segunda-feira, 23 de julho de 2012

A vida e suas ironias

Sinto fome de partir...
não de fugir, mas de buscar.
Sinto necessidade de ir...
de ver, entender, encontrar.

Como caçador que sai...
antes do romper da alva.
E pelas quebradas se vai...
buscando a lebre que salta.

Sinto que me chamam o Vento,
a Terra, o Sol e o Mar.
O passar do tempo, lento.
E o desejo de não voltar.

Sinto sede de universo,
de lonjura e mansidão.
Do aconchego, no regresso,
que me oferece o meu chão.

Sinto sede de voltar,
sem nunca chegar a partir.
De te ver, de te abraçar,
de te beijar, e sentir.

Sinto medo de te inventar,
na lonjura da razão.
De te querer, de te amar,
e depois, soltares-me a mão.


2 comentários:

Cristina Torrão disse...

Gostamos de partir, mas também de regressar. E, quem não parte, também não regressa.

Bartolomeu disse...

É verdade Cristina.
E a viagem, faz-se caminhando.
;)