Nunca escrevo "por encomenda", mas seduziu-me o tema proposto pela minha amiga Sirk. Assim, dei início, não em verso (para já) àquilo que poderá muito bem vir a ser o guião da novela portuguesa com o nome do título... ou ... com o título do nome?
Avancemos então...
Branca Clara Alva das Neves, foi abandonada à nascença, à porta de um prostíbulo numa fria noite de Dezembro. Decorria o ano 1850. Quem cometeu o terrível acto de abandono, premeditou que aquela seria a hora de maior afluência ao local, pelo que, provavelmente não demoraria a ser encontrada. Efectivamente Branca das Neves, foi encontrada por um distinto senhor que visitava regularmente a casa de madame Balbina, no preciso momento em que as suas cordas vocais iniciaram um estrepitoso choro. Quando madame Balbina, mulher garbosa já entrada na idade mas ainda altiva, detentora de uma personalidade férrea e um auto-domínio, que os anos de experiência no "ramo" lhe conferiam, atendeu a porta, encontrou o seu cliente habitual pegando no colo protector a ternurenta bebé. Deu-se um momento de estupefacção e de indecisão, que fizeram mm Balbina ficar como que pregada à soleira da porta, de olhos muito abertos fitando, ora o Sr. Conde, ora a pequena criança.
-Então mm Balbina, vai querer que a pobre criança enregele? Permite-nos que entremos?
Como que acordada à força de um pesadelo, mm Balbina, afastou-se dando passagem ao Sr. Conde e à sua protegida.
- Mas Sr. Conde, pode explicar-me o que se está a passar?
Sem prestar atenção à pergunta formulada, o Conde de Monte a Nelas passou a entrada e sem deixar a pequena Branca, aliviou-se dos abafos que lhe mantinham o já velho corpo aquecido. Depois, chegando a pequena Clara á luz mortiça de um aplique de parede, perguntou como que afirmando, é linda, não é?
Mm Balbina, ainda insegura da situação, acercou-se um pouco mais e confirmou. Sim, de facto é uma linda bebé. Mas a quem pertence Sr. Conde?
Lentamente o velho conde virou-se para mm Balbina e, de olhar penetrante e arguto, concluiu.
-Esperava que fosse a senhora a esclarecer-me essa questão. Não será obra de alguma das suas “pupilas”?
-Não estou a perceber a lógica da sua dúvida senhor conde, pelo facto de nos encontrarmos numa casa de prostituição, não quer dizer que sejamos pessoas desumanas, capazes de abandonar uma recém-nascida a um destino tão desfavorável.
- Bom, assim sendo, crendo na veracidade das suas palavras, tenho a pedir-lhe um enorme favor.
- Se estiver ao meu alcance, pode estar certo que atenderei ao seu pedido Sr. Conde.
- Estará certamente, mm Balbina. Como poderá imaginar, ficar-lhe-ia muito grato se tomasse a seu cargo a responsabilidade de criar esta menina. Estou certo que lhe saberá proporcionar o conforto e educação apropriados. Para provir a todas as necessidades da pequena, providenciarei amanhã mesmo com o meu advogado, o usufruto de uma das minhas propriedades de Nelas, que será administrado por si e passará para a posse da menina, logo que ela atinja a maioridade.
- Perplexa, sem reacção mm Balbina, não ousa sequer contrariar a vontade do Sr. Conde. Chama imediatamente uma das meninas e ordena-lhe que recolha a bebé, lhe dê banho e procure com urgência uma ama que a amamente.
E assim se inicia a existência de Branca Clara Alva das Neves, que iremos mais adiante conhecer pelo diminutivo “Braclané”.
-Então mm Balbina, vai querer que a pobre criança enregele? Permite-nos que entremos?
Como que acordada à força de um pesadelo, mm Balbina, afastou-se dando passagem ao Sr. Conde e à sua protegida.
- Mas Sr. Conde, pode explicar-me o que se está a passar?
Sem prestar atenção à pergunta formulada, o Conde de Monte a Nelas passou a entrada e sem deixar a pequena Branca, aliviou-se dos abafos que lhe mantinham o já velho corpo aquecido. Depois, chegando a pequena Clara á luz mortiça de um aplique de parede, perguntou como que afirmando, é linda, não é?
Mm Balbina, ainda insegura da situação, acercou-se um pouco mais e confirmou. Sim, de facto é uma linda bebé. Mas a quem pertence Sr. Conde?
Lentamente o velho conde virou-se para mm Balbina e, de olhar penetrante e arguto, concluiu.
-Esperava que fosse a senhora a esclarecer-me essa questão. Não será obra de alguma das suas “pupilas”?
-Não estou a perceber a lógica da sua dúvida senhor conde, pelo facto de nos encontrarmos numa casa de prostituição, não quer dizer que sejamos pessoas desumanas, capazes de abandonar uma recém-nascida a um destino tão desfavorável.
- Bom, assim sendo, crendo na veracidade das suas palavras, tenho a pedir-lhe um enorme favor.
- Se estiver ao meu alcance, pode estar certo que atenderei ao seu pedido Sr. Conde.
- Estará certamente, mm Balbina. Como poderá imaginar, ficar-lhe-ia muito grato se tomasse a seu cargo a responsabilidade de criar esta menina. Estou certo que lhe saberá proporcionar o conforto e educação apropriados. Para provir a todas as necessidades da pequena, providenciarei amanhã mesmo com o meu advogado, o usufruto de uma das minhas propriedades de Nelas, que será administrado por si e passará para a posse da menina, logo que ela atinja a maioridade.
- Perplexa, sem reacção mm Balbina, não ousa sequer contrariar a vontade do Sr. Conde. Chama imediatamente uma das meninas e ordena-lhe que recolha a bebé, lhe dê banho e procure com urgência uma ama que a amamente.
E assim se inicia a existência de Branca Clara Alva das Neves, que iremos mais adiante conhecer pelo diminutivo “Braclané”.
12 comentários:
..... capazes de abandonar uma recém-nascida a um destino tão desfavorável.
Como sabe a Mme Bal que a bébé fora abandonada???? Hummm cá pra mim já se está a "enterrar".
Avançando.... Acho que vou gostar tanto como dos Maias :o)
Oh senhor escritorrrr????
Já comi um balde de pipocas enquanto aguardo por + "desembolbimentos"
:o)
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL
Fico à espera do próximo capítulo.
Ah!, peço-lhe que não a deixe aberta, a narrativa, pois quero que vá até ao fim.
Todavia, meu caro, isto não invalida que meta pelo meio uma poesia. Assim, apresenta-nos algo mais completo, uma verdadeira obra literária de peso.
:D
Sabes Anabela?
Namorei com duas irmãs, chamadas Maias... eram as manas Maia.
;))))))))))
Ou as Maia manas?
Olha já não me recordo bem, era qualquer coisa do género.
;))))))))))))))
Anabelinha querida, esqueci-me de onde se encontra o botão da escrita automática.
;))))))))))))))))
Está na forja Sirk, estou curioso para ver onde é que isto vai dar
lolololol
Cá para mim meu querido....
Ou a abelha Maia foi mto mportante para ti ou não paras de pensar nos "astros" da Maya
:o)
Voltei para reler a "A minha Balbina".
O que eu me rio com o título. A minha avó costumava falar da prima Balbina, que morreu seca e peca de tanto rezar pela alma do seu amado.
LOOOOOOOOOOOOOOL
O nome da bebé está muito bem escolhido. Parabenizo-o pela alvura da escolha.
Sublime, meu caro, sublime!
LOOOOOOOOOOOOOL
Nem podes imaginar anabela, quanto a abelha Maya foi importante para mim.
Só para teres uma ideia, eu era viciado em marmelada, a partir do momento em que conheci a Maya, a abelha, passei a ser um consumidor compulsivo de mel.
Até lambo os dedos...
hum?
Claro, os dedos, que mais querias que fosse?
;))))))
Pois é Sirk, não te podes esquecer que o título foi sugestão tua... eu limitei-me a dar-lhe algum colorido.
;))))))
Branca Clara Alva das Neves? Conde de Monte a Nelas? ah! só tu! ;) adorei!
(volto mais tarde ou amanhã para ler a 2a parte)
Como estou atrasada na Novela da balbina vou passar adiante ...
Mas o Conde tinha de ser gente das Beiras ... Nelas... Boa GEnte
Beijinhos BartÔ
BF
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