Não seriam ainda 11 horas, quando o relógio do quarto, bateu na sala as 12 badaladas, por toda a casa se ouviu o ruído silencioso que soou no corredor. Passos lentos, aproximaram-se rapidamente à distância. Inesperadamente, tal como calculava, ela apareceu, nua, vestindo uma túnica opaca de tecido transparente que não deixava adivinhar os contornos do seu corpo liso. Sorriu-me sem que qualquer músculo do seu rosto vibrasse, imóvel estendeu a mão na minha direcção, apontando a pedra da lareira. Olhou-me de costas, flectiu a perna esquerda que se mantinha direita e sem articular uma palavra, afirmou perguntando. Chove lá fora, está um belíssimo dia, para sair, ficamos em casa hoje!?. Estranhei a certeza com que me admirei por não me surpreender pelo beijo oferecido que não me deu. Sobressaltei-me calmamente quando num gesto súbito, longamente reflectido se ajoelhou à minha frente e me abraçou por trás. Confesso negando que naquele momento, volvidos alguns minutos, um frio abrasador circulou parado por fora do interior do meu ser inexistente, adormecendo os sentimentos insensivelmente despertos. Levantei-me imóvel e conduzi-a parada ao sofá da cama. Lentamente, beijei-a apressado sem lhe tocar, minutos depois, sem que o tempo tivesse passado, rebolámos imóveis no colchão do tapete. Os seus gritos de prazer inaudíveis, soaram calados na sua apatia. O seu corpo húmido, desfez-se por inteiro na aridez do seu espírito… Olhámo-nos invisíveis, sonhámos a realidade de nos amarmos sem ainda nos conhecermos e numa atracção de afastamento unimos nossos corpos separando-os, numa fúria mansa, incontida na prisão, de termos hoje o que amanhã seremos.
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
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13 comentários:
A ti:
Saltas do fundo ao tecto do mundo,
colhes flores, falas de amores,
apanhas estrelas, ficas a vê-las,
respondes à física, escutas música,
transformas poesias em dias,
os dias em melodias,
sabes orações, tocas corações,
tens mil desejos e fazendo chover beijos,
giras em camas com quem amas,
encontras sonhos nunca tristonhos,
atiras-te à alegria e ai de quem não ria,
empurras a vida numa ida
e numa volta sem revolta:
um voo apenas, de soltas penas.
Era meia-noite em ponto
Faltavam cinco minutos
Um velho sentado à lareira
No seu banco de pau
Feito de pedra
Lia o seu Jornal sem letras
E o Jornal dizia:
Ou me dás a tua filha
Que a não tens
Ou eu te escaldo
Num balde de água fria.
O velho respondeu:
Vale mais morrer
do que perder a vida.
Adorei te ler porque me relembrou esta lengalenga que o meu pai em criança me ensinou...
Beijos
BF
tu andas é a precisar de pó:)))))
pq isso não é do fumo....é mesmo "esquiza"..opsssss
gostei...imóvel...levantei.me
jocas maradas de ontem sendo de amanha tantas quantas as que já tas dei
Bartolomeu...
Vês?...
Tambem sabemos bater o ritmo... bater as palmas...
E gostamos quando nos dás música...;)
Se me quisesse definir, não seria capaz de o fazer tão bem como tu, minha querida Leo.
Hummmmm
Andas a espiar o âmago de mim....
Um beijão Leozinha
hehehehe
Lembro-me dessa lenga-lenga Drinha Poila.
Falta ali a luz da candeia apagada, a seguir ao jornal sem letras, mas esta lenga-lenga, presta-se a alterações de acordo com a inspiração do lenga-lengador.
lololol
Um beijão Poila linda.
Tens toda a razão Su zinha querida, ando mesmo a precisar de pó... talco e de umas mãos macias e carinhosas que o queiram espalhar.
Um beijão Su zinha linda!!!
Sombrinha... adoro mulheres que sabem bater o ritmo e no fim aplaudem com palmadas... perdão, com palmas.
E claro que uma musiquinha dá sempre alguma alegria ao ambiente.
Lembro-me do prazer que o Bolero de Ravel, transmitia àquela mocinha a... a... a Boa Dereck...
Ha gente muito boa neste mundo, felizmente...
;)))))))))
Um beijão querida sombra.
Gosto muito de te ler.
É uma escrita "maluca" e empolgante.
Tás a precisar de pó de talco e de umas palmadas?!:) Looooool
Beijo.
E já agora, que me pegue ao colo e me conte histórias, Andorinha...
;))))))))
Amanhã serei o que fui, porque sou o que seria se fosse como era
E falta os cavalos que pousavam de flor em flor enquanto se ouvia o relinxar das borbuletas
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