quinta-feira, 3 de maio de 2007

Caminhando

Vou caminhando, sentindo o sol nas minhas costas. Fixo o olhar no horizonte, inebrio-me na lonjura da distância. Não busco por sinais, nem por respostas, vou simplesmente percorrendo o espaço. Não determino um tempo para chegar, não programei o tempo de partida. Não baixo, nem elevo a linha do olhar, não determino um ponto fixo no horizonte, não reconheço a fadiga dos meus passos. Vou andando, na esperança de sentir a passagem deste para um novo tempo.

18 comentários:

Moura ao Luar disse...

Estás como eu... nas caminhadas sem destino, por vezes libertadoras, outras prisioneiras... sempre surpreendentes

Bartolomeu disse...

Sempre surpreendentes, porque se parte sem destino e com a entrega total e completa ao advir.
Um beijo Moura encantada.

lenor disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lenor disse...

Acontece tantas vezes assim, enquanto se espera (ou se vai ao encontro?) pelo novo tempo: caminhar sem reconhecer a fadiga dos nossos passos, mas caminhar.

Bartolomeu disse...

Exacto Leonor...
Encontraste o ponto fulcral da questão... (ou se vai ao encontro?)
É sempre necessário que algo nos impulssione e galvanize o nosso ânimo. E esse, é certamente o ponto em que nos encontramos.
Caminhemos então.
Ps: parece-me que algo está ortográficamente errado neste texto, será impulsione?
:)))
Vá lá Leo, não te zangues. Sabes que a distância que me separa do analfabetismo é ínfima.

Maria Eduarda disse...

Vai avançando Bartolomeu. Porque o tempo é quando... nem ontem, nem amanhã: agora, enquanto passa o quando...
E já agora: impulsione está correcto. Sem medos, avançando sempre Bartolomeu e obrigado pelas "bocas" no meu tempo.

Bartolomeu disse...

É verdade MEH, o tempo é hoje, agora, este momento preciso, feito de todos os momentos passados, com uma janela aberta às incertezas dos momentos que virão.
Como descobriu Einstein, naquela celebre viagem de comboio, o tempo é relativo. Só nos assiste a certeza de existirmos e o nosso tempo, connosco.
PS: A questão do erro ortográfico, é uma metáfora secreta entre eu e a minha amiga Leozinha, ou vice-versa.
:))

psique disse...

a esperança de um novo surgir
de um novo chaegar
de um novo partir
de um novo amar

Bartolomeu disse...

HMMMMMM
Tão romÂntica que a minha amiga Psyc se apresenta hoje.
Fim de semana edílico, em prespectiva?
Muito provávelmente né?
O tempo dirá.

SONY disse...

agradeço a visita e deixo um convite :-)
O tempo por vezes não estica mas...a viagem fabulástica lembras?
Não me esqueci!
Ela acaba de começar aqui:http://nas-asas-de-um-sonho.blogspot.com/
Hoje vim a correr avisar, todos os que queriam viajar comigo...depende agora de quererem ou não ao meu ritmo!
Um bj Sony
Espero que aceites!

Su disse...

caminhando...............
jocas maradas

Fábula disse...

quando lá chegares diz se é bom... =)

Bartolomeu disse...

Penso que nunca se chega lá Fabulosa. Penso ainda que, uma vez que somos matéria etoda a matéria é inergia, iremos manter o andar eternamente. Mesmo após a morte continuaremos o andar, de outra forma talvez, mas, ha que dar continuidade à materia e à inergia.
PS: Para que haja poder no mundo.

Bartolomeu disse...

Para Leonor:
Espero que tenhas gostado desta "inergia", foi a pensar em ti que a criei.
:)))))

lenor disse...

Cá para mim, é por causa de leres as neladas que trocas as letras.
eh eh

Carla disse...

caminhando ao encontro do desconhecido...
beijos

Bartolomeu disse...

A tua afirmação é totalmente verdade, Nadir, desde que caminhando, é sempre o desconhecido que nos espera. Mesmo que estejamos convencidos de ter programado a caminhada.

Susana Venenno disse...

Não é possivel que você suporte a barra
De olhar nos olhos do que morre em suas mãos
E ver no mar se debater o sofrimento
E até sentir-se um vencedor neste momento

Não é possivel que no fundo do seu peito
Seu coração não tenha lágrimas guardadas
Pra derramar sobre o vermelho derramado
No azul das águas que voce deixou manchadas

Seus netos vão te perguntar em poucos anos
Pelas baleias que cruzavam oceanos
Que eles viram em velhos livros
Ou nos filmes dos arquivos
Dos programas vespertinos de televisão

O gosto amargo do silêncio em sua boca
Vai te levar de volta ao mar e à fúria louca
De uma cauda exposta aos ventos
Em seus últimos momentos
Relembrada num troféu em forma de arpão

Como é possível que voce tenha coragem
De não deixar nascer a vida que se faz
Em outra vida que sem ter lugar seguro
Te pede a chance de existência no futuro

Mudar seu rumo e procurar seus sentimentos
Vai te fazer um verdadeiro vencedor
Ainda é tempo de ouvir a voz dos ventos
Numa canção que fala muito mais de amor

Seus netos vão te perguntar em poucos anos
Pelas baleias que cruzavam oceanos
Que eles viram em velhos livros
Ou nos filmes dos arquivos
Dos programas vespertinos de televisão

O gosto amargo do silêncio em sua boca
Vai te levar de volta ao mar e à furia louca
De uma cauda exposta aos ventos
Em seus últimos momentos
Relembrada num troféu em forma de arpão

Não é possivel que você suporte a barra

(Roberto Carlos)