A mim, Ele me ensinou tudo
Ele me ensinou a olhar para as coisasEle me aponta todas as cores que há nas floresE me mostra como as pedras são engraçadasQuando a gente as tem na mão e olha devagar para elassábado, 3 de junho de 2023
sexta-feira, 2 de junho de 2023
Já fui árvore altaneira,
De fundas raízes, frondosa.
Já dei sombra, dei madeira,
Consideraram-me a mais formosa.
quarta-feira, 31 de maio de 2023
O inesquecível é feito de pau... da mais impura matéria.
É feito de tudo o que infecta,
De sangue a correr na artéria.
De toda a palavra abjecta.
É uma pena que esvoaça
Ao sabor de um momento
Navegante numa barcaça
Toda feita de pensamento.
É tormento e agonia
Que aflora de um canhão
É garra de gavião...
É mosto, com cheiro de maresia.
domingo, 2 de maio de 2021
Mãe
O soro quente que brotou do teu seio
Calou o meu primeiro choro de vida.
Com a segurança e o calor do teu colo
Afugentaste os meus sonhos mais terríveis.
Com o conforto do teu abraço
E a segurança das tuas sábias palavras,
Deste-me a coragem para caminhar e
A segurança para enfrentar desafios.
Com o teu exemplo aprendi a respeitar
Com o teu amor, apreendi a amar.
Mãe
Quando julguei que cresci
Quando me convenci de que tudo na vida sabia
Deste-me espaço para aprender, errando.
Quando as certezas começaram a tornar-se dúvidas
Disseste-me para confiar.
Disseste-me que estarias sempre ao meu lado.
Mãe
Assim tem sido ao longo de duas vidas
A tua e a minha, que são uma só.
Mãe,
Hoje ainda tenho medo... tenho medos.
O maior de todos é saber que chegará o dia
O dia em que deixarei de te ter,
De ter o teu abraço, o teu conselho...
O afago dos teus braços e dos teus olhos.
O maior de todos, é saber que um dia
Vou deixar de poder... pedir o teu conselho.
Mas antes que esse dia chegue, Mãe
Vou querer que todos os dias das nossas vidas,
Sejam Dia de Mãe.
terça-feira, 27 de abril de 2021
Vivemos na era dos "alerta".
Nunca antes haviam surgido, vindos de todas as bandas, exibindo alguns, "certificado científico", tantos alertas sobre tantos e tão diferentes "perigos".
Antes, porque o conhecimento era menor e as comunicações mais demoradas, os cientistas menos e as tecnologias de ponta inexistentes, sabia-se por empirismo; uma ancestral(ciência) que conseguiu trazer o ser humano das cavernas às cidades.
Hoje, as máquinas, os computadores, as inteligências artificiais, os algoritmos e umas quantas inteligências sobredotadas, alertam-nos. Mas quais são os "alerta" ue tão prodigamente distribuem...?
Alertam-nos para o surgimento de graves conflitos armados, pandemias incontroláveis, para futuras carências de bens alimentares essenciais, para graves alterações climatéricas e consequentemente, para graves ocorrências de fenómenos meteorológicos e geológicos extremos. Alertam-nos para o aumento insuportável da temperatura do globo, para a destruição da camada protetora do ozono, para... a extinção das espécies que habitam o planeta.
E todos estes alertas terminam sempre com outro alerta extremamente preocupante: está nas mãos da humanidade, fazer tudo para inverter o sentido ascendente e crescente desta tenebrosa espiral. Alertam-nos portanto para a necessidade de uma utopia coletiva.
Que podemos, os cidadãos conscientes e profundamente empenhados em fazer inverter o sentido e o crescimento da espiral demolidora?
-Deixar de utilizar transportes privados (poluentes , mesmo os "ecológicos"). As alternativas serão a deslocação a pé (o único transporte privado inteiramente não-poluente.
-Passar a cultivar os alimentos que cada um necessita, sem recurso a pesticidas, fertilizantes, etc.
-Passar a confecionar os agasalhos recorrendo unicamente ao uso das fibras vegetais, sem a intervenção de qualquer equipamento mecânico, desde o cultivo até à manufaturação.
Ou seja: Alertam-nos de que deveremos voltar às cavernas mas, sem levarmos utensílios que consideramos ser necessários e julgamos não ser possível a vida sem eles.
-Abandonar a vida em sociedade, passar a viver isolados.
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
À minha amiga Olinda... ;)
Lá vem D. Sebastião,
Com seu gibão esfarrapado,
A espada quebrada, na mão.
E o cavalo estrambelhado.
Vem para resgatar o país,
Deste estado de anemia,
Em que ninguém sabe o que diz,
Em que é grande a entropia.
Vem por entre o nevoeiro,
Num passo cambaleante,
Perguntando ao seu escudeiro:
Que país é aquele, adiante?
Responde-lhe o servo atento,
Com alguma hesitação:
Se for Portugal, como penso,
Reina lá grande confusão.
Que vês tu, fiel servidor?
Pergunta D. Sebastião.
Vejo fome, desmando e dor.
Vejo enorme agitação!
Estás certo de ser o meu reino,
Que enxergas lá adiante?
Os montes e rios, são-no!
Mas tem muito mais meliante.
Dá a volta então meu bom aio,
À terra dos infieis, tornemos.
Antes que nos atinja um raio.
E a ser portugueses voltemos.
sábado, 15 de junho de 2013
Desisto!
Pensei: Seja como for, vai ser. Mesmo que não chegue a ser, será.
Respondi-lhe: Vai ser. Tenho a certeza que será.
Continuou a tirar a roupa e repetiu a pergunta, acrescentando; não te despes?
Respondi-lhe: Nem pensar, tenho frio.
-Mas vestido, não vai dar.
(não vai dar? nesse caso terei de pagar..)
Desisto!