sexta-feira, 28 de novembro de 2008

E Tu... Quem És?

Sou a mistura de terras desconhecidas
De águas muitas, claras, mas bravias
De sóis escaldantes, de ventanias

Sou a grêta que se abre em terra estéril
Sou o verbo, sou, o desejo incumprido
A flôr que desponta ao sol primaveril
Sou, o bravo guerreiro já de lutas abolido

Sou filho de amores... e de sonhos grandiosos
Sou actor profano de peças reescritas
Percorri caminhos, galguei escarpas ardilosas
Bebi amores, vomitei cruas desditas

E... da terra à terra, retorno sempre esperançoso.
E tu... Quem és?

domingo, 16 de novembro de 2008

Lua

http://www.youtube.com/watch?v=G82VUCzrhQo&NR=1

Sinto-te chegar, como sempre envolta em teu manto mágico de poeira luminosa.

Entras em silêncio pelo quarto, nua, lânguida, diáfana, vagarosa, querendo encantar-me.

Traças pelo chão, pela cama a tua presença, até que, subtilmente tocas o meu corpo nu que ansioso aguardava pelo teu.

Morna, acaricias-me a pele num arrepio cósmico, fingindo querer acordar-me, sabendo que não dormia.

De novo, como sempre, marcas-me no corpo os teus desejos, como se meus fossem. Deitas-te comigo, amas-me, envolves-me nos teus braços, sonho-te estonteante no meu leito,enquanto foste a minha pele.

Depois, sem um beijo, passas para lá da vidraça ainda aberta, regressas ao teu firmamento encantado ondede danças com as estrelas, deixando-me a pensar se me amas realmente, ou se o teu encanto que me encata não passa de um castigo que mereço.


Amanhã , se ainda fores nova lua, cá estarei, despido sobre o meu leito, esperando pelo teu abraço.

;))

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Sabor e a Vista

Brincando um cadito cos sons:
http://www.youtube.com/watch?v=klKCQZJEFlA&feature=related

Inicia-se agora, a época do ano que muito me agrada. Não direi que seja a que mais me agrada, porque dedico a minha preferência à Primavera e ao Outono. Contudo, a aspreza dos dias genuínos de inverno, confere-me uma sensação de bem-estar interior, quase insuperável.
Os fenómenos meteorológicos próprios da época, a nudez dos campos e das árvores, o recolhimento das gentes, faz-me sentir como se o mundo fosse só meu. É estranha esta agradável sensação, mais estranha ainda, por que não tem a ver com o meu carácter natural. Isto, porque gosto de interagir, de conversar, de initimizar, de perguntar, de sentir a naturalidade e genuinidade dos locais e das pessoas. Não prefiro o campo interior ao litoral, não me extasio mais no cimo de uma montanha nortenha, que perdido no meio da planície alentejana. Ah a propósito, adoro perder-me por caminhos desconhecidos. Parece estranho e contraditório este gosto, na medida em que vai no sentido oposto àquele que è "normal". Um dos locais onde me deu prazer perder-me foi no "Pulo do Lobo", concelho de Mértula. Bah... para ser sincero , não cheguei bem a perder-me, pois sem recorrer a indicações de ninguem, passado pouco tempo, encontrei o caminho. A paisagem que se disfruta no Pulo do Lobo, é algo de extraordinário, contudo, é a sensação do inóspito e do vazio que nos conferem a sensação do eterno. O espaço, o silêncio, o abrupto, o insólito da paisagem que parece um pedaço de superfície de outro planeta, levam-nos a reflectir sobre a dimensão universal da existência. Depois, ha outro aspecto que me regala nesta época. A gastronomia. Nunca me sabe tão bem como no Inverno, depois de percorrer estradas de montanha, geladas e solitárias, uma refeição confeccionada da forma tradicional, com os produtos da região, tomada num restaurante de estrada, sobretudo se no interior crepitar um lume, seja de lareira, ou até de salamandra. As carnes, os legumes, o pão, o vinho e os doces.... aiii os doces, sabem-me pela vida, como costumava dizer a minha avó. E a acompanhar tudo isto, a conversa interessada dos donos da casa.
Bom, está a chegar-se o fim de semana, quem sabe o menino Bartolomeu solta as amarras e vai por aí à descoberta de novos espaços, ambientes e paladares!?

sábado, 8 de novembro de 2008

Return To Innocence

Tal como ja alguem disse não me recordo quem, quando ou onde... "É sempre possivel ouvir uma música enquanto se lê um post"... ou vice-versa.

;)

http://br.youtube.com/watch?v=9_ALElMLpRA



Pois é... a possibilidade de regressar à inocência é, por ventura, o desejo mais ambicionado pela generalidade dos seres humanos que ja ultrapassaram a famosa barreira dos 40 anos.

Quem sabe, se este desejo esconde, ou semi-descobre um outro mais genuíno, o de readquirir a liberdade que se vai perdendo, na mesma proporção que vamos adquirindo anos de idade.

Jerónimo o grande chefe Apache e Dalai Lama o grande líder espiritual di povo Tibetano, são dois paradigmáticos exemplos deste desejo. Admiro sobremaneira a ambos, apesar de representantes de civilidades, culturas e religiosidades díspares. Contudo, ambos altos responsáveis pelo destino de povos invadidos e espoliados por invasores que contra eles não tinham a menor causa, queixa ou motivo de retaliação. O móbil destes abusos de poder com recurso a assassinatos massivos, foi unicamente alimentado pelo desejo desenfreado da conquista, subjugação e roubo.
A meu ver, aqueles dois grandes chefes, tal como muitos outros, possuíam uns e possuem outros, corações que mantêm viva a chama da inocência que os motiva e encoraja a resistir à onda predatória dos invasores.
A luta pela liberdade não é o princípio do fim, mas sim, o regresso à inocência!

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Restolho

Podemos sempre escutar uma canção enquanto se lê um post: http://www.youtube.com/watch?v=E5GtsPP44PA
;)

É preciso morrer e nascer de novo...
O desejo de renascer é um sentimento que nos assalta o espírito em determinados momentos da vida. É um mito que a humanidade compreendeu desde que assistiu pela primeira vez ao renascimento luxuriante de um prado, após ter sofrido o efeito devastador do fogo. Falta-nos contudo, o poder de controlar a decisão, com a garantia do sucesso final. Para tanto, diferentes características originais teríamos de possuir. Uma delas seria a ausência de capacidade de raciocínio, ou de inteligência, que nos permitisse imolar-nos, mas sobretudo que nos indicasse clara e inequivocamente o momento certo em que essa transformação deveria ocorrer.
Complicado, não é verdade?
Prevendo que um dia iríamos estar aqui a tecer considerações acerca desta evidência, a "grande consciência" equipou-nos com outro potêncial regenerador: oferecendo-nos os sentidos, aqueles que nos permitem apreciar, desejar e voltar a apreciar. Ou seja, permite-nos renascer em cada desejo, autorizando-nos a desejar um novo dia como forma de contornar a imolação pelo fogo, não necessitando de correr o risco imponderável do não-renascimento.
É que ha sementes difíceis de germinar...
;))))))
E a vida não é, existir sem mais nada
E a vida não é, dia sim dia dia não.
(mas sim)
Semear no pó... e voltar a colher!

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Redacção

Quando frequentei a escola primária... era um miúdo, usava-se, mandar escrever uma redacção.
Adorava aquela coisa de escrever acerca de algo que o professor nos indicava como tema.
E escrevia que me fartava, tal como hoje, dando erros d'embarda. A maior parte deles por pura distracção, outros porque efectivamente tenho dúvidas acerca da ortografia, mas, mais do que dúvidas, tenho perguiça (ou será preguiça?) de procurar no diccionário a forma certa de escrever a palavra.
Ah mas se escreveres o texto préviamente no word, não precisas de ter trabalho a procurar no diccionário... Ah pois é, só que, se escrever no word, depois de utilizar o corrector ortográfico, vou ter de fazer copy-past, ou seja, assinalar o texto com o botão do lado direito do rato, em seguida pressionar as teclas control-c, abrir a caixa de mensagens no blog, assinalar a linha e pressionar as teclas control-v.
Ufah, que trabalheira, já viram bem?
hihihihihi
Na, não é bem pelo motivo de enfado (foi só para não voltar a escrever perguiça).
É sobretudo porque escrevo de rajada, ou seja, de seguidinha, o que conflitua com "frescuras" de composições ortográficas e gramaticais.
A que propósito é que escrevi isto?
Ora, porque me lembrei que gosto de escrever desde o tempo da instrucção primária, ou seja, práticamente desde o início do mundo!
;)

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Parado, quero avançar

Parado, quero avançar
Mas espero, paro para pensar?
Ou... penso em parar?
Não! Eu quero andar!

Hoje vou voltar
Aqui, a este lugar
Sem saber ainda o que esperar
Deste novo regressar

Vou-me sentar a olhar
Olhando o meu andar
E de quem me vem visitar
Conversando com quem quer conversar

Parado, quero avançar
Quero rir e gargalharar
Avançar por avançar
Ou... porque o caminho é andar.

;))))