da planície alentejana. Ah a propósito, adoro perder-me por caminhos desconhecidos. Parece estranho e contraditório este gosto, na medida em que vai no sentido oposto àquele que è "normal". Um dos locais onde me deu prazer perder-me foi no "Pulo do Lobo", concelho de Mértula. Bah... para ser sincero , não cheguei bem a perder-me, pois sem recorrer a indicações de ninguem, passado pouco tempo, encontrei o caminho. A paisagem que se disfruta no Pulo do Lobo, é algo de extraordinário, contudo, é a sensação do inóspito e do vazio que nos conferem a sensação do eterno. O espaço, o silêncio, o abrupto, o insólito da paisagem que parece um pedaço de superfície de outro planeta, levam-nos a reflectir sobre a dimensão universal da existência. Depois, ha outro aspecto que me regala nesta época. A gastronomia. Nunca me sabe tão bem como no Inverno, depois de percorrer estradas de montanha, geladas e solitárias, uma refeição confeccionada da forma tradicional, com os produtos da região, tomada num restaurante de estrada, sobretudo se no interior crepitar um lume, seja de lareira, ou até de salamandra. As carnes, os legumes, o pão, o vinho e os doces.... aiii os doces, sabem-me pela vida, como costumava dizer a minha avó. E a acompanhar tudo isto, a conversa interessada dos donos da casa.
Bom, está a chegar-se o fim de semana, quem sabe o menino Bartolomeu solta as amarras e vai por aí à descoberta de novos espaços, ambientes e paladares!?
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
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14 comentários:
É quase sempre, a paisagem, quem nos dá essa medida do eterno
Alguma música também o dá, pelo menos a mim.
Ah! a gastronomia no inverno é divina!
beijinho
Pois é Clarinha, haverá modo diferente de apreciar a vida, não se apreciando o alimento?
Não creio.
Um beijo... gostoso!
É uma óptima época para essas descobertas, Bartô!
Abraço
Hmmm...O inverno aconchega-nos todas as descobertas com a recompensa gastronómica. E nem há o perigo de ser descoberta a acumulação gastronómica que se tem de usar muito cobertor para se estar quentinho. ;) É que ligar o ar condicionado não é poético. ;)
Sabe-la levar, tu! Avança!
Confesso que me sinto tentada a partir por aí à descoberta...
NO outono os mistérios da vida sentem-se mais em casa... é a minha estação. Nesta estação um encontro com a natureza tem de acabar em festejo, como aqui disse, com aquilo que podemos dela tirar, uma boa refeição, ai que até se me está a abrir o apetite.
Divirta-se
Então boas viagens este fim de semana, por ai, quem sabe por aqui...
Bj
É verdade Rosinha, e h sempre novos rumos para percorrer.
;9
Beijão!
Pois não Árvorezinha, mas... havendo um lume a arder e um tinto maduro, ou um porto velho, dispensam-se bem os cobertores.
;)
Se tu o dizes Leozinha, é porque sim... e não ha nada mais a acrescentar...
Recebe um beijo
Se me deres a mão Cristina...
Toda a "estação" serve para se embarcar de novo, em busca de novas paisagens e novas gentes, não é verdade Inês?
;))
Olá Nadir!
Pelo mundo... avaçando!
;)))
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